"Ainda acredito que, um dia, você será capaz de encontrar o grande amor de sua vida. A sua outra metade, sua alma gêmea."
Aquelas palavras, apesar de terem sido ditas por seu melhor amigo, nunca ecoaram tanto na cabeça de Park Jimin quanto nos últimos dias. Ele sabia que seus nervos estavam à flor da pele por conta do baile para o qual se preparava, onde supostamente encontraria seu futuro marido. Mas, por alguma razão, queria parar de pensar em tão dolorosa frase. O uso de palavras de Seokjin sempre teve impacto em sua vida.
Jimin sempre viu o alfa como um porto seguro, uma pessoa com quem poderia contar até nos momentos mais assustadores e tenebrosos de sua jornada. Mas quando ele o dava conselhos, Jimin se perdia em questionamentos aleatórios e raramente encontrava as respostas que tanto ansiava.
Será que o motivo de estar hiperventilando agora provinha disso? Será que finalmente obteria algum retorno para suas tantas dúvidas?
Bem, se nervosismo fosse um sentimento devastador a ponto de matar tão rápido quanto a frieza de Jimin, ele certamente não estaria vestindo um manto como o atual nesse momento. A sensação incômoda em seu peito era sufocante o bastante para o fazer ter o desejo de largar tudo, sair correndo e declarar sua desistência, mesmo que isso fosse considerado um belo ato de covardia. Tudo que estava prestes a acontecer era o suficiente para trazer a ele a mais dolorosa aflição.
É agonia pura.
Ao longo de sua nem tão extensa vida, Jimin nunca gostou de mudanças bruscas ou de alterações inesperadas em sua rotina tão monótona. E mesmo que não esteja passando por nada de diferente no atual dia, ainda sentia ser algo brusco demais para seu psicológico.
Porque Park Jimin, o Príncipe do Gelo, estava pronto para o baile que, segundo seus pais, o traria seu futuro marido e, por consequência, aquele com quem governaria o reino. E o ômega estava nervoso, como nunca, ainda que tivesse se preparado para tal momento durante sua vida inteira. Parecia que jamais estaria preparado de verdade.
Uma parte de si ainda acreditava que não seria obrigado a passar por isso. Pensava que, talvez, seus pais tivessem outro filho que, com sorte, seria alfa e não amaldiçoado como ele, assim poderia se casar, ter filhos e dar um futuro digno ao reino.
A dor de se casar com alguém que nunca poderia tocar, é monstruosamente perturbadora para Jimin. Ele não sabia lidar com esse tipo de coisa, não sabia reagir a uma realidade com a qual, honestamente, já deveria ter se habituado há muito tempo. Em resumo, sabia disso a vida inteira, então por qual razão simplesmente não aceitava que aquele era o seu destino?
E mesmo arrumado, vestido para esse evento, as lágrimas não paravam de escorrer por seu rosto que, até minutos atrás, carregava uma maquiagem leve feita por uma das pessoas contratadas por seus pais para esse dia. Seokjin e Taehyung o abanavam, como se isso fosse parar com seu choro ou com a dor que carregava em seu peito. E ele agradecia pela tentativa e pelo esforço, mas não havia nada que pudesse ser feito agora que tiraria de si a vontade de ficar trancado em seu quarto para nunca mais sair.
Os dois ao seu lado não tinham a menor culpa, nem mesmo a seus pais podia culpar, só que... doía muito.
Jimin tem um dom incrível, de verdade, e ele gostaria de tê-lo sob outras circunstâncias. Porque o fato de não poder tocar nas pessoas ou objetos que não suportam frio é absurdamente terrível. Como pode alguém crescer e conviver sem a sensação de um abraço? Sem beijar?
Jimin sequer podia procriar, que é um dos objetivos da sua existência como futuro Rei.
Seus pais até cogitavam que o alfa com quem ele se casasse, teria filhos com outra pessoa para que assim possam dar um herdeiro ao trono. E dentre tudo, essa não é a pior parte, mas Jimin sequer sabia definir uma atualmente.
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Between Fire & Ice | jjk + pjm
FanfictionNo topo da montanha o belo castelo enfeitava o Reino. Muitos temiam-no quando sabiam sobre a maldição que atingira Park Jimin, o futuro Rei, quando este nem mesmo havia nascido. Foi jurado a ele que jamais poderia tocar alguém sem causar-lhe o conge...