Capítulo 2

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Avisos/Gatilhos: Traumas de família, sensação de inutilidade, machismo, invalidação profissional, baixa autoestima dependendo do ponto de vista (lembrando que a maioria muito sutil).
Contagem de palavras: 5.757



Brianna Weber




— Então você simplesmente desistiu de ir à festa porque seus colegas de equipe não te receberam bem?

Encarei o rosto do meu cunhado na tela do celular enquanto o uber me conduzia até o prédio dos Vingadores. Fernando, o marido do meu irmão e também meu melhor amigo, aguardava uma resposta enquanto eu ajeitava os óculos no rosto.

— É tão difícil assim de entender? -Perguntei de volta.

As sobrancelhas grossas e pretas de Nando se arquearam. Ele não concordava com minha atitude, nem precisava falar.

— Olha, é sim. Você recusou uma festa do Tony Stark porque eles te encararam de um jeito que você não gostou.

— Primeiro que eu não tenho certeza se seria chamada ou não, depois, você não sabe a maneira como eles me olharam e como eles me olham. Fora que já tinha esgotado minha cota de vingadores para uma noite, então tudo bem.

— Espera, volta rapidinho.

Eu suspirei. Trocando a câmera dele para a minha, usei o telefone como espelho enquanto passava um gloss.

— Você viu outro vingador?

— Era uma festa dos vingadores, então sim. -Dei de ombros. - Thor e eu conversamos.

Fernando arregalou os olhos e vi que também ajeitou a postura, então voltei para sua tela, deixando o rosto dele maior.

— Thor? O deus do trovão?

Assenti com a cabeça.

— Eu te ouvi falar por vinte minutos sobre seus programadores machistas, enquanto você guardava o ponto alto da noite!

Balancei a cabeça, me arrependendo de imediato, pois alguns fios de cabelo grudaram não minha boca.

— Não teve nada demais, eu quase caí e ele me segurou.

— Como um príncipe! -Fernando gritou.

— É o que ele é, certo? -Perguntei mais para mim, do que para ele. - Quero dizer, eu acho que ele seja.

Fernando suspirou alto.

— A noite você precisa me contar melhor sobre isso. -Meu cunhado disse.

E eu automaticamente torci o nariz. À noite, no jantar irrecusável de aniversário do meu pai.

— Não sei porque tenho que ir nessa merda. -Soltei.

Olhei para frente e vi que o motorista do uber me encarava assustado pelo retrovisor.

— Perdão, saiu sem querer. -Disse a ele.

— Se eu sou obrigado a ir, você também é. -Nando falou ao celular.

Resmunguei uma lamúria.

— Você é da família. -Fernando argumentou.

Gemi enquanto me jogava contra o couro do banco.

— É incrível como meus pais aceitam numa boa que o filho deles é gay, mas não conseguem admitir que eu não quis ser professora.

Fernando não escondeu sua cara ofendida.

GOTTA BE YOU | Thor OdinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora