Capítulo 13

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Hoseok deveria se afastar. Eles precisavam procurar abrigo. Mas ele não conseguiu soltá-lo. A chuva tinha colado a camisa à pele dele, deixando pouco para a imaginação. Ele o via por inteiro, o contorno perfeito de seu corpo — a pele pálida, os mamilos excitados, o tom azul dos lábios trêmulos. Ele estava vulnerável e trêmulo. Precisava de calor. E ele precisava disso. De segurá-lo. Protegê-lo. Sentir o coração de Tae batendo perto do seu e saber que ele estava vivo. Porque, ainda que preferisse morrer antes de admitir, ele ficou assustado por um instante, quando ele afundou no atoleiro.

Ele o puxou para perto para reconfortá-lo. O beijou porque ele parecia querer que o fizesse. Mas então seu noivo tímido começou a beijá-lo e ele perdeu o controle de tudo.

Os dedos dele passeavam por seu cabelo molhado. A língua doce e hesitante dele acariciou a sua. O desejo o atingiu em cheio. Ele ficou tonto com a sensação.

Hoseok apertou a mão nas costas dele, puxando-o por completo para si, fazendo-o suspirar durante o beijo, contorcendo-se ainda mais forte contra ele. A barriga dele encostou em sua ereção e Hoseok sentiu um tremor passando pelo músculo da coxa.

Como ele o queria! Aquilo era loucura. Os dois estavam cobertos de turfa e lama até a cintura. Não poderia de jeito nenhum tirar a virtude dele ali, no chão, debaixo de chuva, no frio. Mas ele não conseguia mais aguentar a tensão crescente. Seu membro latejava em vão, preso debaixo do tecido molhado de seu kilt. Ele estava desesperado por algum tipo de contato. Resistência. Toque. Calor. Precisava assumir o controle.

Com um movimento rápido, Hoseok o colocou de frente para si e ficou sobre ele, acomodando-se entre suas coxas.

Quando seu membro finalmente encontrou o contato pelo qual ansiava, gemeu de prazer.

Taehyung gritou de dor. Hoseok parou no mesmo instante. Apoiando-se nos antebraços, examinando a expressão assustada dele.

— O que aconteceu? Você está machucado?

— É a minha perna. Eu... eu o desloquei ao sair do atoleiro.

Oh! Ele estava machucada o tempo todo? Enquanto o atacou naquela encosta como se Tae fosse uma ovelha e ele o último lobo da Escócia?

— Não se preocupe. Vou levá-lo  agora mesmo para o castelo.

Soltou o tecido extra que usava jogado por cima do ombro. Segurando  Tae perto do peito, envolvendo-o com esse tecido para mantê-lo aquecida. Em seguida, o pegou nos braços.

— Espero que saiba que você está arruinando suas chances de se deitar comigo — O ômega disse. — É impossível que eu consiga desprezá-lo quando você fica me beijando assim e me pegando no colo todo dia.

Hoseok fez uma expressão triste.

— Amanhã você pode aprender a me odiar de novo. Hoje você não vai chegar a lugar nenhum.


{...}

Quando os dois voltaram ao castelo, molhados, enlameados e gelados, Hoseok começou a dar ordens ainda com Tae no colo.

Ele orientou Becky a trazer cobertores. A cozinheira recebeu ordem de começar a esquentar água para um banho. E ele insistiu que Seokjin, seu médico de campanha, examinasse a perna de Taehyung.

— Não é nada — o ômega garantiu ao médico depois que estava envolta em uma colcha velha e deitada em uma espreguiçadeira em seu quarto. — Eu só desloquei. Fui burro o bastante para pisar emvum atoleiro.

Jin tirou a lama da perna dele e, com cuidado, virou o pé para um lado e outro, testando a reação dele.

— O inchaço é moderado. Não parece sério.

— Foi o que eu tentei falar para o Hoseok. Mas ele não me escuta.

— Se você quisesse andar agora, eu não o impediria — disse o médico, e ele concordou com a cabeça.

— Tenho certeza de que você já mandou soldados de volta à batalha em situação muito pior.

— Mas você não é um soldado. — Ele arqueou as sobrancelhas. — Se o seu ferimento ainda está dolorido, eu posso dizer ao capitão que você precisa de descanso, e que ele precisa adiar por alguns dias a lua de mel.

Isso. Aquele era o golpe de sorte que ele precisava. Ele aceitaria qualquer desculpa para manter Hoseok afastado por mais alguns dias.

— Agora que você falou, meu joelho está bem dolorido. Acredito que descanso me faria bem, sim.

Tae sorriu para si mesmo enquanto o cirurgião guardava seus instrumentos na bolsa. Hoseok não ficaria contente com consigo, mas foi ele que insistiu em ouvir a opinião do médico e não poderia ignorar o conselho de Seokjin. Enquanto o médico desenrolava os punhos de suas mangas, o jovem viu uma cicatriz irregular no antebraço direito dele.

— O que aconteceu aí? — Fez uma careta.

— Ah, isto? Uma baioneta. Não é tão ruim quanto parece. Deveria ter cicatrizado melhor, mas você sabe como é. Em casa de ferreiro, o espeto é de pau, e o médico de campanha não é costurado direito.

— Parece que de tempos em tempos até o médico precisa ser tratado.

O mais velho concordou.

— E de tempos em tempos até o comandante precisa ouvir o que deve fazer. Às vezes seria bom se o capitão recebesse algumas ordens. — O alfa piscou um olho para o ômega. — Não precisa ser tímido com ele, meu jovem.

— Obrigada pelo conselho. — Tae sorriu.

Depois que Jin saiu, Becky entrou com dois jarros de água fumegante, que ela virou na banheira para preparar o banho de Tae.

Ah, um banho. Aquela era uma das ordens de Hoseok que ele não tinha nenhum desejo de contrariar. Depois da lama e da chuva gelada, um banho quente era tudo o que  precisava.

Tae usou toalhas velhas e trapos para tirar o máximo possível de turfa do corpo, para não enlamear a água do banho. Então resolveu usar uma das compras da tia Hwasa e acrescentou uma boa dose de linimento com aroma de lavanda à água. Em seguida,  mergulhou o corpo na banheira fumegante.

Um gemido involuntário escapou de seus lábios quando a água quente envolveu seu pescoço... Que delícia... Era quase tão reconfortante quanto um abraço caloroso.

A tensão em seus músculos começou a se desfazer. Todo o relaxamento foi arruinado, contudo, quando Hoseok abriu aporta com um estrondo.

Taehyung soltou uma exclamação e se encolheu, afundando mais na banheira e usando os braços paraesconder suas partes mais secretas.

— Você não sabe bater na porta, não?

— Não na minha própria casa.

Tae olhou para a toalha na beira de sua cama. Longe demais para alcançar sem se expor.

— De acordo com Jin — ele disse, irritado —, não devo tocarem você. Durante vários dias.

— Oh? — Inclinou a cabeça com ar de inocente. — Que pena.

— Pare de fingir que não foi você que pediu para ele dizer isso.

— Foi você que insistiu para que ele me examinasse. Não pode ignorar a opinião dele. — Passou a esponja pelo braço, soltando espuma no caminho. — Como nós estamos proibidos de fazer atividades vigorosas, acho melhor você usar o quarto que Becky preparou.

— Isso não vai ser necessário. De jeito nenhum vou dormir no fim do corredor. — Ele expirou, ranzinza.

— Vou partir. Eu

— Partir?

— Não precisa ter muita esperança. É só temporário. Preciso encomendar madeira para as novas casas, então vou até FortWilliam. A viagem deve demorar dois ou três dias. Quando eu voltar, espero que você esteja com a saúde perfeita.

Ele o olhou torto e o recado foi transmitido com perfeição. Apesar do calor da água do banho, sua pele ficou toda arrepiada. Quando ele voltasse, sua paciência estaria no fim. Taehyung não teria mais como adiar a lua de mel. Ao fim de três dias, ou estaria livre dele... Ou se tornaria seu marido oficialmente.

O Noivo do capitão | VHope Onde histórias criam vida. Descubra agora