Capítulo 48 | Calma

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[ 14:30 ]
= Nos aposentos da casa do Bakugou e de Suyen, na Vila Secreta =

Como isso pôde ter acontecido?
Como...como eu deixei isso acontecer?
Era... Era o meu filho.
O meu Kazuki. Eu... Eu devia ter me oferecido no lugar dele.
Toya deveria ter me levado, e não levado ele.
Por que, meu Deus?
Por que...por que essas desgraças nas não param de acontecer?! Por quê?!
Por que...por que nada da minha vida dá certo?!

Ele levou o meu filho. Nem sequer se importou com a minha dor. Ele...ele simplesmente o levou de mim!
Por que, caramba?! POR QUÊ?!

Suyen: o que eu faço, meu Deus? ― pergunto, em meio aos soluços decorrentes do meu choro recorrente. ― o que...o que eu faço...? ― ouço passos lentos, mas firmes, sobre o chão amadeirado daquele quarto e logo braços de grande tamanho, e de grande conforto, cercam-me. ― e-eu...eu não consegui...não consegui proteger o nosso filho dele, Katsuki. ― deixo a minha face contra o seu peito, recebendo, em uma maneira de me acalmar, um acalentador carinho entre os meus cabelos. ― e-eu...eu fui uma mãe horrível, Katsuki! Toya...Toya levou nosso menino, e...e eu...e eu não pude impedí-lo! ― cravo as minhas unhas em suas vestes, chegando a tremer de desespero. ― eu...eu perdi o nosso filho! Eu perdi ele. Perdi o Kazuki!

Bakugou: ei... ― sinto os seus lábios sempre tão quentes e dóceis encostarem na pele de minha testa, depositando ali um meigo selar. ― você não perdeu nada, Suyen. ― garante, como se aquela mentira mal contada fosse me tranquilizar tão facilmente. ― e a culpa não é sua, entendeu? Ei, olha para mim.

Simplesmente obedeci, mesmo sem ter a devida coragem de olhar em seus olhos mais uma vez, depois da merda que deixei acontecer.

Bakugou: nós vamos ter o nosso filho de volta, ouviu bem? E eu farei de tudo para que isso realmente aconteça, e que você, meu amor, nunca mais chore. Estamos entendidos? ― declara, acabando por fazer-me chorar ainda mais, emocionada pelas suas palavras. ― aquele maldito não fará nada contra o nosso menino, falou? Kazuki é como uma isca contra nós dois, entende? E o Toya não arriscará perder esse "bem de valor", que nos mantém em seu alcance. ― esclarece, conseguindo acalmar-me com tais falas. ― fica calma, Suyen. ― ele me abraça com mais força, aumentando consideravelmente o aconchego que sentia. ― shhh... O Kazuki está bem. Eu sei que está, meu amor. Confia em mim, okay?

Suyen: eu confio... Eu confio em você, Katsuki. ― afasto a minha face de seu peito e, após enxugar os meus olhos das lágrimas que os umideciam, me voltei ao loiro. ― mas... Eu não confio no Toya, entende? Ele...ele é imprevisível e...-

Bakugou: escuta o que eu estou te dizendo, Suyen. ― insiste, olhando-me nos olhos. ― Toya Todoroki, não fará nada contra o nosso bebê. Eu estou te afirmando isso, com toda a certeza que possuo, não 'tá vendo? ― eu acabo assentindo, sendo, por fim, convencida. ― me entendeu agora? ― eu concordo com a cabeça, pela segunda vez. ― então, repete o que eu falei. ― pede e eu, mesmo com o meu interior uma bagunça completa, acabei rindo. ― eu disse que iria te fazer sorrir, não disse?

Suyen: não, Katsuki. Você não disse isso. ― nego, o provocando apenas por distração.

Bakugou: então, estou dizendo agora, p*rra. ― eu reviro os olhos, voltando para aqueles braços aconchegantes.

Suyen: eu te amo, sabia? ― aproximo o meu rosto do seu, mantendo os meus lábios no alcance dos seus.

Bakugou: tsc. ― resmunga, ríspido. ― eu também...também te amo. ― confessa sem jeito, retirando-me um grande sorriso, antes do próprio ter se esvaecido durante um beijo.

A Princesa e o GuerreiroOnde histórias criam vida. Descubra agora