67. Olívia e Sophia

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Lee Minho





Vi Jisung chorar copiosamente após Hyunjin contar todo o plano e tudo que havia descoberto através de Wilson. Suas mãos agarraram minha camiseta e ele encaixou o rosto na curva do meu pescoço, chorando por vários minutos antes de me deixar levá-lo até o quarto, onde o abracei até ele dormir.




Felix apenas se abraçou a Sophia enquanto assistia papai explicar tudo que poderia acontecer e tudo que faria se acontecesse.




Felix não parecia tão desesperado, apenas apreensivo. Fiquei uns bons minutos o analisando e me perguntando o porquê, foi quando ele se virou para mim e disse as palavras que eu jamais esquecerei.




— Eu não estou tão preocupado porque eu sei que pode. Eu sei que vai se sair bem e que vai conseguir fazer o que tem que fazer. Eu tenho fé em você. Não sei como mas tenho. 




— Minho? — Jeongin balançou a mão em frente ao meu rosto e eu saí de meus pensamentos. — Está tudo bem?




— Hum? Só estava pensando nas provas do final do ano, são importantes, não são?




Jeongin soltou um suspiro exagerado e dramático antes de assentir. — São as provas mais importantes das nossas vidas, elas que vão decidir nosso futuro. As notas do terceiro ano são as mais importantes para as pessoas que querem cursar uma faculdade. Aliás, já pensou em qual vai fazer?




Me recostei no armário e o encarei, fingindo pensar profundamente. — Não sei se quero fazer uma faculdade, penso em ir para a cidade grande depois de terminar o colégio.




— Meu sonho. — Murmurou e formou um biquinho com os lábios. — Mas mamãe jamais deixaria. Ela deixaria Olívia ir, mas eu? Nunca. Ela acha que eu jamais conseguiria me virar na cidade grande. Quer dizer... Eu até que concordo com ela.




— Não é um bicho de sete cabeças, sabe? O mais difícil é conseguir um emprego. Eu posso te ajudar com isso se realmente decidir ir. — O analisei de cima a baixo. — Não para fazer o que  faço, mas...




— O que você faz? — Franziu o cenho.




— Não para trabalhar no mesmo lugar que eu ainda vou trabalhar... No futuro. — Sorri sem graça e apontei para Olívia. — E o que deu entre Sophia e Olívia? — Analisei as duas de braços dados e fiz uma careta para a cena inesperada. — Elas estão sendo ameaçadas?




— Sophia não te contou?




— Muitas coisas aconteceram na minha casa nesse meio tempo, aposto que ela nem pensou em comentar sobre nada do colégio. — Dei de ombros. — E então?




— Sophia enfrentou ela, perguntou o porquê minha irmã estava tentando fazer a vida dela um inferno por causa do balé. Olívia não é de se abrir muito mas estava bem fragilizada por causa de tudo que mamãe havia dito para ela um dia antes, então ela desabafou.




— E você pode me contar sobre isso?




— É o preço de ser uma filha perfeita. É o preço que ela paga ao ser considerada perfeita. Não sofro metade do que ela sofre porque mamãe não vê nenhum potencial em mim, mas vê nela. Mamãe sonhou uma vida perfeita e uma carreira de bailarina perfeita para Olívia, pois era o que ela queria quando era mais jovem, mas nunca conseguiu. Ao contrário de mim, Olívia nunca teve nem curiosidade de sair dessa cidade, ela quer viver uma vida pacata e tranquila, mas não é o que a mamãe quer para ela. — Bufou chateado e eu apertei seu ombro.




— Ela disse isso a Sophia? 




— Sim, ela disse isso e muito mais. Um segundo depois de desabafar ela se arrependeu e começou a ameaçar Sophia, mas parou assim que Sophia a abraçou e prometeu sair do caminho dela, sabe... Para que ela não tivesse problemas com a minha mãe. 




— Minha irmã não precisa mais do que ela, por isso não é um sacrifício da parte de Sophia. Minha irmã jamais teria entrado em uma competição com ela se soubesse que se tornaria um problema. — Dei de ombros. — Acredite em mim, se tornar a bailarina principal de um colégio no interior não é nada importante para a minha irmã.




— É que a Olívia não quer... — Coçou a nuca, parecendo um pouco envergonhado. — Ela nunca teve raiva da Sophia, ela apenas fingiu. Sophia estava se esforçando para se tornar a principal e Olívia estava torcendo por isso. — Levantei as sobrancelhas, surpreso com a informação. — Bem... Sophia entrou nessa junto com ela. Sophia está se esforçando para tirar o lugar da minha irmã apenas como uma tentativa de fazer minha mãe esquecer essa história.




— Está dando certo?




— Bem... Está. Mamãe está com muita raiva e sendo cruel mas... Está dando certo. Em pouco  tempo Olívia se tornará uma inútil como eu.




— Você não parece se importar tanto... — Estreitei os olhos para o sorrisinho que se abriu em seu lábios.




— Mamãe quer que eu seja um padre mas eu quero me tornar um idol de k-pop. — Mexeu as sobrancelhas e eu comecei a rir.




— Como você chegou ao k-pop se sua casa nem televisão tem? 




— As boates tocam k-pop, e eu me peguei fascinado ao ver clipes passando nos telões. Perguntei para Ed e ele foi atrás de todas as informações para mim. Eu quero sair de Busan e me tornar um trainee de alguma empresa famosa. E é isso que eu farei! — Disse com uma determinação que apenas o deixou adorável.




— Eu acredito em você. — Murmurei e apertei suas bochechas, não conseguindo me conter ao ver seu olhos brilhando daquele jeito. — Você é muito fofo, Innie, tenho muita raiva de você por isso, você desmonta minha postura.




— De verdade? — Seu sorriso se desmanchou e seus olhos começaram a marejar. — Acha que eu posso?




— Não fique sentimental, por favor. — Revirei os olhos e ele me abraçou. — Disse para você não me abraçar.




— É a primeira vez que alguém me diz isso. — Choramingou. — Geralmente, as pessoas dizem que é melhor eu só aceitar meu destino como padre de uma cidade pequena. 




— Ser idol combina mais com você, jamais me confessaria com o padre Yang Jeongin. — Fiz uma careta. — Você não passa a credibilidade e a seriedade de um padre. — O analisei de cima a baixo. — Não, definitivamente não.




— Muito obrigado! — Beijou minha bochecha e eu fiz uma careta. — Eu amo como sua família toda é tão aberta ao mundo. Vocês são muito legais, espero poder continuar em contato com vocês até o fim da minha vida. — Rimos juntos. — Podemos no reunir depois da formatura, o que acha?




Senti meu sorriso se desmanchar com a esperança em seu rosto e a lembrança de que não ficaria na cidade até a formatura.




— Pode ser. — Raspei a garganta.




...


Heey,

Solto mais um ainda hoje se vocês comentarem :) Por favor, deu muito trabalho hahahah

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Different Sides | Versão Minsung | Enemies To Lovers ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora