Capítulo 13 | Reencontro

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[ 18:50 ]

Como se eu tivesse o poder de me teletransportar pelo espaço-tempo, me vi novamente naquela fatídica e animada noite de baile em meu Reino. Naquele salão, em meio a milhares de pessoas sorridentes, com os seus drinks em mãos e de conversas paralelas.

No entanto, não era nisso que a minha mente estava se focando naquela hora. Pouco lhe importava os convidados e o clima agradável, e até mesmo elegante, daquela festa. O que verdadeiramente estava chamando a sua atenção, e continuava a se reproduzir em minha cabeça, era a minha dança e as sensações prazerosas que vieram juntamente dela.

Dentre tudo o que senti, estar flutuando como uma pluma sobre aquele salão foi o que mais me marcou. Não tenho dúvidas disso. Era como se o chão brilhoso daquele salão se transformasse na mais leve nuvem do céu e os meus pés, apesar dos movimentos rígidos e bruscos de uma dança, pousassem sobre tal solo suavemente.

Entre alguns flashes da minha dança e as suas sensações adoráveis, algo a mais tomava conta da minha mente. Não sabia certamente o porquê e nem o que havia estimulado aquilo, mas a fisionomia do meu parceiro de dança também marcava a sua presença em minhas recordações. Os seus toques em meu corpo, ora brutos, ora delicados, também se mantinham vivos em minha memória, como se existisse uma razão absoluta para que essas lembranças retornassem e tentassem, de todas as maneiras possíveis, me relembrar dele.

Tudo parecia muito confuso e intrigante. Meus pensamentos e ideias se misturavam com as minhas memórias e uma grande bagunça era feita. Felizmente, antes que tentasse de forma falha desatar esse nó mental, tive a minha mente arejada e as minhas lembranças dissipadas como poeira ao vento. Minha visão se clareou com o cessar dos flashes de memória e, logo que retornei para a realidade em que pertenço, me vi com os meus olhos focados no bendito sujeito a minha frente. Quem eu tinha a certeza de já ter visto em algum momento da minha vida e que ainda me segurava firmemente pela cintura, impedindo a minha queda abrupta e francamente ridícula.

Foi aí que tudo se esclareceu, sem qualquer esforço externo. Para ser mais clara, tudo se transcorreu como em um quebra-cabeça trabalhoso, onde a sua última peça foi devidamente colocada em seu lugar de direito e a ilustração de tal enigma foi finalmente completa. No caso, posso afirmar que a ilustração se tratava do reconhecimento óbvio desse indivíduo a minha frente.

Como eu já esperava...eu não estava delirando quando comentei que já havia visto esses benditos olhos avermelhados em algum lugar. É ele.
Eu sei que é ele!

Suyen: é você... ― resmungo, tendo ainda mais certeza de quem se tratava de acordo com o quanto observava aqueles olhos. ― naquela manhã, no vilarejo. Quando me roubou. Foi você. E...e no baile, usando uma máscara, quando me devolveu o meu bracelete e dançou comigo, também era você. Não era? ― sou direta, sem qualquer intenção de enrolar para descobrir a verdade disso tudo.

Não adianta ele negar.
Eu sei que é ele.
Não tenho dúvida nenhuma disso!

??: Argh! Você não cansa de trombar nas pessoas não, desgraça? ― ignora todas as minhas perguntas e, sendo um tanto bruto nos movimentos, afasta-me de si mesmo, se dirigindo para longe tranquilamente.

Ma-mas...
QUE P*RRA foi...-
Argh! Isso é sério mesmo?!

Indignada, elevei o saiote do meu longo vestido mais uma vez e, sendo rápida nos passos, segui atrás daquele cara idiota. Eu não desistirei tão fácil, se é isso que ele pensa. Eu sou a princesa Suyen Mizuki!
Fora isso, um dos lemas da minha família é nunca desistir, em hipótese alguma! Ou seja, esse cara escolheu a dama errada para provocar!

A Princesa e o GuerreiroOnde histórias criam vida. Descubra agora