Capítulo 4 - Um novo sentimento.

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| No capítulo anterior |

Pude sentir o perfume que emanava de seu pescoço e o calor que sua pele refletia contra meu rosto, não sabia dizer se era a roupa inapropriada para o lugar ou os efeitos colaterais da droga que ele era.

Assim que nossos lábios pareceram juntar-se em um só, escutei uma voz familiar.

— [Nome]?

...

Como um reflexo, eu e Akaza abrimos espaço entre nossos corpos; mas ainda mativera a mão ao redor do meu quadril.

Nossas expressões assemelhavam-se a alguém que teve seu segredo descoberto.

Levei meu olhar para a fonte da voz, me deparando com o rosto inexpressivo de Sanemi; na verdade, mesmo que não houvesse linhas de expressões na sua feição, seus olhos diziam tudo aquilo que não poderia ser ouvido.

Ciúmes?

— Nemi?... – tentei pronunciar seu nome por completo, mas minha voz me traira.

Ele esboçou o que pode ser considerado o sorriso mais forçado do mundo, juntando o indicador e o dedo médio acima da sobrancelha e os afastando em seguida; como se dissesse:
"Desculpe incomodar."

Abro a boca para impedir que partisse, contudo, outra vez, sou traído pelo meu próprio medo.

O de cabelos cinzas vira-se de costas e sai, seus punhos cerrados e o passo firme contra o asfalto.

— Eu...desculpa. – falei, elevando meu olhar para Aka.

— Tá tranquilo.

Me desvencilhei de seu toque, deslizando uma de minhas mãos pelo braço alheio. Parecíamos ter um atrito, como se estivéssemos ligados por uma onda de choque.

Apressei meus passos o quanto pude, seguia os rastros de Sanemi.

Onde você está?!

Não sei quanto tempo corri, até notar o anoitecer; o céu estava escuro demais.

Então, recobrando meus resquícios de inteligência, procurei o número dele nos meus contatos e liguei.

Chamou. Chamou. Chamou. Chamou e..

— Alô? – uma voz grogue respondeu.

Não era ele.

— Ahn..oi. O sanemi-

Fui interrompido por um suspiro de deleite. Um gemido baixo.

— Ele tá ocupado. Ligue depois.

Quem quer que seja desliga na minha cara.

Parado em frente à uma esquina desconhecida, encaro o aparelho entre minhas mãos com incredulidade.

Minha volta para casa é silenciosa, mas cheia de perguntas. Nada disso deveria ter acontecido.

Não desse jeito. Não assim.

| Quebra de Tempo > Dois dias depois.|

Minha cabeça dói e tudo no meu quarto parece uma montanha-russa; girando e girando, sem sinal do fim.

Faz dois dias que não tenho notícias de Sanemi, deixei mensagens em sua caixa postal, mas não houve retorno.

Nesse curto espaço entre o que era um sonho e o que virou um pesadelo, gripei.

Tudo estava, definitivamente, contra a minha felicidade.

Me debato contra o cobertor enroscado ao meu corpo, lutando contra todas as vozes que me aconselhavam a correr para a janela e me jogar dali mesmo.

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⏰ Última atualização: Jul 03 ⏰

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