Capítulo 10 - O bruxo dentro de mim

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Notas: Boa tarde, amiguinhos! Espero que vocês apreciem o capítulo de hoje e, desde já, peço desculpas pela demora! 

**Os erros de digitação serão corrigidos assim que o capítulo for revisado. 

**Não se esqueçam de votar e, caso queiram, comentar no capítulo. Eu amoooo interagir com vocês, inclusive estou pensando em fazer um twitter para mais interações, o que vocês acham? Me digam, pessoinhas!

Até mais e boa leitura!

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- Alessia é uma criança espirituosa – Pontuou Vincenzo, enquanto caminhava em direção à cozinha, com Petra aos seus calcanhares. No fundo ele estava relativamente irritado, afinal já havia deixado claro, de diversas formas, que não tinha pretensão nenhuma de ser pai daquele projeto de bruxa. Definitivamente, não era esse o seu chamado, ao menos era o que ele acreditada – Ela confia em você. Suponho que esteja fazendo um bom trabalho.

Petra sorriu com sinceridade, orgulhosa de ter recebido um elogio vindo de seu patrão.

- Eu trabalho com crianças desde os meus doze anos – A mulher falou, mas Vincenzo já sabia disso, afinal isso estava bem explícito em seu currículo – Ser babá sempre foi minha fonte de renda, então me aperfeiçoei bastante ao longo do tempo.

- Tenho ciência de tudo isso, Petra - Afirmou o ruivo, abrindo a imensa porta da geladeira e lançando um olhar curioso para o interior do eletrodoméstico. O conteúdo ali presente era vasto e variado, e Vincenzo não poderia sentir-se mais satisfeito com aquela visão. Na verdade, em nenhum momento de sua existência, ele havia se deparado com uma geladeira desprovida de suprimentos. Ele estava plenamente consciente de sua posição privilegiada, e esse entendimento era algo que o preenchia de satisfação. Era uma verdade que ele admitia, ainda que fosse carregada de egocentrismo e pretensão. E essa reputação ele não negava, pois era um fato conhecido por todos à sua volta.

Por outro lado, Petra frequentemente se via tomada por uma sensação de espanto diante da abundância de mantimentos que se encontravam dispostos ali. Afinal, a mulher trazia consigo uma história de origens modestas, tendo crescido em uma família de poucos recursos. O salário que recebia como babá jamais havia sido o suficiente para elevá-la acima da linha da pobreza; ao contrário, servia principalmente para assegurar sua mera sobrevivência, em vez de proporcionar-lhe uma vida verdadeiramente plena. Diferentemente de muitos, Petra não tinha filhos, nunca havia experimentado o matrimônio e seus irmãos residiam a uma considerável distância, o que resultava em uma falta de preocupação direcionada a ela.

Apesar do sorriso gentil, calmo e doce que ela trazia consigo, a mulher carregava muitas cicatrizes e trabalhar com crianças, de certa forma, a fazia se distrair da sua cruel realidade.

Petra fixou seus olhos em Vincenzo, movida por uma curiosidade genuína que a impelia a observar cada gesto dele com atenção. O homem, por sua vez, estendeu sua mão com decisão, selecionando com um cuidado quase meticuloso alguns vegetais da geladeira: cenouras, batatas, pimentões e, por fim, uma cabeça de cebola. Era um quadro peculiar, considerando que o ruivo não se aventurava frequentemente na cozinha; na verdade, haviam se passado anos desde a última vez em que ele havia assumido a tarefa de cozinhar. Entretanto, diante da enfermidade de Amélia, essa dinâmica estava fadada a mudar momentaneamente. Afinal, era ela quem normalmente ocupava o papel de cozinheira, mas com sua condição de saúde debilitada, Vincenzo se via compelido a tomar as rédeas da situação, pelo menos durante o período em que a jovem estivesse em repouso.

O ruivo pegou uma tábua de madeira, dispondo-se a picar todos os legumes em pedaços pequenos e, após alguns minutos, encheu uma panela de água e colocou tudo aquilo para cozinhar. O homem não sabia usar temperos, mas também não queria parecer burro na frente da babá, então pegou os frascos com os temperos e leu, como se realmente soubesse o que estava fazendo. Quando estava prestes a jogar capim limão na panela, sentiu as mãos de Petra lhe impedindo e ele olhou para a mulher com as sobrancelhas unidas, indignada com sua astúcia. Ela até podia ser muito mais velha que ele, mas era sua funcionária e, consequentemente, estava um pouco abaixo na hierarquia.

A garota em minha portaOnde histórias criam vida. Descubra agora