A chuva tamborilava nas janelas do escritório de Dumbledore enquanto o diretor permanecia lá estoicamente, olhando para os terrenos de sua escola. Ele sabia que em sua vida muito longa e realizada, ele já havia errado antes - não com frequência, mas monumentalmente o suficiente para ter esse erro gravado em sua mente por toda a eternidade. Ele deveria ter aprendido com o que aconteceu com sua irmã Ariana, e ainda assim... como um cachorro velho com novos truques, ele não aprendeu. Ele havia acreditado tolamente que ele, e somente ele, poderia moldar a vida de dois jovens, controlar seus dons e destinos, fazendo o que achava era melhor para eles, apesar de seus próprios desejos, realizados ou não. Assim como com Ariana, Dumbledore não pensou no que Harry queria ou em Hermione como uma ameaça para si mesma, até que fosse tarde demais. Ele os pressionou ao máximo e tentou protegê-los dos problemas do mundo, mas isso só fez com que os dois se envolvessem com as pessoas erradas.Mas Harry Potter ainda está vivo. Dumbledore pensou consigo mesmo severamente. E Hermione Granger ainda pode arruinar a todos nós.
"Eu disse a você que isso aconteceria, Alvo!" Snape disse de pé, bem no meio do seu escritório. "Eu disse que se você a mantivesse no escuro, isso aconteceria. Esse seu plano de juntar Malfoy e Granger não adiantou de nada. Potter e Greengrass estavam embaixo do seu nariz o tempo todo e quase morreram. Eu só descobri quando já estavam lá. "Dumbledore desejou que ele apenas desse um descanso a ele por um dia. "Se você tivesse me escutado desde o início, nada disso teria acontecido em primeiro lugar!"
Uma batida fez Severus Snape congelar, os olhos disparando entre Dumbledore e a porta de carvalho. Eles sabiam que Dumbledore não esperava companhia.
"Entre", Dumbledore chamou, delicadamente.
McGonagall abriu caminho enrolada em um peignoir fofo, o cabelo preso apenas na metade da cabeça. "É verdade, Alvo?" ela perguntou, sem perder tempo, indo direto ao ponto.
"Receio que você terá que nos esclarecer sua dúvida, Minerva." Albus falou suavemente, ainda olhando para os padrões que a chuva estava fazendo ao longo de sua vidraça.
McGonagall não estava de bom humor. "Que Voldemort está morto e que Draco Malfoy assumiu o lugar dele com o apoio de Harry e Hermione?"
Os ombros de Dumbledore caíram quando suas mãos pousaram em ambos os lados da janela, suportando seu peso. Ele estava ficando velho demais para tanta dor de cabeça. "Sim. Parece que isso é verdade."
McGonagall ofegou atrás dele, segurando a mão sobre o coração. "Não. Harry nunca-" ela gaguejou, "- e Hermione, ela está perdida, mas nunca faria tal coisa-"
"Ela lançou sua primeira Maldição da Morte hoje, Minerva. Bellatrix morreu pelas mãos da Srta. Granger. Eu mesmo vi", disse Snape, amargurado.
McGonagall continuou a balançar a cabeça em descrença. "Não. Mas deve haver uma boa explicação para isso."
"Foi para salvar a vida de Daphne Greengrass."
"Não!" McGonagall repetiu com mais convicção.
"Receio que ela quis salvar a namorada do seu melhor amigo."
"Essa história de que Potter e Greengrass estão juntos - é uma loucura. A família dela é leal a Voldemort-"
"Greengrass renunciou a tudo por Potter. Foi ela quem atirou uma faca no pescoço do Lorde das Trevas." Snape encerrou a conversa, deixando McGonagall sem palavras. Ela estava se agarrando a palhas agora - até ela sabia.
"E como profecias? De que um morreria pelas mãos do outro e que Potter teria um poder desconhecido pelo Lorde das Trevas. Você havia dito que era amor, Alvo!"
"Aparentemente isso se cumpriu, visto que ele morreu pelas mãos de Daphne Greengrass e eles aparentemente se amam profundamente." Snape parecia já não saber quantas vezes havia repetido esse discurso nos últimos tempos.
"E quanto a profecia de Malfoy e Hermione? Alvo disse que o filho deles seria aquele que poderia acabar com a guerra também..." McGonagall insistiu teimosamente, "você disse que as profecias nunca mentem-"
"Sim, sim", Dumbledore interrompeu pensativamente, a mente já perdida nas nuvens escuras pairando sobre eles. "Não podem mentir."
"Mas podem ser mal interpretadas." Disse Snape, de forma petulante.
McGonagall se cansou do diretor não olhar para ela e caminhou para o lado de Snape, olhando para ele. "Mal interpretadas como?" ela pressionou.
Snape dirigiu seu olhar para Dumbledore. "A profecia dizia que o filho de um bruxo nascido na lua cheia e uma bruxa nascida no verão, de lados distintos e cores opostas, colocaria fim à uma Era do mal. Mas não especificou qual Era seria."
McGonagall respirou fundo, um arrepio percorreu sua espinha. Ela não queria acreditar no que estava ouvindo.
"Eu me enganei profundamente. A profecia não se tratava do bebê da Srta. Granger e do Sr. Malfoy e sim do filho do Sr. Potter e da Srta. Greengrass." Disse Dumbledore se virando, encarando McGonagall pela primeira vez naquela noite.
"Então o que você está dizendo é..." ela parou, esperando que ele dissesse algo diferente do que estava prestes a dizer.
"Que o filho de Daphne e Harry será o único capaz de matar Hermione Granger e Draco Malfoy."
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Shadow & Redemption
Fanfiction*SLOW BURN* Draco diria que as coisas mudaram para ele quando ela socou a cara dele no final do 3º ano. Mas o fato que o fez nunca mais chamá-la de sangue-ruim, foi vê-la descendo as escadas do castelo no Baile de Inverno. Também poderia ser porque...