Capítulo 2 A Violência Aumenta

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Após o casamento, Ângelo intensificou seu controle sobre Lisa, transformando seu relacionamento em um ciclo de abuso e opressão. Ele começou a impor restrições cada vez mais rígidas à liberdade de Lisa, privando-a do direito básico de falar com sua própria família. Sob o pretexto de protegê-la e de saber o que era melhor para o casal, Ângelo isolou Lisa de qualquer apoio externo, deixando-a vulnerável e dependente apenas dele.


Lisa sentia falta do contato com sua família e amigos, mas o medo das consequências e das ameaças veladas de Ângelo a mantinham em silêncio. Ela se viu cada vez mais distante daqueles que eram importantes em sua vida, incapaz de compartilhar sua dor e angústia com alguém de confiança. A solidão e o isolamento começaram a corroer sua alma, deixando-a desesperada por algum tipo de saída.


Além do controle sobre suas relações pessoais, Ângelo manipulava constantemente as emoções de Lisa. Ele a humilhava com palavras cruéis, minando sua autoestima e fazendo-a duvidar de si mesma. Lisa se sentia constantemente diminuída e envergonhada, acreditando que não merecia nada além da opressão que enfrentava.


A esperança de Lisa em uma mudança no comportamento de Ângelo a levou a buscar ajuda na igreja que frequentavam. Ela buscava orientação espiritual e uma "cura" para o abuso emocional e a violência que permeavam seu casamento. Lisa acreditava que a fé poderia transformar Ângelo e restaurar a harmonia e o amor em seu relacionamento.


No entanto, o ambiente religioso em que Lisa procurava refúgio acabou a decepcionando. Em vez de encontrar apoio e encorajamento para buscar uma vida livre de abuso, ela foi confrontada com mensagens que perpetuavam a submissão da esposa e a ideia de que o perdão incondicional era a única resposta para seus problemas. Os pastores e líderes religiosos enfatizavam a necessidade de Lisa ser submissa, aconselhando-a a suportar o abuso em nome da instituição do casamento.


Essas distorções religiosas apenas fortaleciam a ideia de que Lisa era responsável por consertar o relacionamento, mesmo que isso significasse sufocar sua própria dor e negar sua dignidade. Ela se viu presa em um conflito interno, lutando para conciliar suas crenças religiosas com a realidade do abuso que vivia diariamente.


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