Pós Créditos & Tatuagem

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Às sete da noite, em ponto, Bárbara estava no shopping.

Nunca iria se cansar de agradecer por Cecília ter chamado-a para se arrumar na sua casa, afinal, seria estranho se arrumar para um encontro com André no mesmo quarto que o próprio André.

Estava usando uma calça de couro preta, uma camiseta rosa, uma jaqueta de couro e coturnos, e havia gastado mais da metade do vidro de perfume.

André chegou ao local, já dando um selinho na moça.

— Nossa, como você tá cheirosa.

Bárbara sorriu pensando em como o gasto havia valido a pena.
André também estava perfumado, tão perfumado que ela sentia vontade de entrar nele apenas para sentir o aroma melhor.

— Então, o que vamos fazer? Achei que você achasse date no shopping coisa de adolescente. Maioria dos caras com mais de vinte e cinco acham.

— Eu sou um cara à moda antiga, o que importa pra mim é fazer feliz quem estiver ao meu lado, e sei que não tem nada que você ame mais do que ir ao cinema.

André segurou a mão de Bárbara para caminharem, aquele era um gesto que ela jamais esperava dele, geralmente, eles se pegavam nos cantos, ás escondidas, como se ele não quisesse que ninguém os flagrasse, mas agora, parecia que ele queria mostrar ao mundo que eram um casal.

Passaram na bilheteria, e logo entraram na sala de cinema. Bárbara estranhou a ausência de fila para um sábado á noite. 

— Pode escolher o lugar que quiser

— André, os lugares estão marcados nos ingressos. - Bárbara apontou para o papel.

— Apenas escolha.

Bárbara caminhou até uma das fileiras do fundo do cinema, a sentou em uma das poltronas do meio, de modo que tivesse uma visão privilegiada do telão.

— Aqui está bom?

— Se tivessem mais pessoas no cinema, eu diria que não, é um lugar péssimo para se pegar, mas já que só tem nós dois, qualquer lugar que você escolher está perfeito.

— Você diz como se não fosse chegar mais ninguém.

— E não vai.

— Não vai? - Bárbara não acreditava no que tinha acabado de ouvir.

— Hoje a sala é só nossa. Digamos que eu fiz amizade com o moço do cinema e dei o meu jeitinho dele fazer a boa pra gente.

— Você não existe André Watanabe. - Balançava a cabeça negativamente sorrindo.

André se sentou ao lado dela, que se acomodou nos ombros do rapaz.

Depois de mais ou menos vinte minutos de filme, Bárbara levantou a cabeça devagar e sussurrou no ouvido de André

— Achei que tosse me beijar.

André continuou passando as mãos pelos cabelos longos da moça.

— Naquele dia que a gente tava se pegando, você me pediu pra parar. - Um sorriso malicioso tomou conta da expressão de André.  - E eu sou um cara que respeita as mulheres. Não vou fazer absolutamente nada com você, a menos que você me peça pra fazer.

Bárbara não costumava tomar atitude com os caras, e sim deixar que eles dominassem as coisas, mas naquele momento, era como se cada fibra do seu corpo implorasse por André.

— Então me beija. Mas me beija direito. Como se fosse o último beijo que você fosse dar na sua vida.

André segurou o rosto de Bárbara e passou levemente o polegar por seus lábios, como se quisesse decorar cada detalhe dela, em seguida, substituiu o polegar pelos próprios lábios em um beijo úmido e cheio de paixão.

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