18.

607 45 213
                                    

͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏
+16

O caminho de volta para a casa dos Macher-Freeman foi silencioso, o som estava tocando uma música aleatória no volume baixo enquanto as duas garotas viajam em lembranças.

Às vezes os olhos de Tara escorregavam para a imagem da Amber dirigindo sob a luz do luar, se praguejada mentalmente por estar sentindo coisas mais íntimas. Afinal, Tara nunca foi para a cama com ninguém, muito por causa das manchas e machucados presentes na sua pele, e também porque nunca sentiu essa vontade que, agora, transbordava para fora de si.

Amber, durante o caminho, notou algumas das muitas olhadas de canto que a mais nova dava para ela. A mais velha abria um sorrisinho de canto toda vez.

— Você quer passar em algum lugar antes de irmos para a minha casa? — Tara se assustou com a pergunta de Amber, já que estava focada demais nos seus pensamentos voltados para a maior no volante.

— Oi? Ah, não! Podemos ir 'pra casa se você não quiser passar em outro lugar, né. Eu espero, sabe... — Tara respondeu, perdida entre as palavras.

— Respira, Tar. Eu sei que fico extremamente gata dirigindo um carrão desses. — Disse, desviando o olhar da rua somente para dar uma piscadinha para a morena no banco do passageiro.

Tara arregalou os olhos e cruzou as pernas instantemente, sem ao menos perceber o movimento repentino. Virou o rosto para o vidro da frente tentando ignorar o calor que crescia ferozmente pelo seu corpo. Ergueu seu dedo indicador e apertou o botão para o vidro descer e o vento poder bater contra o seu rosto vermelho, mas o vidro insistia em ficar totalmente fechado.

Tara apertou mais algumas vezes, despejando impacientemente toda a força que podia naquele botão automático. Precisava de algo gelado para congelar o seu corpo quente. Culpou-se mentalmente por todas as vezes que fechava o olho e imaginava Amber em trejeitos que a deixava completamente excitada, e olhá-la dirigindo nesse momento seria como um convite silencioso para admirar cada pedaço do seu corpo como ninguém havia feito antes.

Tara ouviu uma risada sorrateira atravessando o seu ouvido esquerdo, então caiu em si e se lembrou que Amber tinha controle do carro inteiro. Ela travou a janela propositalmente.

— Amber, abre a janela... — Tara sussurrou, ainda olhando para o botão automático.

— Por que? Está tão frio, você não acha? — Perguntou, enrouquecendo a voz.

— Não estou com frio, pode abrir agora?

— Por que não está olhando 'pra mim, Tar?

Tara apertou os olhos, estava tão aflorada que nem ao menos se deu conta que Amber tinha estacionado o carro na frente da mansão. Desistiu de continuar apertando e levou a sua mão até o apoio lateral do carro, apertando forte demais, apenas para ver se a sua vontade se fugisse de dentro de si.

— Tara, olha 'pra mim. — Amber disse com firmeza na voz, esticou a sua mão e tocou no braço da Tara coberto pelo tecido da blusa rosa.

Tara se assustou com o toque repentino, engoliu em seco, sentindo o seu coração palpitar tão descompassadamente que já não conseguia raciocinar logicamente. — Não consigo olhar 'pra você agora, Amber. Dá 'pra abrir a droga desse vidro!?

— Por que não, hum? — Perguntou, sussurrando.

A sua mão que estava posicionada no braço de Tara, escorreu para a sua coxa coberta pela calça moletom, fazendo um leve carinho por cima dela. Tara cruzou e apertou mais as pernas, estava sentindo a sua calça clara molhar e o seu corpo implorar por mais contato.

cinnamon girl | tamberOnde histórias criam vida. Descubra agora