Family - Klamon - livro 04

Capítulo 01

Edgard Mikaelson Narrando 

O dicionário define calmaria como "grande calor sem vento", no entanto apesar de nenhum inimigo ter vindo a procura da minha família, algo tem me incomodado nos últimos meses, uma pessoa na verdade, Ester Mikaelson. Já tentei entrar no assunto algumas vezes, no entanto meu pai Klaus é categórico em dizer que esse é um assunto proibido. Acontece que não falar sobre um assunto não faz ele desaparecer, não faz os sonhos que tenho tido desaparecerem. Eu até tentaria falar com algum outro membro da minha família, mas todos parecem ter o mesmo pensamento.

Nos últimos dias os sonhos tem se tornado mais frequentes que o normal, como se algo estivesse prestes a acontecer. Mas além de mais frequentes eles tem vindo diferentes, além de Ester tenho visto também um rapaz loiro de olhos claros, como se algo me ligasse a ele, como se algo me levasse a ele. 

- Ainda pensando no assunto proibido? - meu irmão sussurra na porta do meu quarto 

- É o que tenho feito sempre, acontece que eu queria apenas algumas respostas, pelo menos sobre quem se trata o cara loiro dos meus sonhos - confesso 

- Talvez tenha um jeito - ele diz chamando a minha atenção 

- Como assim? - questiono 

- A Hope é nova ainda mas prefere a pintura, mesmo sendo ótima em magia, você gosta dos feitiços de proteção, e eu tenho aprendido necromancia secretamente, deus sabe que nossos pais enlouqueceriam se soubessem a verdade - ele confessa e arregalo os olhos em surpresa

- Você o que? - questiono espantado e preocupado 

- Não fiz nada muito grande nem perigoso, apenas muita teoria 

- De qualquer forma é perigoso 

- Eu sei, por isso que eu tenho estudado apenas a teoria, no entanto a necromancia tem um pé na telepatia e se quiser podemos tentar alguns feitiços simples  

- Nossos pais nunca deixariam 

- Eles não precisam saber - ele diz sorrindo diabólico

- O que você está sugerindo exatamente Maurício? - questiono sabendo que meu irmão colocou um feitiço de isolamento acústico no meu quarto assim que entrou

- Podemos apenas observar a Ester telepaticamente, saber o que ela está pensando 

- Você sugere que observemos a mente de uma louca morta? - questiono 

- Sim, talvez tentar saber quem é o cara loiro dos seus sonhos 

- Não sei

- Não vai acontecer nada, já fiz isso antes - ele diz 

- Como assim já fez isso antes? Você não disse que só estava na teoria? - questiono preocupado 

- Posso ter tentado algumas vezes 

- Quantas vezes você já tentou isso? 

- Algumas muitas, mas depois de muita teoria 

- Sozinho? 

- Vai querer fazer o feitiço ou não? 

- Não sei se nossos pais gostariam disso 

- E se o cara dos seus sonhos estiver correndo perigo? 

- Tudo bem, mas vamos chamar a minha madrinha para nos auxiliar - concordo 

- Não tem perigo dela contar para os nossos pais? - ele questiona 

- Não, ela é a única que quase responde todas as minhas perguntas sobre o passado da nossa família 

- Tudo bem, vou buscar algumas coisa enquanto você a convence - ele diz sorrindo