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Uma forte fresta de luz atingiu em cheio os olhos fechados de Amber, que dormia pacificamente debaixo da coberta de princesas. Tateou a cama vagarosamente enquanto abria os olhos lentamente, parou de mexer a mão quando sentiu uma pele macia contra a palma de sua mão, inclinou a cabeça para o lado e enxergou Tara.

O corpo da menor estava enganchado ao seu, a perna direita dela no meio das suas, seu braço curto rodeando a barriga da maior e cabeça apoiada no seu ombro. Tara dormia pacificamente, a boca entreaberta soltando alguns suspiros baixos.

Ergueu o braço livre para alcançar o celular e olhar a hora, milagrosamente, acordou antes do despertador irritante do Iphone. Teria que acordar Tara para conseguir chegar em casa antes do café da manhã, os Macher-Freeman faziam questão de ter todas as refeições do dia juntos, claro, nem sempre funcionava.

— Tara... Ei, Tar. — Amber murmurou, balançando os braços da menor que resmungou baixinho. — Acorda, eu preciso ir para casa.

— Mais cinco minutos, Ambs. — Amber sorriu quando a voz calma e sonolenta de Tara alcançou os seus ouvidos.

Ela julgava ser melhor que o canto dos pássaros do seu quintal, poderia facilmente se acostumar com esses resmungos todas as manhãs.

— É sério, linda. Eu preciso chegar em casa antes dos meus pais acordarem. — Disse novamente, acariciando as bochechas de Tara. — Vamos, hum?

— Você é tão chata. — Tara resmungou novamente, coçando os olhos antes de abri-los. A primeira coisa que viu foi a imagem da Amber reluzindo sobre o nascer do sol. — Acordei no céu? — Amber riu, tirando o braço debaixo da cabeça de Tara e desentrelaçando suas pernas.

— Eu gostaria muito de ficar aqui e observar você acordar no mesmo estilo que a bela adormecida desenhada no seu lençol, mas eu realmente preciso ir 'pra casa. — Disse, vestindo a jaqueta jeans por cima da blusa que Tara a emprestou. — Te vejo na escola?

— Irei te levar até a porta.

— Não precisa levantar, você ainda tem alguns minutos de descanso e eu sei onde fica a porta de entrada. Não se preocupe, sou muito boa em despistar e se esconder de pessoas, ela não irá me ver! — Explicou, calçando o tênis e guardando o celular no bolso frontal da jaqueta.

— Você quer voltar com a minha bicicleta? — Tara perguntou, não tinha colocado o veículo na garagem na noite passada.

— Não, meus pais podem perguntar como diabos aquela bicicleta rosa chamativa foi parar no nosso quintal. — Amber debochou, risonha.

— Mais respeito com a minha bicicleta! — Riu, esfregando os olhos que ainda estavam tentando se acostumar com a luz. — Ok, te vejo na escola então... Obrigada mais uma vez, eu não faço ideia de como te agradecer. — Tara disse, encarando os seus dedos.

— Não precisa me agradecer, mas se quiser, pode repetir o selinho de ontem. — Amber propôs, sorrindo.

Tara ergueu a cabeça e chamou Amber com os dedos no estilo 'vem aqui', a maior rapidamente se aproximou e foi surpreendida por mais um selar de lábios. Agora recheados com carinho e gratidão, Tara sabia muito bem se comunicar através desse contato e Amber sabia decifrar.

Por isso os lábios de ambas se encaixavam perfeitamente.

O selinho não durou mais que alguns segundos. Tara sorriu para Amber que se afastou e destrancou a porta do quarto, saindo por ela em seguida. A menor se jogou para trás, deitando novamente na cama, agora sentindo a falta do calor corporal da Amber, ela tinha lhe esquentado durante a noite toda.

cinnamon girl | tamberOnde histórias criam vida. Descubra agora