Capítulo 4

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Emily Monteiro.

Respirei fundo ainda sem encará-lo. Será que se eu correr para longe...ele vai poder fingir que não me viu? 

Adam e eu não tínhamos o melhor relacionamento de colegas de trabalho. Eu já tive o azar de trabalhar — não diretamente — com ele. 

Acho que ele tem prazer de sempre ter ideias e opiniões contrárias a minha.

Me virei para Adam lentamente, porém ele já estava me encarando com aqueles olhos azuis penetrantes. O sorriso cafajeste dando-lhe um ar mais sexy. 

Seu terno azul escuro definia os músculos do seu corpo e seu perfume inundou  minha narina e meu cérebro. Era um cheiro marcante. 

— O que posso fazer por você? — perguntei o mais profissional possível.

Seu sorriso aumentou e eu quase revirei os olhos, Adam adorava me tirar do sério, Com sua breve estadia na Itália tive pelo menos 1 mês de descanso dele. Agora com sua volta, terei que voltar a suportá-lo.

Este homem tem o poder de tirar minha sanidade em segundos, suas piadinhas de duplo sentido e seu jeito sexy me fazem odiá-lo cada vez mais.

E o babaca sabia muito bem disso.

 — Eu acho que chegar no horário já seria um bom começo.

Sinto meu rosto ficar quente. Esse era um “defeito” que Adam insistia em apontar. Não foi minha culpa atrasar, dessa vez, já que o problema foi o meu cliente ter conversado demais comigo. Gritei vários palavrões em minha cabeça, para evitar avançar na sua garganta. 

— Deve ser horrível, não é? — Ele disse de repente me tirando do transe enquanto imaginava minhas mãos em seu pescoço.

— O quê?

— Não poder me xingar como se deve — Nossos olhares se encontraram. Aquele maldito sorriso, se eu pudesse arrancar.

Essa era outra questão, na qual eu não fazia. Adam era o Neto do DONO, com certeza uma coisa que eu não quero é ser despedida.

— Estou fazendo isso agora, mentalmente — Me atrevi a dizer e os olhos dele cintilaram.

— Fantasiando sobre mim, Monteiro? — Arregalei os olhos. — Eu sabia. Toda essa amargura era tensão sexual reprimida… — Miserável!

Estendo a mão e belisco seu braço. Meus pequenos dedos não têm força para causar qualquer dano real. 

— O que diabos foi isso? — Adam tira seu braço do meu alcance, claramente muito assustado do que sou capaz de fazer.

 — Eu estava tentando ver se isso era um pesadelo. Acontece que toda essa tragédia de conversa é muito real.

 — E você precisa, justamente, me beliscar?

 — Sim. Era necessário

Respiro fundo e concentro meu foco em Regina. 

Abro a minha pasta tirando de lá uma caneta e um bloco de notas. Sinto os olhos de Adam prestando atenção em cada movimento meu, de soslaio percebo um pequeno sorriso morar em seus lábios, enquanto alisa seu braço beliscado. Me recomponho tentando esquecer a cena e começo a escrever baboseiras no papel.

Em algum momento, enquanto escrevo, meu braço encosta no de Adam fazendo surgir uma faísca, semelhante a do incidente.

***

Me jogo no sofá do apartamento me juntando a Isabel, para assistirmos The Vampire Diaries.

— O que está deixando você chateada? — Isabel se deita mais confortável. —  Desde que chegou, está estranha.

— Você não imagina quem eu encontrei hoje na reunião. Adam Williams.

— Cai fora, porra! — Os olhos castanhos da minha colega de quarto se arregalam. — E como foi?

— Horrível.— Contei a Isabel sobre tudo.  

— Se não fosse o avô dele, eu já teria estrangulado. 

 E era verdade! O senhor Elvis era um amor de pessoa, quase sempre tomava um cafezinho comigo. Não poderia matar o neto favorito dele, porém bem que eu queria.

Quaisquer que sejam as histórias doces que O senhor Elvis compartilhou sobre seu neto, não passavam de uma fantasia.

— Tenho certeza que ele não sairá do seu pé. Para te irritar cada vez mais.

— Não jogue praga para mim Isabel. — Gemo. — Vamos assistir, é o melhor que iremos fazer

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