Uma semana depois, a rotina era a mesma. Robby foi à igreja, Miguel ficou em casa esperando que Sam o curasse com toda a paciência do mundo.

Todas as manhãs e tardes, o Alfa, agora que já andava de muletas, não precisando mais ficar sentado na cadeira de rodas, agora praticava andar pela casa, exceto no quarto do ômega, onde preferia não entrar por respeito a ele.

Ele gostava da casa do Padre, era colorida e cheia de vida, o exterior era amarelo e branco, ao contrário do que se passava no mundo

E exatamente naquele dia era o casamento de Sam com sua noiva Tory, ia ser à tarde, então naquela manhã Robby estava vestido com uma camisola branca de comprimento médio que chega na panturrilha com acabamento em renda, mangas compridas, sobre a qual um roupão creme foi usado para cobri-lo.

Ele começou a fazer o café da manhã, nada trabalhoso, estava preguiçoso naquele dia. O Tenente estava sentado na sala de jantar observando os movimentos do outro com curiosidade, em cima da mesa tem um papel e uma caneta, ele tinha que escrever uma carta para sua mãe e sua avó, mas não sabia por onde começar e não queria alarmá-las de que estava ferido

Robby deixou seu prato na mesa, Miguel sentiu o aroma de maçã e canela que o padre exalava, respirou fundo querendo continuar sentindo aquele cheiro delicado e refrescante invadiu seu nariz

E então sentiu a figura firme e esbelta do Sacerdote perto dele, com as mãos do ômega em seu peito, havia tropeçado no chinelo do soldado, sem querer, num piscar de olhos o homem sumiu, conseguiu ver a cor do seu rosto vermelho envergonhado pelo acidente.

- Me desculpe tenente, eu tropecei- O ômega exclamou constrangido e mal conseguiu piscar ao sentir por uma fração de segundo o leve perfume exalado pelos cabelos castanhos do Pregador, aquele suave perfume de rosas.

- Não se preocupe- Miguel diz quando o cheiro do café da manhã o distrai e o cheiro doce do café invade suas narinas

Isso o lembrou de sua casa.

Em cima da mesa podem ver-se dois pratos com ovos mexidos e um pequeno tabuleiro com pão tostado, ao lado, um recipiente para colocar doce de morango, tudo parece tão apetitoso que o seu estômago roncou...

Começam a tomar o café da manhã e ele sente o gosto bom da comida, Miguel não comia assim desde que saiu de casa

- Para quem pretendia escrever?- Robby deixa cair a pergunta interessado no papel completamente branco que está ao lado dele

- Para minha mãe e minha avó, eu simplesmente não sei como começar- Ele confessou, vendo o homem ao lado dele dar um sorriso suave e pensar

- Você pode começar cumprimentando-as e dizendo-lhes que as ama- Ele sugeriu enquanto tomava um gole de café enquanto continuava a tomar o café da manhã.

- Tem razão- Ele apenas diz e pensa nas palavras que dirá para sua mãe e avó comendo em silêncio

- Você vai ao casamento da Sam?- Robby pergunta olhando para o Tenente comer quieto

- Sim, gostaria de ver como se realiza um casamento, em breve serei padrinho de alguns amigos, se Deus quiser- Exclamou lembrando-se de seus amigos tão apaixonados

- Que notícia maravilhosa - Seus olhares se encontraram, o ômega sentiu aquela felicidade repentina que ele só sentiu algumas quantas vezes em sua vida, ele não sabia que um olhar poderia provocar essas emoções

- Sim, meu amigo Eli, o Subtenente com o Doutor Alexopoulos são os que vão se casar assim que a guerra acabar ou quando surgir a oportunidade- Isso surpreendeu Robby

Como fora tolo ao pensar que o médico e Miguel poderiam ser algo mais...

Miguel observava o Clérigo tomar o café da manhã e a sensação de querer passar a mão nos cabelos castanhos do homem ficava cada vez mais intensa. A oportunidade surgiu quando uma mecha castanha caiu no rosto do ômega e ele segurava um pedaço de pão com uma das mãos, então ele fez...

Ele passou a mão por aquela mecha de cabelo castanho e depois de encontrar olhos verdes profundos como esmeraldas e quando eles se olharam, ele se sentiu como quando visitou a floresta como em sua infância no Equador.

O momento passou e ambos se aprontaram para o casamento, Miguel observou os movimentos do Padre ao dar nó na gravata

O casamento de Sam foi perfeito, resumindo, toda a igreja lindamente decorada com rosas brancas e amarelas, pétalas de rosas caindo no tapete vermelho do local, o casal parecia radiante e tão apaixonado que todos podiam sentir no ambiente

Mas ele só conseguia ver o Clérigo, por algum motivo não queria tirar os olhos do homem.

Efêmero (Kiaz/Robbyguel)- ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora