08| NEW YORK

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- Dark Side

O I T A V O

(...)

• H a r r y •

Senti a pequena pílula escorregar por minha garganta, arranhando a mesma. Engoli toda a água do copo.
Quantos comprimidos já foram? Um ?Dois? Quatro?
Não sabia sequer responder, perdi as contas de quantos remédios para dormir já ingeri. Minha cabeça latejava e meu estômago já estava a corroer-se. Passei meus dedos nos cantos dos olhos, deslizando o dedo por meu nariz, e olhei meu reflexo no espelho.Mais um vaso havia se estourado em minha vista. Bufei.

Isto era tudo culpa dela.

Ela foi egoísta o suficiente , para fazer-me ficar com uma merda de insônia ,dores de cabeça e crises de ansiedade. Isto tudo por seus mimos imbecis de rapariga. Por ver o mundo cor de rosa. A raiva pela Angie consumia-me, eu devia ensina-la boas maneiras que uma menina deve ter. Eu lhe mostraria aquele objeto que a amendontrava, algo que a ensinava ter respeito por nós dois. Era para o bem dela.

É claro seus pais não lhe davam a atenção necessária para lhe ensinar os modos de uma menina perante ao homem. Ou seja perante a mim, seu homem.

Angie costumava a sofrer bastante com a falta de atenção de seus pais sobre si. Ela sempre foi uma menina amorosa que sempre se colocou no lugar dos outros, gostava um bocado de receber abraços e beijos. Como eu sabia disso, vivia sempre a paparica-la. Seu jeito doce é magnífico, muita das vezes me distraía observando cada movimento seus , do mover dos pés até um piscar de olhos. Ela é tão linda e tão deslumbrante. Ela é minha musa, apenas minha.
Não sei como ainda não enlouqueci sem vê-la, mas não está longe.
Não consigo explicar a dor que sinto instantaneamente em meu peito quando me lembro que não a tenho ao meu lado, não tenho seus beijos. Tenho de tomar compridos para insônia, porque não consigo dormir pensando na possibilidade dela estar com outro homem, tenho crises de ansiedade em momentos que eu não sei o que fazer , em que não posso fazer nada para trazê-la de volta para os meus braços.

Se eu nunca mais a encontrar?

Essa pergunta me devastava de uma forma assustadora. Isso não poderia acontecer. Não poderia. Eu não iria desistir , nunca! Não fazia parte de meus planos terminar sozinho.

Abri a enorme janela que exibia uma bela vista , deixei que o vento entrasse por todo o apartamento , fazendo um som assustador. Estava tudo tão quieto e monótono. Regressei á cozinha, que separava-se da sala apenas por um balcão. Peguei meu saco de Ruffles e a minha soda e caminhei até a sala.

O carpete era de um tom de marfim, lembro-me de quando a Angie o escolheu. Ela dizia que queria tornar isto aqui nosso. Hoje eu havia feito uma limpeza nesta apartamento, por isto tudo cheirava bem.
Me sentei no sofá e liguei a TV, mudei de canal aleatoriamente até parar no jornal CNN. Rasguei o pacote fazendo um som irritante, abri a soda fazendo um estalo que eu considerava relaxante. De repente o único som audível era os da batata em minha boca. Tudo tão quieto , tão esquisito, tão assustador.

Sentia tanta falta dela!

Por que ela tinha que ter me deixado? Isto magoa bastante! Era uma dor inexplicável , Esmaguei a batata ao imagina-la feliz e casada. Não ela não podia! Angie com aquele jeito de boa menina, na verdade não passa de uma sonsa que só quer me ver morto. Uma verdadeira atriz que pedia-me os trocados que restavam alegando a compra de um presente, portanto era apenas para fugir de mim. Como uma verdadeira merjera.
Sai de meus devaneios ao ouvir:

DARK SIDE (H.S)Onde histórias criam vida. Descubra agora