Capítulo 2.

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Matheus seguiu sentado na calçada, esperando Luana sair.

Sínico. Pensou ela encarando a porta depois de entrar com suas sacolas, as largou e foi para o quarto.

Decidindo se voltaria para fora, resolveu se dar um banho de presente, estava um pouco frio e como havia saído de manhã não estava com roupas para enfrentá-lo.

Ao sair do banho, depois de pensar o suficiente para o deixar irritado do lado de fora, se agasalhou, pegou duas de suas cadeiras de praia e foi em direção a saída.

- Achei que não ia sair mais - Matheus ficou de pé assim que ouviu o barulho do portão.

- Você não vai me ajudar? É bom que eu ja desisto dessa ideia maluca que é dar trela pra você.

- Relaxa, pô! - Matheus disse pagando as cadeiras e as abrindo, se sentando perto da árvore.

- Por que tá se escondendo?

- Tem muita coisa que você não sabe sobre mim, a única coisa que eu não posso é ficar moscando na rua.

- Tá fazendo o que aqui, então? - Matheus se ajeitou, tirando um baseado de seu bolso e o acendendo.

- Tive que me controlar pra não fumar esse sem você.

- Você não respondeu minha pergunta - Luana disse retirando o cigarro da boca de Matheus e levando até a sua.

- Você é bem folgadinha, nunca ouviu falar da lei do doende não?

- Já ta aceso, agora me responde o que você tá fazendo aqui se - fez aspas - "não pode ficar moscando na rua"

- Você acabou de chegar aqui - Luana arqueou uma das sobrancelhas, esperando que ele continuasse - duvido que conheça alguém aqui além de mim, só quero te ajudar.

- Quem disse que eu preciso da sua ajuda?

- Não precisa, eu só quero ajudar - ele pegou o baseado das mãos de Luana e levou a boca dando um trago longo - achei que você tinha parado de ser tão antipática e marrenta.

- Só com quem merece.

- Mano - Matheus soltou uma risada irônica - me fala o que eu te fiz?

- Nada - Luana debochou - só acho você um canalha.

- Na sua visão?

- No ponto de vista que me deram de você.

- Isso foi porque você era amiga da Verônica.

- Eu era, e você fez muito mal pra ela quando vocês namoravam e eu não gostei disso.

- Tenho certeza que você não sabe metade das coisas - Matheus a observava com cada detalhe, cada expressão de Luana era importante para ele. Isso não a deixava confortável.

- Eu sei que você traiu ela.

- Ah, isso faz muito tempo...

- Uns 6 anos, mas você continua um canalha.

- Eu tô tratando você mal?

- Não.

- Então, agora você pode me ver com os seus olhos.

Parando um pouco para analisar, Luana realmente não tinha ideia de quem era Matheus, não o via desde a escola e nunca teve uma real proximidade com ele, nem se quer contato, e ele estava ali, na sua frente tentando ser seu amigo.

- Vou tentar.

- Ótimo, nega - ele se apoiou nas pernas, ajeitou o boné, sem tirar os olhos de Luana - me diz, o que te trouxe aqui?

Vista do alto da favela - Mc Don Juan.Onde histórias criam vida. Descubra agora