"Are you Sharkboy's mother?"

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+/- O quarto em que Lavagirl está:

Lavagirl olhava para o teto do seu minúsculo quarto

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Lavagirl olhava para o teto do seu minúsculo quarto. Já se passaram 4 dias desde que Sharkboy veio tentar negociar a sua soltura. Estava entediada, encarando as ranhuras da madeira, sua cabeça começou a imaginar o porquê dela ter sido isolada. Nesse últimos dias o único contato que teve foi com o homem que vinha lhe dar os pratos de comida e limpava o balde que ela usava quando estava enjoada. Não conversavam, ele vinha e ia em silêncio absoluto. Todo dia de manhã ela se sentia enjoada e quase sempre colocava para fora tudo o que tinha comido no dia anterior. Também se sentia mais cansada que o normal, tirando cochilos durante todo o dia, também não tinha muita coisa para fazer naquele pequeno espaço. Seus seios doíam com qualquer movimento mais brusco. Colocou a mão em seu ventre fazendo um carinho de leve. Um sorriso brotou em seus lábios, ainda não conseguia digerir tudo que estava acontecendo. Não esperava a hora de sair dali e poder ficar com Sharkboy, ele merecia ter esse contato com a criança. Quando sentiu a mão dele fazendo um carinho nela sentiu uma paz, uma felicidade! Ao mesmo tempo que queria que nascesse logo, para poder conhecer a carinha dele ou dela, tinha medo. Medo do novo, do desconhecido. Seria ela uma boa mãe? Ela daria conta de toda a responsabilidade? Sacudiu a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos, resolveu sentar na cama, passando os dedos pelos fios rosas tentando desembaraçá-los. Momentos mais tarde, ouviu que os animais, que estavam no outro cômodo, começaram a fazer barulho, já sabia que era sinal que uma pessoa estava chegando. Achou estranho, não tinha muito tempo que o homem tinha trazido seu almoço. Lavagirl  não conseguia comer tudo, por causa dos enjoos, então jogava o restante pela janela redonda do seu quarto. Ela tinha uma porta de madeira e grades do lado de fora, estava um pouco fraca ainda, e não conseguia se defender com golpes de luta devido seu desgaste físico, se não tivesse, seria fácil de escapar. Ela derramava o resto tentando marcar a madeira do navio, como Sharkboy havia pedido. Por mais que queria ter ficado com o bilhete, sabia que não era seguro e o tinha jogado ao mar, já que não tinha nada para fazer fogo e queimá-lo.Ouviu a tranca da porta ser aberta. Axel entrou acompanhada por um homem que carregava uma cadeira mais confortável que o banco de madeira que compunha os poucos móveis do seu quarto. Ela entrou em seu quarto avaliando o local com aqueles olhos gelados. O homem fechou a porta e a trancou novamente. Deixando as duas sozinhas. Axel sentou na cadeira e colocou uma caixa de madeira de mogno na mesa. Ainda sem olhar para a sua prisioneira. Estava com uma feição mais relaxada, Lavagirl a avaliava e via que era realmente uma mulher bonita, quando mais jovem, deveria ter sido uma das mais belas de sua geração. O silêncio era incômodo. E a garota não se aguentou.
"O que você está fazendo aqui?" Uma pausa se fez antes dela responder.
"Que eu saiba este é o meu navio, Lavagirl. Posso estar aonde eu quiser"
"O que você quer nesse momento?" Perguntou a jovem tentando parecer mais calma.
"Tive notícias do Noah mais cedo" Lavagirl via um tom de intimidade da parte de Axel para chama-lo de Noah. Com a notícia seu coração gelou "Pelo jeito vamos navegar por um tempo, o local é mais longe que estávamos imaginando. Ele está bem, se você quer saber" Lavagirl concordou com a cabeça e agradeceu baixinho.
"Imaginei que você estaria um pouco entediada" Pela primeira vez olhou para a jovem sentada na cama. Ela parecia uma menininha daquele jeito. Estava com uma camisola branca, ela tinha lavado as suas roupas e estavam penduradas para secar nos poucos móveis do quarto. Com os fios rosas caindo pelo lado do seu rosto. Essa visão mexeu um pouco com a líder.
"Um pouco" Disse sincera. E viu um pequeno sorriso surgir nos lábios de Axel, ela parecia tranquila. Alguma coisa mudava as suas feições a deixando mais "amigável"
"Eu estou cansada de ficar no meio de homens. Preciso de um local que cheire melhor e de uma conversa mais tranquila, que não envolva
mulheres, sexo, sangue e morte"
"Homens" Disse Lavagirl com um risinho
"Homens"  Concordou a outra "Gostaria de saber se você quer jogar um jogo comigo?" Era para ser uma pergunta, mas saiu quase como uma ordem. Aquilo a pegou de surpresa. Não esperava por isso, seria muito rude falar que não. E ela precisava se distrair, senão ia acabar enlouquecendo. Apenas concordou de leve. Axel, chegou mais perto da mesa e abriu a caixa de madeira e tirou algumas peças de dentro.
Começou a organizá-las em duas fileiras. Lavagirl  chegou mais perto, sentando no banco de madeira duro, e avaliou o jogo. Era uma malha de quadrados claros e escuros e várias peças de formatos diferentes. "Como é seu nome mesmo?"
"Aisha Lavagirl"
"Como eu dizia Aisha, esse é um jogo que consegui com amigos de um local bem distante e acabei me apaixonando pela arte. Infelizmente, na minha tripulação, o único que consegue jogar comigo é Lumen, que é o que tem um cérebro maior que uma noz" Disse se referindo ao velhinho que parece uma tartaruga que examinou ela dias atrás. "Acho, que estou em companhia de uma mulher inteligente" A encarou profundamente. "O nome desse jogo é xadrez e é mais de estratégia e não de sorte"
Deu uma pausa terminando de organizá-los
"São 6 peças diferentes que ao todo somam 16 para cada jogador, 32 no total. Sabemos quais são os seus pela cor, temos peças claras para um jogador e escuras para o outro. Os peões, que são os operários, valem 1 ponto. Cavalo ou cavaleiro e os bispos somam 3 pontos, torre 5 pontos...."
Lavagirl ouvia a explicação dela e aos pouco entendia como cada um deles caminhava sobre
o tabuleiro, viu que era bem complexo, então perguntou "Como que se ganha?"
"Quando se dá o xeque-mate"
"Xeque-mate?"
"Isso" Disse e sustentou uma das peças brancas que ela ainda não tinha explicado. "Esse, Aisha, é o rei. Se você o ameaça de captura e ele não tem mais movimento você ganha o jogo, dando o Xeque-mate. Ele pode se mover para todos os lados, mas apenas uma casa por vez. Ele então é o mais poderoso"  Disse avaliando o mesmo só que de madeira mais escura. "Já que ele pode se mover para todos os lados. Axel abriu um sorriso e negou com a cabeça. "Alguns acreditam que sim. Pois o jogo acaba com sua captura. Mas eu não concordo que ele seja o mais poderoso e sim ela" Ergueu
uma peça parecida com o rei mas sem uma cruz em cima. "Essa é a rainha ou dama. Ela vale 9 pontos" A entregou para que a garota  a
observasse.
Lavagirl arregalou os olhos, ela valia quase o dobro da torre que era até então com maior valor, 5 pontos.
"Ela pode ir para qualquer direção, horizontal, vertical e diagonal. Não tem limite de casas, ou seja, se você optou por um movimento em horizontal ela pode ir da ponta a ponta do tabuleiro. É mais fácil ganhar o jogo com a dama, pois é muito poderosa, mas ao mesmo tempo seu oponente quer capturá-la o quanto antes. A pontuação é mais para saber a força da peça do
que algo que vá mudar o jogo no final, objetivo é sempre prender o rei" Lavagirl a observava, via que ela vibrava com o jogo. Uma ideia surgiu na sua cabeça. "Você ficou inspirada pelo xadrez na minha
captura?" Viu que ela abriu um sorriso, aprovando o pensamento. "Como falei, é mais fácil ganhar o jogo quando se captura a dama. No seu caso, eu estou com a peça mais importante para o "rei" dos heróicos, assim, fica mais difícil dele fazer qualquer movimento imprudente e espero que continue assim. Mas vamos começar a jogar" Elas jogaram duas vezes com Axel mostrando para Lavagirl o que ela tinha que prestar atenção. Era realmente complexo, mas bastante interessante. Na terceira partida a líder ficou calada e deixou Lavagirl jogar sozinha. Perdeu feio a tarde inteira, Axel previa todos os seus movimentos com uma facilidade incrível. Não conversaram muito, mas não era incômodo, pelo menos estava se distraindo. Quando o sol começou a se pôr, Axel recolheu as peças e bateu na porta para o nome abri-la a trancando logo que ela saiu. A cabeça de Lavagirl  doía um pouco de tanto pensar, mas tinha gostado da sua tarde. Comeu tudo que o tinha no prato que lhe entregaram, estava com muita fome. Bebeu o suco até a metade e reservou. Caminhou até a janela abrindo a madeira, jogou o restante observando ele escorrer por toda a lateral do barco e as poucas gotas que chegaram até o final se misturarem com o azul do mar

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