Em sua mente, ele ainda não conseguia imaginar as costas do Clérigo com suas cicatrizes, quão dolorosas elas deveriam ter sido e a dor agonizante que Robby provavelmente sofreu em silêncio.

Ele se lembrava muito bem dele, vestido com aquele manto dourado que acentuava delicadamente sua figura, aquelas costas largas com uma cintura fina.

Não é à toa que ele o viu ficar ereto a ponto de suas costas não tocarem no encosto do sofá, quando a irmã Moon saiu da casa com um kit de primeiros socorros e até a mancha de sangue no chão da igreja.

Qual foi a razão? Ele não sabia.

Nos poucos dias em que Robby cuidava dele, ele decidiu visitá-lo.

-Recebi uma carta- Robby fala e Miguel viu a cara nervosa do ômega quando o viu

-Do que se trata?- Pergunta curioso

- Eles me pediram para voltar para minha casa- Robby exclamou olhando para ele, ele quase suspirou de alívio quando ele disse isso, ele sentiu que o lugar onde eles estavam não era onde o Clérigo deveria estar, muita violência e sem falar alguns olhares maliciosos de outros soldados- Mesmo que Robby não quisesse deixá-lo, Tenente...

As palavras dele também não o chocaram nem um pouco, Miguel também não queria que Robby fosse embora.

- Padre Robby, se for para melhorar a sua saúde, seria o mais adequado, não acha que seria mais adequado?

- Tem razão, tenente.- Robby resmunga com um meio sorriso

O olhar caloroso que Robby deu a ele foi algo que o fez sorrir.

- Prometa que vai me escrever - Robby murmurou vendo os olhos castanhos do Alfa

-Claro Padre Keene- O Alfa sorriu, querendo se aproximar do padre e querendo pegar em sua mão, porém, não conseguiu, todos olhavam com expectativa para qualquer uma de suas ações.

Robby foi pegar a mala, ele ia ajudar e recebeu um pequeno sorriso, Miguel retribuiu o gesto, o sorriso em seu rosto desapareceu apenas para admirar o Clérigo sorrindo para a frente, seu cabelo curto o tornava mais atraente do que ele já estava, estava completamente apaixonado, não tinha dúvidas.

Robby foi pegar a mala, ele ia ajudar e recebeu um pequeno sorriso, Miguel retribuiu o gesto, o sorriso em seu rosto desapareceu apenas para admirar o Clérigo sorrindo para a frente, seu cabelo curto o tornava mais atraente do que ele já estava, e...

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- Obrigado pela foto Padre Keene! - Agradeçe a um soldado caminhando para tirar mais fotos de outros soldados

- Espero ter me saído bem- Robby comentou, virando o rosto para a direita para encontrar o olhar boquiaberto do tenente, corando com o olhar do alfa

- Tenho certeza que sim- Responde, alguns soldados assistiram à interação, sem culpar seu superior por ter ficado atordoado com a beleza do Sacerdote.

- Você fica bem sem barba, eu sabia desde o começo - Robby comenta olhando a pele lisinha e sem pelos faciais no rosto do moreno, poderia até dizer que ele parecia mais atraente

-Obrigado- Ele tossiu tentando esconder o rubor, o ômega se aproximou dele colocando a mão em sua testa causando-lhe surpresa

- Você está se sentindo bem? - Perguntou o Clérigo preocupado com o homem

- Não se preocupe, padre Keene, estou bem- Ele deu um passo para trás para manter uma distância prudente novamente, com o canto do olho observou sussurros de outros soldados que apenas um olhar era suficiente para eles permanecerem em silêncio

Não demorou muito para o carro que ira buscar Clérigo chegar, marcando assim mais uma despedida.

- Nos veremos novamente, Tenente- O ômega deu um sorriso fraco, ele não queria se despedir, seus olhos não queriam deixar de observar Miguel, teve que fazer força para desviar o olhar e subir até o carro

- Algum dia...- Miguel murmurou tentando ser forte colocando a mala na parte de trás do carro e o despediu passando a mão de um lado para o outro do cabelo.

Eles estavam se despedindo mais uma vez, quantas vezes isso aconteceria?

[...]

Teve que engolir o nó na garganta que começava a se formar, não queria que o soldado ao seu lado o olhasse de forma estranha.

O caminho de volta foi tão longo quanto o começo, sua mente vagueia pelo que faria a seguir e como enfrentaria o que viesse.

Quando saiu do carro a irmã Moon olhou para ele com lágrimas nos olhos e o abraçou, sentindo as lágrimas em suas roupas, a mulher durona chorava por ele.

- Padre Keene, quando soubemos que o senhor estava ferido, começamos a rezar, estávamos todos tão preocupados com o senhor...- A freira falou rapidamente, olhando para ele, Robby sorriu pela preocupação de todos, mas mais pela dela.

- Obrigado por orar por mim Irmã Moon, temos que recuperar o atraso, você não acha?- Ele viu como a freira enxugou as lágrimas e caminhou em direção a sua casa, eles pararam várias vezes porque os aldeões vieram cumprimentá-lo

Ele esperava ver Kenny, então pergunto à Irmã Moon sobre ele.

- Os Paynes? Eles se mudaram para a América há um mês, assim como o LaRusso- Notifica a Freira deixando-o surpreso com a notícia

- Sabe o motivo?

- Não, padre Keene, sinto muito.

Ambos ficaram em silêncio até entrarem em casa onde deixaram a mala na sala, ninguém os criticaria por isso.

- Como você está...?- A irmã Moon inicia a conversa olhando para ele, ela queria saber tudo o que tinha acontecido porque ela tinha a sensação de que algo havia mudado

-Eu o vi Irmã Moon-- Com isso foi tudo para a cara da beta mudar para uma mais séria

-Você ainda está com essa idéia padre?

- Sim, continuo com essa idéia.

A freira suspirou e deu seu melhor sorriso.

- Não posso fazer nada a não ser te apoiar, não deveria te aconselhar isso, mas quando aquele Alfa voltar da guerra você vai sair daqui e pedir que tire o status clerical, porque você vai ser feliz com ele- Ela disse com tanta convicção que o fez sorrir como não fazia há meses.

Mesmo que a freira não pudesse fazer nada além de aceitar qualquer situação que o padre Keene decidisse, ela era sua amiga em primeiro lugar e o apoiaria.

Depois de continuar a falar sobre as coisas que aconteceram na cidade, a freira saiu para que o Clérigo tivesse tempo para relaxar.

Robby soltou um suspiro cansado, mesmo assim, ligou o rádio, uma melodia começou a tocar, ele sorriu ao perceber que era a música que ele dançou com Miguel, foi a segunda vez que aconteceu, que lembrança boa

Ele sentou na sala e abriu a bíblia no Novo Testamento

1 João 4:18

18_ No amor não há medo, mas o perfeito amor lança fora o medo, porque o medo acarreta castigo, e aquele que teme não foi aperfeiçoado no amor.

Ele havia lido a Bíblia tantas vezes ao longo de sua vida, mas nunca havia entendido totalmente aquele versículo, ele o leu durante o que pareceram horas, podem ter sido segundos e até minutos, ele então entendeu que tinha medo de amar, sempre teve isso, e ele recebeu uma punição.

Isso mudou quando ele conheceu Miguel naquele quarto de hospital improvisado com seu flerte no começo, com ele aprendeu a amar.

Ele já tinha uma decisão.

Efêmero (Kiaz/Robbyguel)- ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora