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" eu errei como mãe, e meu erro custou a saúde da minha filha "

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" eu errei como mãe, e meu erro custou a saúde da minha filha "

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2 meses depois

Seu desespero em segundos me contaminou, e eu, que antes estava agindo com a razão, passei a agir com a emoção.
As madeixas escuras voavam nos ares a medida e morena andava, pesadamente, sob o piso de minha sala.

— não não não — a criança gritava se esperneando no chão.

Imaginei o momento em que Sabina se cansaria de tamanha rebeldia, e neguei mentalmente só de ter que pensar na criança apanhando.

— shii, precisa respirar fundo comigo  — pedi, arrumando seu pequeno corpo de volta na maca — desse jeito não chegaremos em lugar nenhum.

Eu recebi sete ligações, uma seguida da outra, de uma mulher desesperada com a atual condição da filha.
Pelo que entendi a criança acordou gritando, afirmando firmimente sentir uma dor absurda, e por isso estamos aqui, no meu consultório.

— ei, anjo — chamei sua atenção falando minimamente mais alto — vamos nos acalmar? Você me conta da dor e eu tento resolver.

— dói — ela pôs as mãos ao redor da bochecha — muitooo — então a vogal se estendeu a mais uma série de choro.

— ela tá tomando o leite? — perguntei a adulta, que enfim parou no lugar.

— tá, mas não na mamadeira. Eu tentei de tudo, mas ou era tomar em um copo ou ela não tomava.

— você está brincando com a sua saúde, mocinha — disse mais séria, encarando a loira — o que foi que eu pedi pra ti?

— faz paraaar — ela só sabia chorar, o rosto molhado e rosado indicavam que tudo isso começou cedo.

— se passei a mamadeira é por que era pra usar a mamadeira — afirmei, ainda firme — você é um bebê vampiro em processo de transformação, se não estimular a boca vai continuar sentindo dores absurdas — prossegui — o bico te obriga a sugar, e isso é necessário pra ti.

— eu não sou uma bebê! Entenda isso!

— então tudo bem, não é bebê. Continue sem usar o objeto que pedi, mas se as dores continuarem eu não quero te ouvir chorando — neguei.

— mamanhêee — ela resmungou esticando os braços pra mãe.

— o que faço, doutora?

— faça sua filha entender que quem manda na sua casa é você — disse simples — ela precisa da mamadeira, não pode ficar tomando leite em copo ou caneca.

No PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora