Top Gun

0.8

The game

Maverick

O sol da manhã já estava alto quando cheguei à casa de Iceman. A residência era discreta, escondida atrás de grandes árvores, com um jardim bem cuidado à frente. Eu estava nervoso, embora tentasse não demonstrar. Não era todo dia que se visitava um almirante da Marinha, ainda mais alguém como Iceman, um amigo de longa data que tinha se tornado quase uma lenda viva. Ele sempre foi o equilíbrio entre nós dois, o que sabia como tomar as decisões certas, mesmo nas situações mais difíceis. E agora, aqui estava eu, precisando de sua orientação mais uma vez.

Ao entrar na casa, fui recebido por sua esposa, Sarah.

- Maverick. - ela disse meu codinome.

- A doença voltou?- pergunto entendendo a dor que ela estava sentindo.

- Ninguem sabe. - ela diz decepcionada. - Não podem fazer mais nada. Até para falar doi agora.- seus olhos se enchem de lágrimas.

- Sarah eu sinto muito. - digo e logo abraço ela.

Ela me da um sorriso acolhedor e me leva até o escritório de Ice, onde ele estava.

O espaço era amplo, com janelas grandes que deixavam a luz natural entrar, iluminando as prateleiras repletas de livros e as paredes adornadas com condecorações e fotografias de uma carreira brilhante. No centro da sala, Iceman estava sentado atrás de sua mesa, o semblante sério, mas acolhedor, como sempre.

Apesar da doença que o afetava, Iceman ainda mantinha aquela presença imponente. Ele estava tossindo muito. Não era fácil ver um homem tão forte, que sempre foi o símbolo de resistência e liderança, lutando contra algo que nem mesmo seu talento e força poderiam derrotar. Mas, ao mesmo tempo, havia uma serenidade em seus olhos, como se ele já tivesse aceitado o que estava por vir.

- Almirante- digo chamando a sua atenção, que logo se vira para mim.- como esta o meu ala?- pergunto puxando uma cadeira e me sentando ao seu lado.

Ele deu um sorriso caloroso, o qual não via a muito tempo, e logo começou a digitar em seu computador.

Quero falar sobre trabalho.

Ele digita e volta seu olhar para mim.

Dou um suspiro e falo:

- Por favor, não se preocupe comigo. O que posso fazer por você? - ele nao aceita a minha pergunta a aponta para a tela novamente. Me dou por rendido. - Ok então. - suspiro e começo a falar sobre o meu trabalho. - O Rooster continua com raiva do que fiz. Achei que ele pudesse entender o motivo. Esperava que ele me perdoasse. E a Mag, - faço uma pequena pausa - eu fui um pai ausente por muitos anos, se não fosse voce me falar dela eu acho que nunca saberia sobre ela. Ela deixou eu me aproximar, mas eu acho que ela ainda esta meio desconfortável.

Ele voltou a digitar no seu computador

Você vai dar um jeito. Ainda há tempo.

- Mas a missão em menos de três semanas. O garoto não está pronto, nem a garota.

Ele digita novamente

Então ensine-os.

- Eles não querem o que tenho para dar. Ice, por favor, Não me peça para enviar alguém para morrer. Por favor. Não me peça para enviá-los. Envia-me.

Está na hora de esquecer.

Ele digita se referindo ao meu antigo ala, Goose, pai de Rooster.

Não sei o que responder. Meus olhos começam a se encherem de lagrimas.