A jornada da vilã - Chiara

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Nos capítulos anteriores, você viu nossa querida Chiara sofrer uma baita injustiça e ser uma verdadeira mocinha, mas como eu disse no início, as pessoas não são boas o tempo todo.

Acordou em sobressalto, com Giancarlo abraçando-a, já era por volta de oito da manhã e a madrasta ainda não havia aberto a porta. Honestamente, Chiara já imaginava que àquela altura a megera queria mesmo era matá-la de fome. Olhou para o rapaz de cabelos loiros, que dormia profundamente e fez carinho em seu rosto.

"Você nunca vai poder ser meu, a madrasta surtaria, ela ia fazer de tudo para te tirar de mim, arrnjaria um jeito de convencer meu pai a me mandar pra um internato, e provavelmente iria expor meu segredo." -  Pensava

— Bom dia, princesa. - ele abriu os olhos devagar e sorriu para Chiara

— Como você pode ser bonito até dormindo?  - Respondeu em um tom um pouco irritado.

— É porque você não ficou velando seu próprio sono ontem á noite, porque eu juro que vi um anjo.

Riu. Um riso amargo, de quem sabia que perderia aquele rapaz logo logo. Ou talvez não precisasse. Claro que ela perderia ele se ele soubesse que ela era a "empregadinha" injustiçada da família Campello, a gata borralheira das duas irmãs e da madrasta, mas será que ela ainda perderia o rapaz se ela tivesse uma vida normal, se fosse como Eloisa e Catarina?
Decidiu arriscar essa sorte com o destino.

— Você está com fome? Podemos tomar café da manhã aqui perto.

— Não prefere aqui no hotel? Dizem que o café da manhã daqui é ótimo.

— Eu como tanto aqui que já estou enjoada.

— Você mora aqui?

— Praticamente, sou filha do dono.

— O que? Eu já achava difícil de te impressionar, mas agora me parece impossível! - Ele riu, e foi a risada mais gostosa que ela já ouviu.

— Então me conta, por que eu deveria me interessar por você? - Resolveu entrar no jogo.

— Sou ator. Mas nem um pouco famoso. Na Itália só os grandes têm espaço. É por isso que eu estou em São Paulo. Tenho um teste de elenco amanhã.

— Sempre gostei de artistas, principalmente quando vejo que colocam seu coração em suas artes.

— Bem, podemos tomar café da manhã onde você quiser, outro dia experimento o daqui.

Chiara estava sedenta por um banho. Não queria sair cheirando à álcool. Mas existia a possibilidade da madrasta abrir a porta e encontrar Giancarlo no quarto, e aí, ela estaria morta.

— Pode me esperar lá embaixo? Eu preciso de privacidade para me arrumar.

— É  claro, princesa. Não demore, estou com fome.

Agradeceu mentalmente por ele ser um perfeito cavalheiro e entrou no chuveiro. 

Depois de ter tomado banho, finalizado seu cabelo e passado um rímel, pegou a carteira que encontrou na entrada do Hotel Campello no dia anterior, antes de ser trancafiada no quarto. Encarou a mesma e suspirou.

— Se eu te devolver, eu nunca vou ter nada. A bruxa da Vanessa sempre vai convencer meu pai a não me dar nada, e depois vai me chantagear pra ajudar ela a mentir. Mas se eu ficar com você, eu posso ter as melhores férias da minha vida. Afinal, quem carrega cinco mil reais em dinheiro vivo hoje em dia? Talvez tenha sido a sorte sorrindo pra mim. Depois que eu for pra faculdade eu arrumo um emprego, e um dia prometo te devolver tudo. Me desculpe por isso, Bárbara Lopes, mas sua carteira vai ficar comigo.

Escondeu a identidade da influencer no fundo de sua mochila, junto com a carteira e saiu para encontrar Giancarlo.


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