A garota em minha porta

Capítulo 6 - Histórias, nossas histórias

Olá, gente! Aqui está o capítulo de hoje, espero que gostem❤️

*Vou começar a postar apenas uma vez por semana, provavelmente sábado ou domingo! Prometo que tentarei seguir isso desta vez! Boa leitura!

**Se vocês interagirem bastante, posto outro capítulo amanhã <3
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A mulher estendeu a mão em direção ao filho, que hesitou por longos segundos, mas finalmente rendeu-se e aceitou o gesto, levantando-se cautelosamente do chão. A mão de sua mãe era suave demais, como se ele segurasse entre os dedos um tecido de algodão. Vincenzo e a mãe trocaram olhares por um breve momento e, naquele instante, ela sorriu tênue, fazendo o coração do homem se apertar e uma onda suave de saudade despertar nele. O sorriso de sua mãe lhe fazia tanta falta...

- O que está havendo, mãe? Eu estou ficando louco, é isso? – Vincenzo questionou, enquanto sua mãe o guiava em direção à uma das poltronas, já desgastadas pelo tempo. A distinção entre o real e o irreal, para o homem, já estava difusa e distante. Ele ainda não sabia se estava alucinando ou se realmente sua mãe estava ali, ou o espírito dela, que fosse, mas estava disposto a ouvi-la.

- Você não está enlouquecendo, filho – Eudora falou de forma suave, passando uma das mãos nos cabelos ruivos de seu filho, gesto que fez Vincenzo fechar os olhos a levar as mãos até às têmporas, apertando-as com força. A mulher posou dois dedos no queixo do filho e forçou um pouco, lhe fazendo olhá-la nos olhos.

Todos os detalhes dela pareciam excessivamente real. A textura da pele adornada por algumas sardas, os olhos verdes e profundos, levemente cristalinos, o sorriso com destes perfeitos, brancos e alinhados. Não parecia apenas uma ilusão passageira, ainda sim, poucos detalhes faziam Vincenzo crer que aquela não era, de fato, a sua mãe.

- Vai me explicar o motivo de tudo que está acontecendo comigo? – Vincenzo soltou um suspiro pesado e encarou a mãe, esperando ela dizer alguma coisa. Sua voz saiu num sussurro trêmulo, seus olhos se encheram rapidamente e ele desviou o olhar – Há poucos dias, minha vida era completamente normal... não posso dizer feliz, pois acho que eu nunca fui completamente feliz, mas a minha vida era normal e tranquila. Agora tem uma garota visivelmente perturbada em minha casa e, teoricamente, estou conversando com um espírito, me questionando se você realmente morreu ou...

- Eu estou morta, Vin – Eudora afirmou, interrompendo o filho – Você apenas reavivou o meu espírito quando leu as coisas que escrevi naquele livro, afinal tinha um pequeno feitiço oculto entre as palavras, apenas esperando que alguém o lesse – A mulher sorriu mais uma vez, agora acomodando-se em outra poltrona, posicionando-se de frente para o seu filho. Com serenidade, ela cruzou as pernas e respirou, como se o ar fosse capaz de fazer seu coração voltar a pulsar – Sua história começou a muito tempo atrás, ou melhor... nossa história...

- Você está indo bem, querida... está indo bem – O homem de cabelos escuros estava posicionado entre as pernas de sua esposa, enquanto ela passava pelo difícil processo que era o parto, mas aquele estava sendo o mais dolorido e cansativo.

A mulher ruiva, com os cabelos colados na testa devido ao suor, apertou os olhos com muita força e puxou o ar, sentindo suas forças cessarem. Ela gritou como nunca havia gritado antes, sentiu como se todos os seus ossos estivessem se quebrando em mil pedaços.

- Estou vendo a cabeça do nosso filho, querida! Vamos, está acabando! – Darian Ricci tinha a voz levemente animada, mas também estava preocupado demais, afinal ele havia presenciado todos os partos dos filhos e, de longe, aquele estava sendo o mais demorado.

Mais alguns minutos se passaram e, finalmente, Eudora sentiu o pequeno corpo sair completamente e um choro fino e sentido irrompeu no ambiente, fazendo ela suspirar aliviada. Darian Ricci não conteve o sorriso quando pegou o pequeno filho nos braços e o embalou numa toalha.