Após o fim da guerra, a paz é retomada e as aldeias iniciam sua reconstrução. Hinata, devido as perdas impostas a ela pela guerra, decide atingir seu potencial máximo para que nenhuma vida se perca novamente. Com isso, a morena inicia seus treinamen...
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"Sempre que respirava, os cacos do meu coração cortavam a minha alma."
- Vergonha
Há uma semana, Kaguya havia sido selada. Há uma semana, a guerra finalmente tinha chegado ao fim. Há uma semana, Hinata havia voltado para a vila, para o clã. Mas nada estava igual. Nem o clã, nem ela. Ela tinha perdido muito nessa guerra. Ela perdeu seu primo, seu irmão. Há poucos dias, ela finalmente pôde viver o luto da morte dele. Porém, ela havia perdido mais que seu primo, ela tinha perdido uma parte sua. A kunoichi sentia que nunca mais seria ela mesma. Com todos os acontecimentos, Hinata tinha se tornado mais madura, mais dura consigo mesma e com todos a sua volta. A gentileza ainda estava presente na garota, afinal era parte de sua natureza, mas de uma forma menos inocente. Seu principal traço ainda era a bondade, mas seus olhos estavam mais atentos, como se não precisasse do Byakugan para ler as outras pessoas.
Com a maturidade imposta pela guerra, Hinata deixou muita coisa para trás. Uma delas foi sua paixão por um dos heróis da guerra, Naruto Uzumaki. A perolada se culpava pela morte do primo e acabou transferindo a culpa também ao amor cego que sentia pelo loiro. Se ela não tivesse agido por impulso, se ela tivesse analisado a situação antes de agir, com certeza teria achado outra forma de salvá-lo sem perder Neji. Entretanto, ela foi impulsiva e imprudente e isso gerou consequências que jamais poderiam ser remediadas. Hinata não culpava Naruto pelo ocorrido, ela sabia que ele em nada tinha a ver com a morte de seu primo. A admiração e a amizade que sempre sentiu pelo loiro permanecem intactas, mas não se pode dizer o mesmo do seu coração. Seu coração estava em pedaços. Ela não sabia se um dia conseguiria juntá-los, suspeitava que o estrago era permanente.
Se nosso coração já está destruído, o que mais temos a perder? Nada, foi o que a garota constatou enquanto passeava pelo imenso jardim Hyuuga. Suas lágrimas escorriam por sua face conforme o aperto em seu peito aumentava. Entretanto, ela já havia se decidido. Se permitiria chorar e sofrer à noite, na solidão de seu quarto; durante o dia, ela treinaria o corpo e a mente para se tornar cada vez melhor e mais forte, para se tornar imbatível. Nunca mais perderia alguém por sua incapacidade de pensar antes de agir ou por não ser forte o suficiente. Nunca mais. Com esse pensamento em mente, Hinata rumou a para o campo de treinamento que testemunhou a amizade e o amor dela e de seu primo nascerem e, aos poucos, se tornar algo sólido e imutável. Sua jornada de se tornar mais forte teve início.
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Sasuke não aguentava mais estar preso àquela cama de hospital ao lado do ser humano mais irritante da face da Terra. Naruto reclamava a cada segundo, como se isso fosse fazer as coisas mudarem. Já estavam nessa situação desde que a guerra terminou, há duas semanas atrás. O Uchiha não pôde evitar revirar os olhos com mais uma onda de resmungos que o loiro soltou. O moreno havia voltado à vila e ido direto para o hospital, junto a Naruto, para tratar a perda do braço. A dor ainda era intensa no membro amputado, mas ele estava grato por ter seus amigos ao seu lado. Ele havia sido um tolo, agora tinha consciência disso. Deixou que a raiva o cegasse e o impedisse de pensar direito. Tentou matar aqueles que amava por considerar o amor um sentimento enfraquecedor. Idiota arrogante, pensou. Seus amigos – mais que isso, sua família – provaram como o amor o torna forte, imbatível. Nem mesmo o ódio que Sasuke sentia venceu o amor que seu time sentia por ele. Nem mesmo o ódio que sentia conseguiu matar o amor que cresceu em seu peito com os anos de convivência do Time 7.
