PRÓLOGO.

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Debruçado sobre o sofá, com um pote de sorvete sobre a barriga e uma colher enfiada na boca a tanto tempo que já estava completamente babada, o mais jovem desiludido stalkeava o ex-namorado nas redes sociais.

Com os olhos levementes marejados pelo término recente, ele passava e repassava os posts antigos dos dois.

À quatro dias atrás, o amor de sua vida - ou pelo menos achava que era - havia o chamado para um encontro. Ele esperava um pedido oficial de namoro, achou que seria finalmente assumido, mas foi bem diferente.

“ Eu quero terminar, [nome]. Simplesmente não dá mais. ”

Aquilo, com certeza, foi o túmulo da sua alegria. Não houve nem uma explicação concreta do porquê do fim do relacionamento, apenas acabou.

Agora, o garoto afogava as mágoas em comidas e choro, os olhos estavam inchados e vermelhos de tanto derrubar lágrimas.

Ele largou o celular, colocando o antebraço sobre os olhos, quando escutou um barulho nas costas, o aparelho tocando.

Ele não fez muita questão em saber quem era, apenas atendeu. Para sua alegria, era um de seus melhores amigos. Sanemi.

– Fala aí, [nome]! - uma voz animada gritava pelo outro lado da tela, o fazendo afastar o celular do ouvido.

– Oi, Nemi. - o mais velho percebeu o tom triste e logo abaixou a voz para falar.

– Melhora essa voz, cara! - uma tentativa falha de animá-lo.

Vocês ficaram em silêncio, mas ele continuava na linha.

– Há! Tive uma ideia, vamos pra balada.

Isso arrancou uma risada inesperada do que antes chorava.

– Balada?! Endoidou foi? Você sabe que eu não frequento esses tipos de lugares, tenho uma reputação.

– E quem liga? Vai, só dessa vez! Você precisa se animar!

– Não! Não vou entrar no seu submundo.

Depois de longos...longos...longos minutos Sanemi conseguiu convencer o "senhor certinho" à ir.

– Beleza! Te encontro às 22:00.

– Tão tarde assim?!

Sanemi riu com a resposta.

– Você acha que uma balada começa o que? Às cinco da tarde?

Com isso, ele desligou a ligação.

Ele respirou fundo e criou forças para levantar do sofá.

– Será que eu tenho roupa pra' isso?

Em passos lentos, como uma tartaruga, ele limpou toda a bagunça presente na sala e seguiu até o quarto, onde passou mais algumas horas para acabar uma roupa aceitável.

O pequeno porém é que: Sanemi não disse qual seria a balada...

[...]

– MAS AQUI SÓ TEM HOMEM. - você escandalizou.

– E o que tem? Você não corta pra esse lado?

Você olhava para o platinado, em puro choque.

– Sim, mas isso não significa que eu necessariamente so fico com homens, seu lesado!

Você deu um tapa fraco na cabeça dele, cruzando os braços.

– Relaxa! Isso também não significa que a gente veio aqui pra pegar alguém, eles tem umas bandas daoras e as melhores bebidas! Vem logo.

Ele te puxou por um braço e vocês entraram no lugar, o som já estava altíssimo e tinha muito, muitos homens para qualquer lado. Algumas mulheres estavam perdidas por lá, mas era contado a presença de rostos femininos.

– Que maluquice... - você murmurou para si e, quando se deu conta, o garoto já havia sumido.

– San?...Sanemi?...SANEMI?!

Evaporou.

Sozinho, no meio de vários desconhecidos e para piorar, não conseguindo achar o mais velho, você se sentou em um dos banquinhos do bar e abaixou a cabeça ali.

Ouviu um pigarro, mas não fez questão de levantar a cabeça para saber quem estava tentando te chamar a atenção.

– Vai querer alguma coisa, rapaz?

Que voz grossa.

– A bebida mais forte que você tiver.

Você tentou parecer irônico ou engraçado, mas o barmen levou a sério, te trazendo uma taça de alguma bebida desconhecida para você.

– Você não tem cara de quem bebe, cuidado.

Com esse aviso, ele saiu, tão rápido que você não conseguiu decifrar de quem vinha aquela voz em meio a tantos garçons e barmens.

– Ah..só se vive uma vez...né?

O Barman.Onde histórias criam vida. Descubra agora