𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔 𝑨𝒄𝒐𝒕𝒂𝒓 𝟏

֎𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐈𝐍𝐒 𝐓𝐇𝐀𝐓 𝐁𝐈𝐍𝐃 𝐔𝐒֍ - 𝑬𝒓𝒊𝒔

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Eris x reader

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O ar estava parado enquanto você caminhava pelo templo, com sua sálvia queimando enquanto a pedra oval de sua diadema repousava pesadamente entre suas sobrancelhas. Suas companheiras sacerdotisas tinham saído para o dia, descansando para se certificar de que estariam de pé para a cerimônia do amanhecer, mas você parecia não conseguir dormir.

Seu manto era leve contra sua pele enquanto você acendia algumas velas, sussurrando orações e agradecimentos à Mãe, ao Caldeirão e às Forças que existem. Estava tudo quieto e você encontrou paz nisso, esperando que as preocupações que o mantinham acordado se transformassem em cinzas, como fez o sábio.

Quando a última vela se acendeu, as portas atrás de você bateram alto, como se alguém estivesse tentando entrar. Isso fez com que você deixasse cair a sálvia no chão e seu coração quase voou para fora do peito. Você tinha ouvido falar dos saques contra os outros templos ao redor de Prythian e, temendo que fossem alguns dos soldados de Hybern, correu para o outro lado e se escondeu atrás de uma parede no momento em que as portas se abriram.

Passos pesados ecoaram nas paredes, aproximando-se do altar, antes que você ouvisse um suspiro profundo. Felizmente, parecia que era apenas uma pessoa, mas você ainda duvidava que fosse forte o suficiente para lutar contra quem quer que fosse.

Quando você estava prestes a entrar no corredor ao seu lado, uma voz baixa o fez parar.

"Por favor, preciso de orientação. Preciso saber."

Eris.

Você reconheceria essa voz em qualquer lugar. Na verdade, tinha acabado de ouvi-la alguns dias atrás, quando ele a deixou nos degraus de sua casa. Vocês dois haviam se tornado algo, algo que o aterrorizava, e com a guerra se aproximando, ele rompeu o relacionamento antes que você corresse um sério perigo.

Não foi nem mesmo uma discussão. Ele lhe disse, embora com a voz embargada pela emoção, que aquela seria a última vez que você o veria. Depois que ele foi embora, você chorou e chorou, agarrando-se a uma das camisas que ele havia deixado para trás, enquanto tentava entender tudo o que havia acabado de acontecer.

Ele havia lhe mostrado um lado dele que nunca havia revelado a ninguém, nem mesmo à sua própria mãe. Segredos sussurrados em fronhas de travesseiros, lágrimas escovadas, era um amor paciente e gentil. Um amor que você achava que era o que as histórias falavam sobre companheiros destinados.

"Sonho com ela todas as noites, penso nela todas as manhãs, até sinto seu cheiro dentro destas paredes", confessou Eris suavemente. "Preciso de um sinal de que o que fiz valeu a pena, de que não me condenei."

Seus dedos estavam frios contra a parede de pedra quando você olhou para fora, seus olhos se arregalaram com a aparência desgrenhada dele. O cabelo dele estava molhado, assim como o resto do corpo, pois a chuva suave caía sobre os vitrais. A camisa branca estava suja de lama nas mangas, assim como a calça e as botas, parecendo que ele havia sido arrastado por uma lama de 15 centímetros de profundidade.

No entanto, o que mais se destacou para você foi o rosto dele, encovado e com olheiras, como se não dormisse há dias. Você se perguntou se ele estava tão atormentado quanto você.

A sala estava mortalmente quieta, até mesmo a luz da vela estava imóvel, enquanto ele esperava por uma resposta. Você pensou em dar meia-volta, deixando-o com suas súplicas à Mãe, assim como ele havia deixado você naquela noite. Mas vê-lo assim, quebrado e infeliz, só fez com que você desejasse curá-lo.