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19:35. A mesa estava farta e preenchida por três famílias. Os Macher-Freeman, as Carpentes e os McKenzie, a família da Liv. Os pais da Liv era empresários e também era uma das famílias fundadoras da cidade, tinham o próprio escritório dentro da prefeitura de Woodsboro.

Não é atoa que a menina de mechas rosas era a mais popular do colégio.

Amber e Tara estavam sentadas uma de frente para a outra, com a mesa de madeira rústica as separando. Liv sentada ao lado de Tara e Alex ao lado de Amber. O jantar estava fluindo agradavelmente, tudo se voltada para os adultos, conversavam abertamente sobre os seus negócios, o que fazia os adolescentes presentes na mesa revirarem os olhos a cada meio segundo.

Por que diabos tudo era sempre em torno de negócios?

Quando todos estavam satisfeitos, se levantaram das cadeiras e se espalharam pela casa. Conversando uns com os outros.

— A sua filha é linda, Christina. Amber me disse que ela a apresentou a escola. — Ariele disse.

— Tara é o exemplo de generosidade! Eu a ensino a tratar todos bem. — Christina despejou um beijo no topo da cabeça de Tara, que forçou um sorriso. — Falando nisso, onde sua filha está?

— Amber deve estar na cozinha ou perambulando pelos corredores, ela sempre foge. — Ariele proferiu, procurando a Amber pelo cômodo.

Tara percebeu que estava sobrando ali e se esquivou silenciosamente do lado de sua mãe. Ela não aguentava mais fingir uma convivência boa, Christina sabia ser convincente e muito cara de pau, Tara odiava o quão fingida sua mãe poderia ser.

A mais baixa foi em direção a única porta aberta, parecia dar caminho para um quintal ou alguma área de lazer. Conhecidamente, Amber estava ali, encostada em uma viga com o celular em uma mão e um cigarro na outra.

Tara a observou, Amber era charmosa e muito atraente, principalmente soltando fumaça com a boca entreaberta. Não podia negar que se sentia atraída por ela, mesmo que nunca tenha ficado com mulher alguma.

— Ei, Amber. — Tara se aproximou cautelosamente da mais alta, que quando se deu conta da presença da mais nova, escondeu o cigarro em suas costas. — Também se escondendo deles?

— Tara... O que está fazendo aqui? — Amber a questionou, assustada e Tara ergueu as sobrancelhas, rindo do notório nervosismo da mais alta.

— Eu vi o cigarro, não precisa esconder de mim.

— Você curte?

— Na verdade, não muito mas se você me oferecer agora eu não irei negar. — Tara proferiu e se encostou na parede branca, ao lado da viga em que Amber estava apoiada. A mais alta que, após a fala da menor, a estendeu o cigarro.

— Você não tem cara de quem fuma. — Amber disse enquanto observava atentamente Tara inalar e soltar a fumaça pelo canto da boca. Amber, involuntariamente, molhou os lábios.

— Você também não tem. — Tara devolveu o cigarro para a morena.

Ficaram cerca de dois minutos sentindo a brisa gelada ir de encontro com os seus corpos e dividindo o mesmo cigarro.

— Sua casa é bem bonita, e grande também. Quase me perdi quando fui ao banheiro. — Tara proferiu, risonha.

— É, eu também me perdi na primeira vez. — Amber disse, dando o último trago no cigarro e o apagando com seu coturno. — Você quer conhecer o meu quarto?

Tara se surpreendeu com a pergunta repentina de Amber, não que ela tenha levado o questionamento para o lado malicioso ou alguma coisa do tipo. As meninas se conheceram há 8 horas, o quanto de intimidade você precisa ter para mostrar o lugar em que dorme?

cinnamon girl | tamberOnde histórias criam vida. Descubra agora