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| Três dias depois

Tara estava na casa do Wes, jantando com ele e sua mãe, Judy. Era meio que uma tradição todo final de mês Judy convidar Tara para ir em sua casa jantar, em seguida de uma sessão de filmes. Tara podia ver o quão boa a Judy era como profissional e como mãe, ela fazia de tudo para ver o filho bem e feliz, como a sessão de filmes.

Em que vida Christina faria isso com ela?

— Se resolveu com a Amber? — Wes disse, ambos estavam no quarto do mesmo. Tara deitada na cama e seu amigo na poltrona.

— Como assim? — Tara questionou, não havia contado para ninguém sobre o que aconteceu com a Amber.

— Vamos lá, Tar. Todo mundo reparou que vocês não estão mais se falando, a novata ficava grudada em você e nesses últimos dias nem na cara dela você olhou. — Wes explicou, se jogando na cama ao lado de Tara.

Tara estava ignorando Amber desde o ocorrido da sua casa, resolveu não questionar sobre o que Amber planejava fazer com a descoberta, apenas decidiu deixá-la de lado. A mais velha não tinha provas concretas sobre nada que estava afirmando, então não tinha como ela fazer nada a respeito da situação e Tara achava melhor assim.

Tinha medo de algo acontecer com a Amber, afinal, duas adolescentes não iriam conseguir ir contra uma adulta com uma grande influência em Woodsboro.

Amber tentou conversar com Tara, mas não obteve sucesso, a mais baixa se afastava toda vez que Amber se aproximava. Resolveu esperar Tara se sentir confortável para voltar a falar com ela novamente.

— Nós se aproximamos muito rápido, você sabe que tudo que começa rápido também termina rápido. — Tara respondeu Wes, virando de frente para ele.

— Você mal conhece a garota.

— Mais que você, sim. 

— Ela te fez algo? — Wes perguntou, afastando os fios que cobriam o olho de Tara. — Ela parece tão legal.

— Ela não fez algo, Wes. — Tara suspirou, se aproximando mais.

— Você devia dar uma segunda chance a ela. — Wes murmurou pela distância, não precisava falar alto para que Tara pudesse ouvir.

— Por que tão preocupado? — Tara perguntou.

— Porque em menos de uma semana, ela tirou sorrisos que o grupo não conseguiu há anos. Fala sério, você levou ela na sua bicicleta! — Wes exclamou, em um tom brincalhão.

— Como você sabe disso?

— Ela falou no grupo, e Tar, Amber parece estar muito sentida com o seu afastamento. Fala com ela, hein? — Wes disse, com um biquinho pidão nos lábios.

Tara pensou por um momento, queria que Amber soubesse. Queria muito. Ela só tinha medo das consequências.

Não querendo prolongar o assunto e querendo afastar seus pensamentos, desceu o olhar para os lábios de Wes, sabia muito bem o que faria para esquecer a situação.

— Estou prestes a te calar com um beijo. — Tara sussurrou.

— Então o faz. — Wes sussurrou de volta, colando os seus lábios nos de Tara.

Tara sabia que era errado, não sentia nada por Wes e o beijava apenas para se dispersar da sua realidade. Ela estava nesse loop constante a meses, ia na casa dele, começam a conversar como amigos e acabam em beijos quentes, mas nunca passou de beijos ferozes e mãos bobas.

Afinal, Tara não queria que ninguém visse o seu corpo por baixo das roupas grandes e grossas.

Tara não admitia, mas também estava com saudade da companhia de Amber, em pouco tempo a mais alta se tornou um alicerce forte para Tara. As idas à biblioteca apenas para vê-la, o café chique e a vista magnífica que compartilharam.

cinnamon girl | tamberOnde histórias criam vida. Descubra agora