August, ou Agosto.
Agosto foi o mês depois de tudo acontecer. Depois das risadas, e momentos felizes. Depois do clima quente e do sol brilhante. Depois de Alison. Agosto foi quando todos já haviam aceitado que ela estava morta, menos August.
Quand...
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A U G U S T I N E W E S T
O silêncio dentro do carro era tão vergonhoso e constrangedor, que eu quase deixei um suspiro de alívio escapar quando Ashley estaciona o veículo.
Pela janela do banco de trás, avisto Spencer e Emily sentadas em uma das mesas em frente a uma cafeteria no meio do centro comercial, aonde combinamos de nos encontrarmos.
Encaro a mãe de Hanna no banco do motorista, que ainda com uma das mãos sobre o volante, direciona os seus olhos até a filha no assento ao seu lado.
A tensão entre nós três não era nova. Desde a noite da festa, as coisas tem estado extremamente estranhas.
Como se já não bastasse ter que lidar com o meu beijo com Hanna, na manhã seguinte a caixa de lasanha estava completamente vazia. Não havia traço algum do dinheiro, e nenhuma de nós tinha ideia de quem poderia ter levado.
As minhas memórias daquela noite não eram as melhores. A casa estava cheia, e eu estava ocupada demais odiando o jeito que o Sean abraçava Hanna para prestar atenção em qualquer coisa ao meu redor.
── Obrigada pela carona, mãe ── a loira diz, se preparando pra sair.
── Hanna ── chama a Marin mais velha. ── Eu sou a sua mãe. Desde quando me agradece por te levar em qualquer lugar?
── Eu me sinto culpada, tá? Não consigo parar de pensar sobre o dinheiro. Eu me sentiria melhore se você gritasse comigo.
── Bom, se eu achasse que isso traria o dinheiro de volta... ── da de ombros.
── Eu sinto muito. Eu deveria——
A ruiva me interrompe. ── Não é sua culpa. Era uma festa e vocês duas tem dezesseis anos, só estavam fazendo o que deveriam estar fazendo.
Eu não podia evitar de me perguntar como ela conseguia ficar tão calma. Tenho certeza que se o meu pai estivesse no lugar dela, e eu no de Hanna, a minha cabeça já estaria sangrando contra o volante do carro. Podia quase sentir o aperto do seu punho puxando o meu cabelo.
Mas ao invés de gritar comigo e Hanna, ela falava em um tom acolhedor e sutil, o que me fazia querer profundamente abraça-lá como uma garotinha desesperada. Eu reprimo esses pensamentos, voltando a focar na conversa entre as outras duas.
── Então, nós estamos completamente falhidas de novo? ── pergunta Hanna.
── Não, não completamente. Graças a Deus eu já usei uma parte do dinheiro para nos tirar das dividas. O plano era investir o resto, para que eu pudesse substituir ele antes que alguém percebesse que tinha sumido ── fala Ashley.
── Bom, se o banco descobrir sobre o seu empréstimo não autorizado, isso é...é tipo um crime, né?
