† 02 - União de sangue

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Lúcifer precisou de algumas semanas (em tempo celestial) para poder começar a responder aos efeitos da Preguiça em seu corpo

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Lúcifer precisou de algumas semanas (em tempo celestial) para poder começar a responder aos efeitos da Preguiça em seu corpo. Já era capaz de manter-se de pé e caminhar pelo minúsculo casebre de Galgal.

Todos os dias ela levava alimento e bebida para ele, mantendo-o nutrido e ajudando-o a acostumar-se com o ambiente infernal.

No inferno não havia exatamente dia ou noite. Sempre é escuro do lado de fora, mas algo nas nuvens os permite compreender que o período de um dia havia se passado. Lúcifer ainda não sabia dizer o que exatamente, e estava disposto a não perguntar para Galgal. Ele queria descobrir sozinho para afiar suas habilidades de análise. Ele era um soldado celestial, um dos mais fortes... ele precisava saber se virar sozinho.

Compreender a passagem do tempo era algo que não o colocava em risco, mas era misterioso o suficiente para que ele pudesse se desafiar. Portanto, passava muito tempo com o rosto na janela, observando o topo do inferno, tentando compreender como exatamente ele sabia que o tempo estava se passando.

A paisagem da janela era apenas o campo aberto e com inúmeras pedras escuras por todo o ambiente. Não havia mais nada à vista. Apenas areia, escuridão, enormes pedras e o topo que ele ainda não tinha descoberto o verdadeiro nome.

— Saudades do céu? — Galgal perguntou, aproximando-se pela direita de forma que Lúcifer não viu.

— Nunca — ele riu, esticando os braços. — O que é isso?

Ela carregava nas mãos algo que se assemelhava à pele de algum animal, mas Lúcifer não tinha certeza. Estranhou ao imaginar que ela carregava um animal morto, visto que nos céus ele nunca carregava cadáveres.

Merda... Lúcifer precisava parar de comparar inferno e céu.

— Matei um diabrete rastejante e peguei a pele para costurar algo para você.

— Poxa, imaginei que no inferno eu poderia andar pelado à vontade — Lúcifer brincou, dando uma risadinha para Galgal, que parou bem de frente para ele.

— Você até pode, mas não vai gostar quando passar pelas terras de Asmodeus e sentir os tentáculos de raízes-de-sedução se enrolando pelo seu corpo.

— É outra planta nativa?

— E das bem chatas — Galgal riu.

Ela deu a volta no casebre e adentrou o local. Sentou-se na cadeira junto à mesa e passou a cortar o couro com a unha e costurar com a linha que trouxe junto consigo. Lúcifer assistiu silenciosamente, observando cada detalhe dos movimentos dela.

— Gal, como vocês chamam a parte de cima do inferno? — Ele perguntou, curioso. — Onde ficam as nuvens.

— Dossel — ela respondeu sem olhar para ele, concentrada em sua tarefa.

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