✦ Bᴏɴᴜs

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40 comentários e eu libero o próximo cap...

Mamãe Any me encarou pelo retrovisor e fez biquinho, mas eu não imitei-a

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Mamãe Any me encarou pelo retrovisor e fez biquinho, mas eu não imitei-a. Estou brava.

Qual graça tem ser criança e não poder fazer coisa de criança? Nenhuma! Mas a mom não entende isso.

— vai ficar emburrada mesmo? — Sabina perguntou sem me encarar, ela sempre fica focada nessa parte da estrada.

— tinha que ser filha de alguém que eu conheço — Any comentou farpando e a mom revirou os olhos.

Ignorei-as pelo resto do caminho, não que tenha sido muito difícil, mas me orgulhei do feito. Só respondi suas perguntas quando o carro parou no estacionamento, e pra avisar que tirei o tênis no caminho.

Sabina desceu do carro, fechou a porta dela, abriu a minha e buscou meus sapatos em baixo do banco dela.

— que cara fechada é essa? — a mom perguntou me encarando, enquanto calçava meu tênis.

— a culpa é sua — acusei cruzando os braços.

— é minha por que?

— porque você não deixou eu vim com a roupa que eu queria — respondi.

— compramos a fantasia que queria com a condição de usar em casa.

— as fadas não podem ir no mercado? — perguntei e mamãe riu descendo do carro.

— podem, podem sim — mom afirmou — mas a minha fadinha não pode.

Ela me pegou no colo e beijou minha bochecha, mas eu apenas resmunguei e segui emburrada. Não vou me vender por beijos baratos. Então fui colocada no chão, e, antes que eu corresse pelo estacionamento vazio, mom segurou minha mão.

— estou ficando esperta — ela brincou, e eu fiz questão de aumentar meu bico.

— tranca o carro, vida — mamãe pediu, aparecendo em minha visão já com a bolsa no ombro — eita brabeza!

— diz ela que é muito brava.

Me joguei no chão, sabendo que não cairia, só pra ver mom reclamar.
Ela odeia quando faço isso, mas eu amo, ela fica toda irritadinha.

— Maria!

— vamos — mamãe segurou minha outra mão, já andando na frente até a entrada do mercado.

— por que eu tenho que vim? Esse lugar é chato!

— eu amava vir no mercado com minha mãe quando era mais nova.

— então você era doida — respondi.

— Sina Maria! Isso lá é jeito de falar?

— é sério! Não tem nada pra fazer e eu nem posso pegar nada pra comer.

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