6_Despertar

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- Midorya?- ela encarou o garoto com um tiquinho de surpresa. 

- Olá Trindade san- ele a cumprimentou com um sorriso. 

- O treino rendeu bem em - ela observou os músculos dele. 

- Sim - ele sorriu feliz. 

- Então despertou uma quirk atrasada? - ela repetiu o que ele tinha falado quando perguntou. 

- S-sim - ele gaguejou não mantendo contado visual, e ela arqueou a sombracelha. 

- Que bom - sorriu ignorando a mentira evidente, viu que ele não falaria a verdade, e também não era do interesse dela. 

- Obrigado, até - ele se despediu quando recebeu a sacola de pães. 

- Até. Despertou é? - ela não era idiota, sabia que se fosse o caso, o mundo todo estaria divulgando a notícia em êxtase. Mas como pensou anteriormente, não era de seu interesse, e nem da sua conta como ele conseguiu uma individualidade. 

Aquele era o último dia de trabalho dela, logo seria Natal, e ela estaria no emprego novo. 

Coitado de Tomura, ela nem havia notado o desespero dele, quando abriu aquela carta de aprovação. 

- Senhorita Trindade san- o dono da lanchonete se aproximou. 

- Senhor - ela saiu de trás do balcão com o uniforme dobrado e limpo já. A sua frente estava seus colegas de trabalho

- Quero lhe parabenizar pelo excelente trabalho que esteve fazendo esses três anos que esteve conosco. Nunca arranjou encrenca, e aprendeu rápido, foi muito querida por todos nós, mesmo tendo esse jeito quieto. - ele sorriu levantando o bigode, enquanto Samara sentia seu coração acelerar pelos elogios. - como comemoração, estou convidando você e o resto da equipe para uma noite de rodízio de pizza para todos nós, sei que é sua folga de heroína. 

- Não precisa... 

- Eu insisto, e se negar mais uma vez, terei que dar uma última ordem como chefe - ele virou de costas indo embora. 

- Certo - ela concordou enquanto seus colegas batiam Palmas - posso convidar uma pessoa? 

- Sim, e seus pais já foram convidados. 

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- Tomura... - a ligação caiu novamente, ela queria convidar, e ele aceitou, mas agora estava atrasado e não atendia o celular. 

- Trindade chan temos bolo também- um de seus colegas sorriu apontando para o bolo de dois andar. - venha comer, tenho certeza que ouve algum problema com seu amigo. - ele saiu do restaurante. 

- Mas... 

- Venha. - ela concordou entrando novamente, e indo comemorar. 

Ao longe no escuro, Tomura encarava a pequena festa sem ter coragem de dar um passo, ele colocou as mãos no bolso e foi embora. 

Samara encarou pela vidraça vendo a pessoa encapuzada e correu para fora. 

- Tomura - ela simulou um gritinho, não gostava de aumentar sua voz, então era estranho falar tão alto agora, a pessoa travou e virou mostrando Shigaraki. - por que está indo embora? - ele fez uma careta e abriu a boca, mas imediatamente a fechou, ele empurrou os braços mais fundo no bolso. - a... - ela sorriu de leve- espere. - simplesmente voltou correndo. 

Tomura viu ela entrar, conversar com seu chefe, que sorriu e se curvou, e logo saiu carregando dois pedaços gigante de bolo, e uma caixa com dois pedaços de pizza, e um litro de refri de acompanhamento. Tudo organizado em uma caixa.

- Para que tudo isso? - ele a encarou. 

- Você só parecia um cachorrinho abandonado - ela disse. 

- Não preciso da sua pena. - ele resmungou seguindo ela. 

- E eu não estou dando minha pena. Mas é mais valioso para mim ter sua companhia e comida, do que estar lá. Eu agradeço o que eles me fizeram, mas eles sabem que eu já fiquei o suficiente junto de muita gente- ela riu de leve abraçando o braço dele que estremeceu e logo a ajudou carregando o litro e a pizza. 

Ambos ficaram em silêncio, mas Tomura encarava o rosto dela aproveitando sua altura, e se sentindo um idiota por estar tão desequilibrado apenas por uma garota, mas quanto mais olhava mais sentia o carinho crescendo como chama em seu peito e o queimando. Ele não tinha medo de se queimar. 

- Estava me olhando bastante - ela comentou quando chegaram no parque e se sentaram na grama. 

- Apenas admirando. 

Ela sentiu suas bochechas queimando, como se tivesse febre. 

- Tomura... - ele a beijou como se não houvesse amanhã. 

O calor de seu rosto desceu para todo o seu corpo, e ele sentiu como ela estava quente, não metaforicamente falando. Os lábios ressecados dele não a incomodava mais.

- Você tá quente - ele riu. 

- Idiota - ela sussurrou. - meu poder é sobre o calor.

- Não, você está assim por que está desejosa. - ele se afastou um pouco vendo o quão vermelha ela estava. - está linda. 

- Tem alguém aqui? - uma voz interrompeu o sussurro de ambos, que se afastaram um pouco, em poucos segundos um guardinha apareceu- Oh, é apenas um casal - ele iluminou a comida - um piquenique? Bom proveito, só não esqueçam de jogar o lixo na lixeira. 

- Certo - Samara concordou, afinal Tomura não parecia com vontade. 

O guardinha os deixou em paz. 

- Por que sempre aparece esses arrombad... - não pode terminar porque Samara delicadamente pegou o rosto dele e começou outro beijo, o fazendo esquecer o que dizia. 

- Daqui a dois dia é o Natal, vai aparecer? 

- Tenho né. 

- Não vou te forçar, mas tem que fazer isso. - ela falou. 

- É, eu sei. 

- Que bom que sabe. - ele revirou os olhos na brincadeira enquanto se encostava no braço dele pensativa.

Salvação ou Destruição? Onde histórias criam vida. Descubra agora