Capítulo 2- Bilhete.

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Como uma rotina viciante, mais uma vez você estava debruçado sobre o sofá, mas, diferente de antes, não estava sofrendo ou afogando as mágoas.

Desta vez, suas mãos estavam sobre a cabeça, apertando-a com força, como se isso fosse parar a dor insuportável que latejava.

O arrependimento começando a bater, a bebida já não fazia mais o efeito entorpecente e a memória da noite anterior começava a surgir em sua memória.

Você chegou em casa aos tombos, com a ajuda de algum desconhecido, o qual você não lembrava quem era e nem como sabia onde morava.

Com certeza não foi o Sanemi.

Duas horas depois de ter chegado ele ligou para você e pediu desculpas um milhão de vezes, mas longo em seguida riu à beça sobre os acontecimentos.

|Anteriormente. |

- Não ri, seu idiota! - você tentava falar em um tom irritado, mas sua voz falhava, estava rouco.

- Como não?! Você quase fez um striptease, [nome]! - a risada contagiante do platinado era um som ensurdecedor.

- Isso foi culpa sua! Que me largou lá!

Ele simplesmente riu o tempo todo que estavam conversando, até que você comentou sobre a presença ilustre da sua nova obsessão. O barman.

- Aka...quem? Não conheço esse cara. - ele falou.

- Akaza, ele se apresentou assim. Era um gato. Mas eu não lembro o rosto, estava usando óculos. - um sorriso bobo te escapou ao lembrar dele.

- Ih, qual foi, senhor certinho? Caiu nos encantos de um garçom que nem lembra o rosto? - mais uma vez, ele riu.

Você revirou os olhos, mas não aguentou segurar a risada - desistindo logo em seguida, em sua cabeça parecia conter uma tonelada de coisas em cima. -

- Olha, eu vou curtir a minha ressaca e dormir, tá? Você deveria me pagar um café depois, afinal, é tudo culpa sua, mocinho.

Sanemi bufou do outro lado da tela e fez alguma sonoplastia para indicar que iria cumprir com a sujestão.

Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, você desligou e jogou o celular em algum lugar do sofá.

- Um banho seria de bom agrado. - disse para si mesmo.

Com um pulo, você levantou, sentindo a ressaca bater com força.

Colocou a mão sobre os olhos, impedindo a passagem da luz e resmungou, xingando o amigo na mente, não esqueceria tão cedo o "abandono" que levou a isso.

| Após o banho |

A toalha enrolada na cintura e os dedos enrugados mostravam que havia passado um bom tempo dentro da banheira.

Com a cara enfiada no guarda-roupa, atrás de alguma camiseta confortável, você se afundava cada vez mais naquele poço de roupas sem fim.

- Cadê...cadê..? - murmurava para as roupas. - AHA! achei!

Puxou o tecido e o desdobrou, era uma camiseta branca com uma estampa de gatinhos e patinhas espalhadas por toda a blusa.

Cafonice pura, mas era confortável.

Agora, depois de arrumado com as próprias roupas domésticas, você se encontrava em uma dívida cruel.

Arrumar a cama ou não.

Todas as roupas que tentou escolher para ir até a balada ainda estavam lá, bagunçadas. E as que usou na noite, foram espalhadas pelo chão do quarto.

Com muita relutância, agachou-se para pegar a jaqueta que estava no chão. Você lembrava de estar com ela ontem, antes de quase ficar nu em frente a dezenas de homens.

Que puta vergonha.

Voltando a postura ereta, com um estalar das costas, você chacoalhou a jaqueta, procurando algum dinheiro que tivesse sobrado.

E não é que tinha? Mas...o que é isso?

Um papel branco, enrolado ao dinheiro, caiu em suas mãos.

Você franziu o cenho e o abriu.

Tá de zoa.

Era uma letra desconhecida, mas ao começar a ler, você já sabia bem de quem era.

" Você dormiu no meu sofá e babou todo o travesseiro, que bela forma de me agradecer. Te coloquei em um carro de aplicativo e pedi que te ajudassem a subir quando chegasse na sua casa. Espero que tenha sobrevivido a ressaca.

assinado: A-ka-za. Caso ainda não saiba soletrar meu nome. "

Ele se preocupou até em me ajudar a chegar em casa?

Calma lá, como ele sabe onde eu moro?!

Virando o papel, mais alguma coisa foi escrita.

" (??) ????-???? "
Meu número, caso precise de mais alguma ajuda. :)"

Após ler aquilo, você deu pulos e gritos internos, comemorando algo que nem sabia ao certo porquê comemorar.

- Isso não pode ficar melhor! - você falou, ofegante pelos pulos.

Ou talvez, pudesse. Eu deveria ligar?
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Nota do autor:
Bem curtinho, me perdoem! Estive viajando e mal tive tempo, mas essa semana tentarei postar mais capítulos e serão bem maiores, não se preocupem. 😸 Podem me dar ideias, sugestões, etc. Estou à disposição!
Beijos do Blanc. 💙

O Barman.Onde histórias criam vida. Descubra agora