Taehyung apertou o passo e sumiu atrás de uma casa de pedra baixa e longa, com telhado inclinado de sapé. Quando se viu sozinho, pôs os braços sobre o abdome e se abraçou apertado. Seus dentes batiam e a pele toda formigava. Ele se sentiu um pouco culpado por deixar Hoseok sozinho e sob um falso pretexto.
Não havia nenhuma mulher entrando em trabalho de parto naquele vilarejo. Pelo menos nenhuma que Tae conhecesse. Mas ele viu uma ovelha dando de mamar para dois cordeirinhos em um cercado de pedra atrás da casa e decidiu que isso bastava para que ele não tivesse mentido.
Quando a multidão se fechou à sua volta, o frio também se aproximou. Então soube que precisava se afastar e a verdade nunca servia de desculpa.
Aquela lição lhe foi ensinada repetidas vezes ao longo de sua vida. Se ele implorasse para ser liberado de uma obrigação social apenas por ser tímido demais, sua família e seus amigos nunca acreditavam nele. Todos insistiam que ele só precisava tentar. Eles o pressionavam e o forçavam, falando sobre como se divertiria. Às vezes, eles prometiam. Mas nunca era diferente. Há muito tempo Tae tinha aceitado a verdade.
Os mesmos eventos que levavam alegria e diversão para os outros eram uma tortura para si. E ninguém nunca o compreenderia.
Depois que se acalmou, foi até a esquina da casa e observou a cena. As mulheres continuavam ao redor de Hoseok e a cesta de produtos de beleza.
Elas pegavam os frascos que ele oferecia e examinavam os potes de creme, conversando e rindo entre si.
Observou ele destampar uma garrafa de água de colônia e a estender para que uma moça de cabelo cobreado, para que ela sentisse o aroma. Depois de inspirar com cuidado, a jovem riu e continuou sorrindo. Uma coloração rosada lhe chegou às faces sardentas.
Tae suspeitou que aquilo não tinha nada a ver com o perfume e sim com o belo entregador.
Minha nossa, como ele estava bonito.
O sol da manhã destacava os tons de castanho no cabelo dele e transformava sua pele em bronze. Hoseok emanava um ar tranquilo de autoridade. Ele estava confortável ali. Era provável que tivesse crescido em um vilarejo muito parecido com aquele. Ele sabia exatamente como cumprimentar cada um dos aldeões que se aproximava, desde a mais velha das avós até o jovem curioso que descia dos pastos na encosta.
Quando viu que a cesta de Hoseok tinha sido esvaziada e que as mulheres começavam a voltar para suas casas carregando seus novos tesouros, Taehyung saiu de seu esconderijo.
Eles se despediram das crianças e dos cachorros e começaram a caminhada de volta. Hoseok não parecia nem um pouco satisfeito com consigo.
— Foi uma brincadeira e tanto que você me armou, me abandonando para bancar o vendedor ambulante com as jovens.
— Eu não acho que elas estavam interessadas nos meus presentes. Acredito que estavam curiosas a seu respeito.
— Eu teria feito melhor se tivesse saído para os campos e conversado com os homens.
— O que você quer dizer é que isso teria sido mais senhoril.
O alfa soltou um ruído de pouco caso.
— Não se trata de ser senhoril. É o meu dever conhecer os vizinhos e fazer com que saibam que não precisam se preocuparcom o futuro. — Encarou o jovem. — Falando de preocupações, o que aconteceu lá atrás?
— Não sei do que você está falando.
— Eu acho que sabe. Quando as mulheres o rodearam, foi como se você tivesse ido parar em outro lugar. Ou se trancado dentro de si mesmo. Você não estava lá. Notei que a mesma coisa aconteceudurante nosso casamento.
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O Noivo do capitão | VHope
FanficKim Taehyung possui muitas habilidades preciosas: é um excelente desenhista, escreve cartas como ninguém e tem uma criatividade fora do comum. Mas se tem algo em que ele nunca consegue obter sucesso, por mais que tente, é em se sentir confortável qu...