𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔 𝑨𝒄𝒐𝒕𝒂𝒓 𝟏

֎𝐊𝐄𝐄𝐏 𝐓𝐀𝐋𝐊𝐈𝐍𝐆֍ - 𝑨𝒛𝒓𝒊𝒆𝒍

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Azriel x reader

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Gota

Gota

Gota

A água do seu cabelo encharcado pingava na banheira de porcelana, deixando um eco suave no banheiro silencioso.

Só que não era silencioso. Não para você.

O rugido em sua cabeça podia competir com o das ondas batendo na praia ou com o raspar de uma faca contra o chão duro. Suas mãos tremiam com a sensação dos ruídos de seus próprios pensamentos vibrando dentro do cérebro, e você tentava desesperadamente nivelar sua respiração.

Essa era a única coisa a que você se agarrava. A única coisa que tinha de controlar, ou então seus pensamentos nunca parariam.

"Inspire pelo nariz contando até seis, expire pela boca contando até seis", ouviu Nesta dizer em sua mente. "Não pense demais nisso. Apenas respire e concentre-se nos sons ao seu redor."

Você fechou os olhos e tentou.

E tentou.

E tentou.

Porra, você realmente tentou.

Não estava funcionando. Você começou a antecipar o som da torneira pingando e estremeceu cada vez que ele ecoava.

Um pingo de água desceu por sua bochecha, e você não sabia se era uma lágrima ou não.

Você se aconchegou em seu corpo nu o máximo que pôde, cravando as unhas nos joelhos. Desesperada para sentir algo, qualquer coisa, que a prendesse a essa banheira. Este banheiro. Este momento.

Você enrolou o pescoço, ouvindo cada osso estalar e estalar, e cerrou os dentes.

"Respire, S/N", você a ouviu sussurrar. "Respire."

A voz dela era uma das infinitas outras que rasgavam sua mente ao meio, batendo em você com a lembrança do dia de hoje.

Você passou as pontas dos dedos sobre as têmporas, fungando com o calor do banheiro.

Era demais. Tudo isso era demais.

Você lambeu os lábios, implorando ao seu corpo que mantivesse as lágrimas afastadas. Você podia fazer isso. Poderia desligar sua mente.

Tentou respirar novamente, exatamente como Nesta e as Valquírias haviam lhe ensinado, mas não adiantou.

Inalou o ar úmido bruscamente, sentindo uma lágrima escorrer pelos lábios, e a água ao redor das pernas espirrou quando você levou os joelhos ao peito. Suas mãos trêmulas passaram pelos cabelos, afastando os pedaços pegajosos do rosto.

Você olhou para o teto e deixou seu corpo desmoronar.

Fracasso.

Você estava fracassando em tudo, até nisso.

O raio foi finalmente quebrado e, em vez de um simples gotejamento de água, a sala foi preenchida com seus soluços.

Você se sentiu patética, sentado em sua banheira esculpida, cercado por velas caras de lavanda, com um quarto principal anexo, e ainda assim estava chorando.