𝙇𝙚𝙖𝙫𝙞𝙣𝙜 𝙏𝙤𝙣𝙞𝙜𝙝𝙩 ⌇ Matt Sturniolo

02

Matthew

Estava dirigindo quando vi a notificação da mensagem de Bianca aparecer na tela de bloqueio do meu celular, não abro a conversa e nem mexo no celular, afinal estava na estrada. O clima hoje está frio e úmido, as folhas das árvores estão ficando cada vez mais amareladas, alaranjadas, em tons quentes no geral.
É o outono avisando que está cada vez mais próximo.

Quando chego em casa, estaciono o carro, e abro a porta sem me importar em fazer barulho já que não tinha ninguém em casa. Meus irmãos perguntaram se eu não queria ir, normalmente eu iria, até porquê, Benjamin e Jacks são meus amigos, mas estava cansado hoje.

Vou acendendo as luzes e colocando minhas coisas no sofá até que finalmente pego o celular de novo.

Estava com medo de estar sendo mal educado, mas porra, é a Bianca, já fui bonzinho demais ao comprar aqueles remédios para ela. Geralmente os períodos dela são bem fortes e dolorosos, lembro que quando éramos mais novos, a mesma quase desmaiava toda vez que as cólicas atacavam. Então pensei em ajudar.

Vou caminhando até o meu quarto, abro a porta e acendo a luz, vou até a minha cama e me deito nela, esperando a hora de ir buscar meus irmãos e Madi na casa de Ben, Jacks e Bianca.

[...]

Agora já é outro dia, tínhamos acabado de acordar, estamos tomando café da manhã no momento.

— Então foi você quem comprou aquele remédio para Bianca? — Nick pergunta enquanto raspa o pote de açaí.

— Podemos, por favor, não falar dela logo de manhã? — resmungo.

— Por que? Ela é nossa amiga — Chris fala enquanto tenta segurar uma risada, o mesmo estava com o cabelo todo bagunçado, já o outro, estava com cara de sono.

— Exatamente. Amiga de vocês — corrijo o meu irmão.

— Se não é sua amiga, então por que comprou o remédio? — o mesmo pergunta em um tom de provocação.

— Chris, cala a boca! — dou um tapinha em seu ombro.

— Não bate em mim, porra! — contrai os ombros e se afasta um pouco. Estou é surpreso dele não ter revidado o tapa.

— Parem, vocês dois! — o outro manda como se fosse nossa mãe
— Tinha o que naquilo? Veneno? Você odeia ela!

— Não tinha merda nenhuma, Nick! — faço uma pequena pausa antes de voltar a falar — Só estava tentando ajudar.

— Tudo bem, foi só uma pergunta — ele ergue as sobrancelhas. Meus irmãos sabem que não gosto da garota, e nem tentam fazer com que eu sinta o contrário, mas toda vez que a menciono no assunto, ou faço algo relacionado a ela, eles dizem "hmm", apenas para me provocar.

Era a coisa mais irritante do mundo.

[...]

Está perto do horário do almoço, já consigo sentir meu estômago roncar de fome, estou no meu quarto, deitado em minha cama, me segurando para não dormir. Então escuto meu celular vibrar.

Saio da conversa e desligo meu celular, voltando a deitar a cabeça no travesseiro.

Parece que não tenho escolha.