Robby estava tentando acalmar suas lágrimas até que ouviu uma voz muito familiar, uma que ele não ouvia há muito tempo, suas mãos tremiam levemente, está deve ser a coincidência mais estranha de sua vida.

Ele caminhou rapidamente, abriu a porta de seu quarto e quando o viu, quase sentiu como se sua respiração estivesse desacelerando.

Ele finalmente estava vendo seu pai depois de anos.

Sente o olhar do Miguel sobre ele, e do pai também, depois o mais velho olha o relógio, olha para ele e depois para Miguel

- Você tem dez minutos e vamos embora- Anúncia firme e sério antes de olhar para ele e se retirar, isso o machucou, a indiferença quase o fez chorar de novo

Miguel olhou para Robby e aproximou-se para abraçá-lo, sentiu-se tão reconfortante em seus braços que se acalmou

-Vou sentir sua falta, Miguel- Ele sussurrou em voz baixa, respirando o aroma suave de madeira e incenso, a corrente de ouro tocou seu peito nesse processo

- Eu também vou sentir sua falta, Robby- Quando Miguel disse seu nome ele se sentiu tão caloroso que se permitiu por um momento não dizer nenhuma formalidade

-Deixe-me dar algo a você - Ele colocou na mão no peito, dentro da sua roupa, tirando seu colar de cruz e colocando na mão do homem moreno, fechando sua mão em seguida

-Padre Keene...- Miguel o chamou com aqueles lábios perfeitos que ele tinha

- Deus irá acompanhá-lo e ele nunca sairá do seu lado se você confiar nele, eu lhe dou um lembrete de que você nunca estará sozinho- Exclama vendo o calor dos olhos do Alfa ao olhar para ele

-Muito obrigado, Padre Keene- Ele sentiu como parte de seu coração saiu quando ele disse essas quatro palavras, os olhos verdes do padre olharam os seus

- Sua mala está pronta? - Pergunta olhando a mala na mão do Tenente.

- Sim- Miguel sussurrou triste sobre a despedida

Foi tão difícil deixar Miguel ir enquanto o via no carro militar, da entrada de sua casa se afastar.

Depois disso ele se trancou em sua casa para tentar controlar as lágrimas que sentia.

[...]

Miguel sabia que às vezes era um pouco difícil, mas naquela tarde ele realmente queria fazer isso, mas não com seu General, ele não queria estar lado que não parecia nada feliz

Seu lobo estava tão triste por deixar o ômega, mas ele não podia fazer nada.

- E como é o padre Keene?- De repente perguntou seu superior olhando para a estrada

A pergunta pareceu estranha para ele, confuso ele olhou para Johnny por um momento.

-Ele... É um homem sério, calmo, realmente muito gentil, por que a pergunta?- Ele exclamou duvidoso, Johnny apenas balançou a cabeça tentando ouvir algo diferente no tom de voz de seu subordinado, mas não encontrou nada.

Foi ai que Miguel percebeu que nunca havia mencionado o nome do Padre Keene

- Como você sabe o nome do Padre Kene?

-Eles me disseram, alguma outra pergunta Soldado?

-Não senhor. - Exclamou sério olhando para a janela, lembrou-se que minutos atrás seu superior havia dito que não sabia o nome do Sacerdote com quem estava hospedado.

Nem uma hora se passou e ele já sentia falta do padre Keene.

Todo o trajeto até a base foi silencioso, até que ele chegou e avistou Eli ao longe.

Eles se abraçaram por alguns segundos antes de contar o que cada um havia feito

[...]

Sentado na cadeira na cabeceira de sua sala de jantar simples de madeira, Robby sentiu o peso do vazio e da solidão de sua casa, e como ele estava sozinho agora.

Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos.

- Não passou uma hora e já estou com saudades dele Tenente- Exclamou para si mesmo, ninguém o ouvia por isso não se conteve

Ele tinha missa às 6:00 para preparar seu sermão, houve uma batida em sua porta que o fez parar e abrir revelando Kenny com o livro que ele havia emprestado

-Olá Padre Keene! Trouxe seu livro, muito obrigado por me emprestar.- O pequeno alfa sorriu entregando o objeto

Robby convida a criança para comer os biscoitos que guardou para ele enquanto ele fala sobre o livro e as coisas que gostou até agora. Kenny teve que ir ajudar seu irmão com alguns problemas pendentes, ele continuou dando seu sermão, embora sua mente lembrasse do sorriso terno de Miguel com pequenos detalhes. Antes da missa a irmã Moon veio para curar suas feridas.

- Parece que já estão curando Padre- Refere-se às suas costas

- Parece que sim- Fica em silêncio até a freira falar novamente

-O tenente foi embora, não foi?

-Sim, ele saiu ao meio-dia.

-Era uma ótima companhia, imagino...

-Sim, Miguel é legal- Exclama sem pensar

- Ele o chamava de Padre?- Pergunta reparando naquele detalhe que parecia insignificante

-Não Irmã, sempre houve um respeito- Outra mentira a mais para o consumir

-É bom padre, deve ter havido uma linha entre você e ele Tenente, você é o homem que está mais próximo de Deus, ele tem sangue nas mãos.- Para ele isso soou de modo desrespeitoso, mas através dos seus olhos ela viu que o sacerdote cometeu esse deslize

-Com seu perdão Irmã, o Tenente tem sangue nas mãos porque protege nossas vidas, sou muito contra a guerra e a violência, mas o Tenente me deu outra expectativa sobre o assunto- Os dois ficaram calados depois disso

-Tem razão Padre- Ela resmungou guardando tudo de novo no armário de remédio, logo depois ela saiu e ele se vestiu novamente para ir à igreja.

Ele foi dar seu sermão e quando viu que todos se afastavam, observou que apenas uma pessoa permanecia sentada.

-Padre, gostaria de falar com o senhor- Era Demetri que estava impecável, tirou do bolso um simples anel de prata

-Doutor, que bom vê-lo aqui na casa do Senhor, acho que é a primeira vez que você ficou um tempo Missa, não é mesmo?- Pergunta feliz ao ver o outro ômega sorrir para ele

- Obrigado padre, foi sim a primeira vez, não sou muito religioso, mas ultimamente tenho buscado a ajuda de Deus, esse é o meu anel de noivado- mostro detalhadamente o anel.

- Você está me mostrando isso pela última vez?- Ele se lembrou da confissão e o Doutor assentiu.

- Sim, essa empresária que vem da França me trouxe presentes, embora seus dinheiro não sejam o que me impressionam, não posso deixar de me surpreender com a atitude sem vergonha que ela pode mostrar- Ele começou a contar envergonhado enquanto brincava com o anel

-E se você visse seu noivo de novo?- Pergunta com curiosidade vendo o mais alto sorrir

-Eles precisam de médicos e enfermeiras para ir para a linha de frente, eu me ofereci, certamente encontrarei Eli e meus pensamentos sobre o a senhora vai desaparecer- Exclama muito seguro do que dizia

-E se não mudarem?

-Então vou privar Eli de estar ao meu lado, não quero que ele sofra, mais do que já o faria sofrer.

-É uma boa decisão Doutor, espero que seus sentimentos sejam guiados no caminho certo- O de cabelo preto assentiu e olhou em seus olhos.

- Espero que o seu também Padre Keene- Ele Referiu-se à sua conversa no consultório

Ele esperava que seus sentimentos tomassem o caminho certo.

Efêmero (Kiaz/Robbyguel)- ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora