"Welcome little Fire"

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{POV'S Lavagirl}

Saindo do banheiro noto o Shark parado perto da porta. Ele me olha e eu vejo que ele literalmente está nervoso, acredito que esteja se mantendo calmo para que eu fique cama. Trago a minha mão até o seu rosto e acaricio enquanto uma contração me ataca, elas de verdade, são horríveis e bem dolorosas que dar vontade de sair correndo por aí sem destino algum. "Vai dar tudo certo!" sussurro para ele e me afasto para me vestir. Pego toda a roupa que está sobre a cama e visto as minhas peças íntimas, com o absorvente noturno e por último passo o vestido por todo o meu corpo. Nos meus cabelos, faço apenas um coque firme e olho para ele que se encontra me esperando com as bolsas. Sharkboy me oferece a sua mão e eu seguro tentando ficar calma, porém acredito que a mesma não irá durar por muito tempo porque tudo isso que estou sentindo dói. Minutos atrás elas pareciam dores de cólicas menstruais e também se assemelham com dores nas costas que vem e vão, mas agora com o passar do tempo, elas estão se tornando mais fortes que parece que vai me partir ao meio olha.
Descemos as escadas e o pessoal já estava pronto
"Será que alguém pode dirigir? Eu não consigo no estado que eu estou!" ele solta as minhas mãos, levando até o seu rosto e inspira fundo, voltando a me abraçar. "A minha ficha ainda não caiu e eu não estou acreditando que o meu filho vai nascer, isso tudo é muito surreal para mim" sua voz falha.
"Em poucas horas, eu vou ter uma parte minha aqui...Alguém que eu vim esperando por meses e isso é tudo muito louco"
"Eu vou dirigindo" Marcos se prontifica junto de Fenômeno, após verem o desespero do amigo.
"Nós também vamos acompanhar vocês!" Ouvimos a voz de Axel e Anitta soar em uníssono e eu agradeço por elas estarem aqui.
"E é claro que eu vou também acompanhar vocês!" Vox comentou "Marissa, você e o Max podem ficar com Acapella por favor?"
"Claro" eles respondem
Tinha medo de que quando sentisse as dores não tivessem ninguém ao meu lado, mas graças a Deus está todo mundo e eu tentarei pensar positivo. Grito sentindo mais uma contração e experimento lágrimas virem em meus olhos, e eu
as deixo cair lentamente. Experimento os braços de Sharkboy se envolverem nos meus, a medida que ele sussurra que tudo irá ficar bem. Caminhamos lentamente em direção do elevador, onde entramos todos em silêncio e eu posso ouvir perfeitamente o som de minha respiração que se torna cada vez mais ofegante. Apoio-me nele e fecho os olhos sentindo as dores se alastrando por meu corpo, mostrando que pôr uma criança no mundo não é uma tarefa tão fácil. Hoje percebo o quanto nós mulheres somos fortes e, por isso, temos essa tarefa. "Dói muito!" choramingo assim que ocupo o lugar no banco de trás do carro, vendo que o Marcos logo dar partida correndo no trânsito que se encontra uma loucura nesta noite de sábado. "AAAAA!" curvo o meu corpo para cima e sinto um aperto em minha mão, ouvindo do Shark que tudo isso já irá passar. Ele puxa me para si, fazendo com que eu deite a minha cabeça em seu ombro e sua mão vem para a minha barriga onde a deixa pousada sobre a mesma tentando me tranquilizar.
"Eu só queria poder arrancar essa dor de você meu amor"
ouço o seu sussurro, e tento respirar tranquilamente como me ensinaram durante as consultas de pré-natal.
"Mas ela logo vai passar, eu prometo" Ela me dá um abraço e um beijo
Durante todo o caminho até a maternidade, eu vim dando apertos na mão de Sharkboy, ainda bem que ele é forte, caso contrário, já estaria todo machucado. Tê-lo ao meu lado, tranquiliza-me muito. Vim soltando pequenos gemidos também porque essas contrações são chatas demais. Sempre ouvia relatos de parto, vi o da Vox, escutava nas salas de espera como eram as dores, mas sentindo na minha
pele é algo totalmente diferente e isso de verdade me mostra que eu nunca mais na minha vida vou querer outro filho, independentemente se o Shark está querendo 5. Ao pisar os meus pés aqui, rapidamenteme levaram para a sala de pré-parto para fazer todos os procedimentos, e os últimos exames e até fizeram o de toque para poder ver o quanto de dilatação eu me encontro. Já tem bastante, horas que estamos aqui, chegamos oito da noite e agora estamos na madrugada, temos sete horas aqui e nada de eu ter a dilatação suficiente para trazê-la ao mundo.
"Nós nunca mais vamos ter outro filho ok?" falo para o Shark que está ao meu lado mais branco do que papel, mas apenas assente sem saber que dizer, durante o caminho ele veio quieto, apenas me acariciando, falando que me ama, que tudo vai passar e segurando em minha mão, mas sem dizer nada além disso e é como se essa situação o tivesse paralisado no tempo. "Nunca mais okay?" curvo, mordendo um das toalhas de rosto que trouxe. Tudo isso é doloroso, mas sigo sem querer anestesia ou outra qualquer intervenção para acelerar o parto, porque quero que nada force a vinda do meu filho, quero tudo natural e que ele venha na hora que quiser vim, eu sei que Fire quer nos encontrar e no momento que se sentir preparada vai chegar para nossas vidas, para torná-la mais feliz. Experimento as mãos da doula que escolhemos fazer massagem em minhas costas. Ela já me fez caminhar para poder ajudar na dilatação, me fez tomar um banho quente relaxante, pular em uma bola com tanta dor que sinto e vem me ajudando com técnicas de respiração. O Shark sempre fala palavras de conforto e me oferece toda a tranquilidade que eu necessito para este momento. Fecho os olhos e sinto mais
uma contração me atingir o que me faz grunhir de dor, mordendo os lábios, sentindo perfeitamente o gosto de sangue em minha boca. Esse tempo que estive aqui o que mais tenho é gemido, choramingando e fungado de tanta dor que eu sinto. Após a doula terminar, noto a obstetra se aproximar com os enfermeiros para olhar a minha dilatação. Já me encontro na sala de parto, só esperando nosso filho chegar. Fecho os olhos assim que sinto introduzir os seus dois dedos em mim, porque gera um certo desconforto.
"Dez centímetro de dilatação!" ouço e sinto um medo terrível percorrer por toda a minha espinha. O medo de morrer, atinge-me novamente. Sharkboy se aproxima de mim e segura em minhas mãos, beijando-as a seguir.
"Shark me promete que se acontecer algo comigo você irá cuidar da Fire?" olho para ele e fungo o meu nariz sabendo que é agora que começarei a empurrá-la.
"Eu não vou prometer nada amor!"
"Por favor."
"Eu não vou prometer coisa alguma, porque nada irá acontecer com você" sua voz
soa em um tom firme.
"E se eu morrer?"
"Tira isso da sua cabeça amor, nada vai acontecer e você vai estar aqui para criá-la junto de mim."
Quero acreditar nisso, mas o medo me atinge, porém, tento esquecer quando ouço a voz da doutora pedindo que eu faça força. Mordo o meu lábio porque tudo isso é insuportável e
parece que irei literalmente morrer.
"Eu preciso que você faça força, Lavagirl" lembro-me de tudo o que a minhadoula veio me dizendo e aproveito para fazer
força em mais uma contração, porém o meu corpo cai sem forças alguma para continuar tentando. Viro o meu rosto e nego com a minha cabeça para o Shark, mostrando que eu talvez não consiga vencer essa tarefa de trazer Fire ao mundo. Lágrimas vem me meus olhos e eu aperto os mesmos pedindo que tudo isso possa passar.
"Vamos lá, faça força!" pede mais uma vez e eu aperto a mão dele sentindo-me uma pessoa fraca agora e
incompetente para essa missão.
Sinto o meu corpo trêmulo, e o suor escorrendo por todo o meu corpo, depois de já estar aqui acredito que na base de uns quarenta minutos. Contudo, eu ouso empurrar mais um pouco quando mais uma contração chega. Estou cansada de fazer força e nada de Fire nascer. Durante o tempo que se passou, o Shark pediu milhares de vezes que eu fizesse uso de uma analgesia para aliviar toda essa dor que estou sentindo, eu me senti tentada a usar quando milhares de contrações em segundos mínimos me atacaram, mas mesmo assim, permaneci firme a minha promessa de trazer Fire da maneira mais natural que eu puder.
"Shark eu eu não consigo!" digo desanimada, sentindo a suas mãos virem para a minha testa molhada, ele beija-a por diversas vezes, apertando a minha mão, ele esse tempo todo esteve aqui ao meu lado tentando me passar força. O vi chorar já, ficar nervoso e sentir medo em meu lugar.
"Você consegue porque é a mulher mais forte que eu já conheci"  beija mais a minha testa.
"Não dá eu não tenho mais forças" Digo gemendo de dor
"Por favor Lavinha, eu sei que você consegue"
"Eu não consigo, isso dói demais!" Volto a dizer chorando de dor
"Vamos lá, só mais um pouquinho de força e ela nasce, continua segurando na minha mão porque eu não irei soltar você" Aperto os meus olhos. É como se o meu corpo tivesse sido partido ao meio, essa de verdade, é uma das piores dores que um ser humano possa sentir e suportar. Eu preciso ser forte, preciso trazer Fire depois de tudo o que nós
passamos nesses longos meses. Eu fui forte quando a protegi de pessoas que a queria fazer mal quando ela ainda
nem havia chegado, e agora eu serei forte para trazer a minha menina ao mundo. Aperto em sua mão, sentindo os seus lábios desgrudarem de minha testa e empurro
com toda a minha força.
"Faça força, Lavagirl" a obstetra pede e eu sigo empurrando, tirando forças de não sei onde.
"Eu consigo ver a cabeça dela!" ao ouvir isso, eu sinto um ardor terrível em minha região íntima e é porque Fire está coroando. Respiro fundo e mais uma vez empurro, sentindo
essa dor me rasgando ao meio a medida que aperto com força a mão de Shark. Viro o meu rosto para o lado, vendo-o todo suado e com as expressões de preocupação tão nítida em sua face por me ver assim, isso era o que ele menos queria, mas respeitou a minha decisão.
"AAAAAAAA!"  dou o gritou mais alto que posso e sinto todo um alívio percorrer o meu corpo. Ouço o choro dela preencher todo esse cômodo e é como se eu estivesse renascendo agora com o seu nascimento. Abro a minha boca vezes seguidas, mas som nenhum pode sair do mesmo e as lágrimas de felicidade rolam por minha face ao ver que a minha filha chegou ao mundo. Aperto os meus olhos ouvindo ainda o seu choro que é tão forte o que me faz acreditar que ela chegou, depois de tanta espera, depois de tantos meses a minha menina chegou para os meus braços.

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