Capítulo 13

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Faltavam cinco dias para o julgamento de Sasuke Uchiha. Hinata tentava não demonstrar sua apreensão, mas a kunoichi estava uma pilha de nervos. E se o condenassem a morte? E se o machucassem? E se ele fosse exilado? Essas perguntas não saiam da mente da Hyuuga. Ela já estava preparada para depor, mas, pela primeira vez na vida, tinha dúvidas sobre o quão influente o seu próprio Clã poderia ser. O último Uchiha agia com total indiferença, como se todo o futuro dele não estivesse em jogo. E isso deixava a morena doente. Ela já não se concentrava mais nos treinamentos noturnos dele como antes, o que acabava lhe rendendo um hematoma totalmente evitável em alguma parte de seu corpo. E o Nukenin já estava irritado com isso, ele sabia que vários dos golpes que desferia contra ela não deveriam acertá-la. Sasuke a conhecia e conhecia seu estilo de luta e capacidade física, nenhum golpe dele deveria chegar a tocar no belo corpo da Anbu.

– Já chega. – Falou, bravo.

– O quê? Por quê? Seu horário de treino ainda não acabou! – Disse a ninja, confusa.

– Pois para mim já deu. Você nem sequer está prestando atenção, Hinata! – Acusou. A morena soltou um suspiro cansado.

– Desculpe, Sasuke. Prometo que me concentrarei agora. – Falou, entrando em posição de combate. Entretanto, o prisioneiro não fez o mesmo. Ele se aproximou dela e tocou seu rosto, iniciando um carinho.

– O que houve, Hime? Você não é assim. – A preocupação em seu tom de voz era evidente. A Anbu fechou os olhos para aproveitar melhor a carícia e só então respondeu.

– O seu julgamento. Não consigo parar de pensar nele, Sasuke. – Sua voz demonstrava a bagunça interna que a kunoichi se encontrava. – Só de pensar que você pode nunca mais voltar... – Os olhos dela ficaram marejados. – Como vai ser? Como vou continuar? Eu... Eu não vou aguentar perdê-lo também. – Uma lágrima solitária desceu pelo rosto da jovem. O Uchiha sabia que não deveria se sentir assim diante do sofrimento dela, mas não conseguia evitar a felicidade que tomou seu peito. Ela se importa comigo. Ela me quer por perto depois que tudo isso acabar, pensava. Um sorriso singelo nasceu em seus lábios.

– Sabe, Hime. Eu tenho consciência de que devo aceitar qualquer pena imposta a mim, pois só assim conseguirei começar a pagar pelos meus pecados. Mas, seja qual for a pena, por mais que me exilem e me mandem para o outro lado do mundo, eu sempre vou voltar para você. Nem que seja para vê-la de longe e confirmar que tudo está indo bem na sua vida. Eu sempre voltarei para você. – Disse, calmamente. – E desde que a conheci, você me mostrou o peso de se promoter algo a alguém. Então, eu lhe digo: isso é uma promessa. – Ele depositou um beijo na testa de Hinata. Ainda sentindo-se fragilizada, a morena se jogou dos braços do Nukenin, enquanto deixava mais algumas lágrimas escaparem.

– Mas... Mas e se... – Ela não gostava nem de verbalizar esse pensamento. – E se a sua sentença for a morte? – Sua frase não passava de um sussurro apavorado. Sasuke pensou alguns minutos sobre isso. A ideia de morrer por seus pecados nunca o desagradou ou causou medo. Entretanto, desde que Hinata entrou em sua vida, o moreno se viu ser invadido por uma imensa vontade de viver. Não viver apenas por viver. Viver ao lado dela. Só assim seus dias teriam sentido. Mas ele sempre lembrava a si mesmo: ela é uma princesa e você, um renegado. O Uchiha tentava repetir esse mantra para si mesmo todos os dias, para ver se ele se resignava e aceitava o que nunca poderia ter. Estava falhando miseravelmente.

– Se eu receber a sentença de morte. – Começou ele. – Eu irei cumpri-la.

– Não pode! – Hinata se afastou dele, em pânico. – Não pode fazer isso! – As lágrimas desciam com mais força agora. – Não pode me deixar aqui depois de ter entrado na minha vida desse jeito! Você nem ao menos pediu permissão para entrar na minha vida e ocupar um pedaço do meu coração! Como pode me deixar para trás com tamanha tranquilidade?! – A kunoichi estava magoada, irritada e, acima de tudo, com medo.

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