Cap.13 Livres e infinitos

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Ravena

Observar o céu sempre fez parte do meu dia. Não era simplesmente para passar o tempo. Observava o céu mesmo sem eu querer.

Podia se resumir a estar no paraiso.

Poucas coisas me traziam essa sensação. Era como se toda vida que eu olhasse para o céu fosse sempre a primeira vez, como se a alegria de estar no paraíso nunca fosse embora.

A paisagem era composta por várias plantas, muitas árvores antigas e pedras grandes.

Águas cristalinas e transparentes fazendo com que conseguisse ver pedras coloridas no fundo da lagoa. Margaridas do campo e muito verde.

A tarde, uma hora antes do pôr do sol, o céu fazia um espetáculo. As nuvens se mostravam mais bonitas, algumas até pareciam ter o desenho de um coelho, deixando tudo divertido.

Comparava o cenário a um enorme quadro.

Um quadro pintado por um artista que sabia impressionar. O céu era o quadro e o artista podia ser comparado a uma força superior.

Sei lá

Qualquer força superior que tivesse criado essa maravilha.

Tira foto, Ravena. Precisa registrar essa pintura

O reflexo do sol nas águas cristalinas trazia um brilho especial e dava todo o espaço para peixes coloridos fazerem o seu show.

Podia abrir as cortinas do teatro, pois a apresentação já havia começado. O céu e os peixes coloridos.

Pronto. Tudo em completo silêncio.

Era a hora perfeita para tirar a belíssima foto que eu tanto queria.

Aproveitar o momento e apenas curtir estar ali não era suficiente. Agora com as fotografias aquilo ficava eternizado.

Peguei a câmera digital no exato momento que uma pessoa chegou por trás pegando nos meus ombros.

Com o susto acabei perdendo toda a concentração e tirando a foto da pessoa.

Jade

Ela sorriu tímida pedindo desculpa. Eu encarei a câmera.

— Quer me matar do coração, garota? Eu podia ter desmaiado e morreria bem na sua frente. Tirei uma foto sua e preciso apagar.

Jade se aproximou pegando na minha mão e olhou a foto na câmera.

— Não apaga. Ficou bonita — sorriu — Guarda de recordação.

— Está falando sério? — guardei a câmera.

— Estou falando sério — olhou ao redor — Uau. Que lugar lindo, Ravena. Foi muita bondade de vocês terem a ideia desse tour.

— A ideia foi do Oliver. Agradeça a ele — dei de ombros — Você sempre fala assim certinho?

— Não falo certinho. Esse é meu jeito de falar — olhou para o lado — Ravena, tem um balanço ali.

Ela saiu correndo e tirou o sapato.

Jade estava agindo como se nos conhecêssemos a um bom tempo.

Dando a impressão que tínhamos intimidade como duas amigas felizes.

Me levantei e comecei a ir até ela.

Continuou se balançando tirando os pés da areia. Jade usava um vestido, sapato preto e um chapéu vermelho. Também estava com luvas nas mãos.

— Adoro balanços. Tinha um no quintal da minha antiga casa.

— E como você tá? Melhorou? — cruzei os braços esperando sua resposta.

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