Antes que ele morresse, ele se lembrou de uma Bruxa Branca, que lhe dera um pingente como proteção para que conseguisse escapar. Ela era uma feiticeira bondosa que vivia na floresta, e que ele havia conhecido em uma de suas andanças. Ela se interessou por ele, e lhe ofereceu abrigo e companhia. Ela lhe contou sobre o culto e o livro, e lhe advertiu dos perigos que eles representavam. Ela lhe deu o pingente, dizendo que era um amuleto mágico que o protegeria de qualquer mal.
Zalazar não levou a sério as palavras da Bruxa Branca, mas aceitou o pingente por gratidão e cortesia. Ele não acreditava em magia, nem em bondade. Ele pensou que a Bruxa Branca era apenas uma velha louca e solitária, que queria sua atenção e seu afeto.
Ele estava errado.
O pingente era um presente sincero, um gesto de amor e esperança. A Bruxa Branca sabia que Zalazar era um homem rude e egoísta, mas também via nele um potencial para mudar e se redimir. Ela queria ajudá-lo a encontrar um sentido para sua vida, além da violência e da ganância.
Ela também sabia que o pingente era mais do que um simples amuleto. Era uma relíquia sagrada, um fragmento de uma estrela cadente que caíra na Terra há muito tempo. Era uma fonte de luz e calor, capaz de afastar as trevas e o frio.
Era uma arma contra o mal.
Quando Zalazar abriu o livro maldito, ele ativou o pingente sem saber. O pingente brilhou com uma luz intensa, que iluminou toda a mansão. A luz feriu os olhos da entidade cósmica, que recuou com um urro de dor. A luz também despertou Zalazar de seu torpor, que sentiu uma ponta de esperança em seu peito.
Ele aproveitou a distração da entidade para arrancar o livro de suas mãos, usando toda a sua força e vontade. Ele jogou o livro longe, esperando que ele se incendiasse com a luz do pingente. Ele correu em direção à saída, procurando uma forma de escapar da mansão.
Ele não sabia se conseguiria sair vivo dali, mas estava disposto a tentar.
Ele estava arrependido.
Ele estava grato.
Ele estava vivo.
