Vejo uma porta abrir

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Finalmente o sábado chegou, e com ele a festa.
Cecília havia ajudado Bárbara a escolher a roupa para o encontro com André e ela por sua vez, ajudou Cecília com a roupa para a festa.

Cecília usava um vestido tubinho preto com alguns pontos de brilho, um salto e o cabelo preso em um rabo de cavalo.

Entrou no Hotel pela primeira vez como se fosse uma cliente, e não uma funcionária, e se sentia muito confiante por isso. Caminhou pelo salão de festas do hotel, comeu algumas coisas, e de repente percebeu que estava solitária. Nenhuma das pessoas de quem Cecília era amiga estavam na festa.

Sentou-se em um canto e resolveu mandar mensagem para Bárbara perguntando como estava o encontro com André.

— Uma moça tão bonita sozinha em uma festa?

Cecília sorriu para o rapaz alto, loiro e de olhos verdes que estava em sua frente.

— Não conheço ninguém, sabe, aí fica meio difícil socializar, aliás, prazer, sou a Cecília.

— Fernando, o prazer é meu. Você gosta de dançar Cecília?

— Não é meu forte.

— Karaoke?

— Amo! - Cecília se empolgou de repente.

— Se quiser podemos cantar uma juntos.

Foram até o palco, que mais tarde, seria ocupado por alguns artistas que faziam cover, mas naquele momento estava livre para que os convidados pudessem cantar no karaoke.

— Que estilo de música você gosta?

— Pode escolher você.

Cecília escolheu "Somebody That I Used To Know"

Enquanto cantavam, ela encenava em cima da letra da música, se aproximando de Fernando quando a melodia aparentemente transmitia uma tensão entre os dois e em seguida, se afastando em repulsa. Ela gostava daquilo, colocar interpretação em tudo que fazia.

Quando terminaram a música, vários aplausos tomaram conta do recinto.

— A gente arrasou. - Desceu do palco empolgada e sem se conter muito, deu um abraço em Fernando. Era uma característica única de Cecília, ela amava abraçar, quando estava feliz demais, triste demais, ou apenas quando queria passar para a outra pessoa a mensagem de que ela estava ali pro que der e vier.

— Não acha que a gente podia comemorar com um drink?

— Claro!

O que era pra ser apenas um drink, acabou se tornando uma, duas, três rodadas de tequila. Cecília não estava acostumada a beber, então, logo começou a sentir o impacto do álcool em seu organismo.

— Eu preciso ir no banheiro. Não estou me sentindo bem. - Levantou-se da mesa em que estavam sentados no bar e começou a cambalear, tentando ir até o banheiro.

— Eu te ajudo. - Fernando se levantou, e ficou ao lado da garota, colocando uma das mãos dela em seu ombro.

Quando chegaram no banheiro, Fernando colocou Cecília contra a parede e agarrou sua cintura. 

— Eu sei que esse papo de vir no banheiro foi pra fazer charme Ceci, fala pra mim.

Cecília estava com a visão turva, não conseguia assimilar muito bem o que estava acontecendo, mas sabia que não era nada bom.

Fernando investiu para cima da garota beijando o seu pescoço e Cecília sentia um certo medo percorrer sua espinha. Aquela era uma carícia que ela costumava gostar, quando ela estava sóbria o suficiente para consentir e acima de tudo, quando estava com alguém com quem ela quisesse fazer aquilo, e apesar de Fernando ser bonitinho, ela não havia sentido química alguma com ele em nenhum momento da noite.

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