55. Uma Condição

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Lee Minho



- Eu avisei para não beber tanto vinho, não avisei? - Foi o que eu esscutei ao entrar na sala de estar. Papai estava com uma sacola com pedrinhas de gelo na mão, a pressionando contra a testa de Felix, que resmungou mas não respondeu.



- Não me arrependo, Hwang Hyunjin! - Felix murmurou depois de longos segundos. - Bom dia, Minho!



- Bom dia? Não beba nunca mais! - Bufei audível e caminhei em direção a cozinha. - Você não deixou papai dormir, o que impediu Jisung de dormir... E adivinha? Me impediu de dormir também! - Murmurei desconexo.



- Me desculpe!



- Não desculpo não. - Resmunguei e peguei um pouco de café da cafeteira que Andry havia comprado. - Estamos com luz novamente? - Sorri.



- Não está vendo a cafeteira ligada na tomada? - Sophia murmurou ao entrar na cozinha. - Alguns agentes estiveram aqui de madrugada.



- Mas são seis horas da manhã.



- Você está surdo? Eu disse que eles apareceram de madrugada. - Bufou audível e eu fiz uma careta para seu péssimo humor. - Não me encare assim, você também não está um doce.



- O dia ontem foi tão incrível, já voltamos ao normal? - Jisung foi o terceiro a entrar na cozinha, roubando a caneca da minha mão e dando um grande gole antes de me devolver.



- Não voltamos não, temos um porco agora.



- E ele é a coisa mais fofa do mundo.



- A coisa mais fofa do mundo não podia dormir na sala? Ele tinha que dormir na cama com a gente? - Revirei os olhos.



- Ele é meu bebê, meu filhotinho. Eu preciso abraçar na hora de dormir, se não me sinto desprotegido. Nada melhor que meu mais novo amigo, não é? Ele não se incomodou nem um pouco, pelo contrário. - Sorriu grande.



- Podemos negociar isso?



- Negociar o quê?



- Você me abraça na hora de dormir e nós mantemos o porquinho longe do quarto. - Olhei em seus olhos e abri um sorriso malicioso. - O porquinho não pode te abraçar de volta, mas eu posso. - Me aproximei de seu corpo, o fazendo dar um passo para trás.



- Não seja emocionado por causa daquilo, Lee Minho, não vai acontecer novamente. - Murmurou baixo e eu pude ver suas bochechas se avermelharem antes dele caminhar para fora da cozinha.



Suspirei e me virei para a bancada, tomando um susto ao ver Sophia ainda alí, com os braços cruzados acima do peito e um olhar julgador.



- Estou entendendo... - Sorriu maliciosa.



- Creio que não. Você não é muito inteligente, sabe disso. - Devolvi o sorriso e despejei mais café na caneca antes de sair da cozinha.



- Fui aceito na delegacia local. - Papai sorriu e eu arqueei uma sobrancelha para ele. - Estou contente por não ter que ver tantos animais no meu dia-a-dia. Nada contra você, Adalberto. - Murmurou para o porquinho.



- Pensei que tivesse que ir até a sede hoje. - Me sentei no sofá ao lado deles.



- E tenho. Disse ao senhor Yang que vou no centro da cidade, fazer umas compras e pagar algumas contas, então... Mantenham essa narrativa. Caso ele estranhe minha demora, digam que tive uma emergência na cidade. São horas de viagem, ficarei mais tempo no jatinho do que lá, então não sei se vou voltar logo pela manhã. - Suspirou cansado e passou as mãos pelos cabelos.



Different Sides | Versão Minsung | Enemies To Lovers ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora