Capitulo - 20

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Sentidos


Amanda Leth Salvatore

Eu estava cantando bem ou talvez, a música eu já tinha decorado por completo, a professora de canto que estava me ajudando e dando dicas estava na minha frente sentada em uma cadeira. O pessoal da dança já havia ido embora e nada da minha mãe aparecer, desejava que ela não chegasse aqui e se chegasse eu tinha que aguentar.

Mas para meu pesadelo era assim, parecia que eu tinha pedido para isso acontecer, a mulher alto que se vestia muito bem entra pela porta da sala aonde estávamos usando para ensaiar, entrou em silêncio e nele ficou, bom era o que esperava.

- Vamos cante, não seja tímida. - Falou mamãe tirando aquele silêncio que ela mesmo provocou.

Seus olhos estava um puro caos, era isso que mostrava, às vezes.

Inspirei e respirei e voltei a cantar, mas parece que o bom que a professora me ensinou foi-se junto com a coragem , errei, a professora só observou, tentei de novo, mas o nervosismo  fala mais alto.

Por favor mantenha a calma.

Não erre.

Não deseje apanhar aqui.

- Faça certo. - Falou mamãe tirando minha atenção.

Mais uma vez, tento mais sair errado. - novamente como se fosse aquilo que eu mais queria, mas era a coisa que eu menos pedia.

- Amanda meu amor se concentre, você canta bem. - Falou a professora dando pequenos gestos para me acalmar.

Tento mais uma vez, mais nada, a minha voz falha, não sai nada.

Eu vejo a mulher que estava vestida de preto e seu terno como de costume se levantar, aquela cena, tão real quanto qualquer outra, eu implorava e pedia por dentro por misericórdia e piedade. Deus, meus pecados, o desespero bateu como um chute no estômago e não era um pesadelo era tudo verdade, ela vinha como se fosse ceifar a minha vida, era sua diversão, pura diversão me fazer como um erro.

Mamãe se aproximou em pequenos passos que mais parecia uma eternidade e assim que parou em minha frente me deu um tapa fazendo virá o meu rosto, o local ardia e eu nem tinha coragem de olhar em seus olhos.

- Olhe, se não olhar eu mesma faço. - Falou mamãe com um tom de fúria.

Virei meu rosto para encontrar o seu e via seus olhos claramente de pior forma, via ódio, vingança, um puro desprezo.

Sua mão foi de encontro ao meu queixo me fazendo olhar fixamente para seu rosto.

- Por favor, Senhora Francisca, não é necessário o uso da força para cantar. - Falou a professora tirando a atenção de mamãe.

- Não se meta dona Galisteu, ou sofrerá as consequências pesadas. - Falou mamãe em puro desgosto e raiva.

- Temos que manter a calma. - Falou a professora que já estava em pé.

- Saia, saia ou eu mesmo tiro você com minhas próprias mãos. - Falou mamãe virando o rosto para onde a professora se encontrava.

- Por favor, tente conversar com sua filha. - Falo ela com calma.

- O que você viu aqui deve ficar nessa sala, se a senhora falar a alguém o que viu o seu corpo será servido de comida aos abutres. - Falou mamãe com raiva. - Saia. - Esbravejou voltando a olhar para mim.

Não saia por favor.

Não me deixe sozinha.

Não me deixe com esse monstro.

𝑷𝒓𝒐𝒕𝒆𝒈𝒊𝒅𝒂 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝑺𝒕𝒂𝒍𝒌𝒆𝒓 Onde histórias criam vida. Descubra agora