Barra de cereal não é almoço

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LUÍZA

Uma semana se passou e, sinceramente, foi exaustiva demais. Estou sentindo que estou vivendo no automático, sem nem ao menos ter tempo para refrescar a mente. Agora estou na faculdade, mas confesso que não consegui prestar atenção na primeira aula. 

Minha mente está tão sobrecarregada com as diversas tarefas que tenho que realizar, desde as responsabilidades em casa, as demandas do clube e até da balada. Parece que estou apenas seguindo o fluxo, sem tempo para realmente absorver o que está acontecendo ao meu redor.

Minha atenção volta para a professora quando ela coloca uma data no quadro. Ela começa a explicar sobre um trabalho que teríamos que realizar, e percebo que teríamos apenas dois dias para concluí-lo, já que deveríamos apresentá-lo na próxima aula, "bem-vinda à faculdade" rs. 

O trabalho consistia em fazer uma entrevista, e a professora mencionou que seria excelente se conseguíssemos entrevistar alguém "relevante" - o que discordo, pois acredito que todos têm sua relevância. No entanto, entendi que ela se referia a alguém famoso. A tarefa exigia que fizéssemos no mínimo três perguntas e que a entrevista fosse gravada em vídeo, entre outros requisitos. 

A aula se resumiu basicamente a falar sobre esse trabalho e, logo em seguida, fomos dispensados. Fiquei com a sensação de que todas essas informações poderiam ter sido simplesmente enviadas por e-mail.

Claro que enquanto a professora falava, automaticamente pensei nos jogadores do Vasco, seria ótimo se eles pudessem me ajudar com esse trabalho. No entanto, só tenho mais intimidade com um deles, o Pec. 

Abri meu celular no Instagram, já que não tinha o contato dele, e decidi enviar uma mensagem direta. Fui direto ao ponto, já que não tinha tempo para enrolação: 

Oi, Pec. Boa noite! 

Desculpe mandar mensagem a essa hora, mas preciso de uma ajuda com um trabalho da faculdade. 

Será que eu poderia te entrevistar? Seriam apenas três perguntinhas sobre futebol. 

Ficaria muito grata.

Desliguei o celular ansiosa pela sua resposta e comecei a arrumar minhas coisas para ir para casa. Ao chegar em casa, peguei o celular e vi uma resposta de Pec. 

Boa noite, Luíza!!! 

Consultei o pessoal para não ter problemas, mas eles autorizaram. 

Fico feliz por ter pensado em mim. 

Espero poder ajudar.

Sorri com a mensagem, Pec sempre muito disposto a ajudar.

Optamos por dar continuidade à conversa pelo WhatsApp para combinar um horário e local para fazer a entrevista. Marcamos para depois do treino, quando ambos estiverem liberados. Nos despedimos e decidi colocar outros trabalhos em dia antes de ir dormir.

📷

Acordei com o despertador gritando na mesinha do meu quarto. Levantei e sem perder tempo, fui até a cozinha tomar água enquanto coava o café. Sim, sou viciada em café e não consigo ficar sem. Ultimamente, não tem feito tanto efeito de dar energia, talvez porque meu organismo tenha se acostumado, ou talvez seja porque ando bem desanimada com toda essa rotina doida que é a minha. Mas não posso me deixar abater, tenho que seguir em frente.

Depois de tomar meu café, me arrumo e saio de casa, rumo ao CT. Hoje é o dia da entrevista com o Pec, e estou um pouco nervosa, mas ao mesmo tempo animada. Vai ser legal poder conversar com ele sobre futebol e aprender mais sobre esse mundo que tanto me fascina. 

(REVISANDO) Um amor que se revela - nos campos e nas imagens - Pedro RaulOnde histórias criam vida. Descubra agora