Capítulo Dois: Legitimidade

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VISENYA SENTIA FALTA de alguém com quem pudesse compartilhar momentos como esse. A única pessoa com quem passava horas voando era sua mãe, mas a princesa passou os últimos nove meses sem poder montar Syrax por conta de sua gravidez. Seu pai passava os dias ausente ou bêbado em algum lugar fora do castelo. Jace e Luke ainda não montavam seus dragões. Helaena raramente saía de seu quarto e Aegon, bem, ela preferia desconsiderar sua companhia. E tinha Aemond, que apesar de ser uma ótima companhia e ter a idade suficiente, não tinha um dragão.

Aderī, Skyrax!” Visenya gritou, sentindo o vento batendo em seu rosto. Com um sorriso, ela perseguiu o dragão de seu tio, que agora descia impiedosamente em direção às águas do Mar Estreito apenas para despista-la.

Daemon deu um comando a Caraxes que Visenya não conseguiu ouvir, mas no segundo seguinte, uma cortina de fogo os engoliu. Visenya não recuou, apenas manteve seu caminho com mais velocidade, atravessando a cortina e subindo voo atrás de Daemon.

“Olvie sȳz” (Muito bem) Daemon disse, olhando para sua sobrinha. Ele meneou para o castelo. “Vamos voltar, estou com fome.”

Visenya assentiu, mesmo à contragosto. Podia passar horas sobre Skyrax e não sentiria fome ou cansaço. Mas sabia também que seu dragão precisava de momentos em terra firme. Skyrax era um dragão forte, apesar de novo, mas não tinha as habilidades de um com mais idade, como Caraxes.

Quando voltaram ao fosso, os guardiões levaram Caraxes e Skyrax. Daemon e Visenya caminharam de volta ao castelo.

“Você voa bem.” Daemon comentou.

“Minha mãe me ensinou.”

Daemon sorriu irônico. “Lēda aōha kepa bona daor sagon” (Com seu pai é que não seria) Ele disse, fazendo Visenya revirar os olhos.

“Ñuha kepa emagon zȳhon...” (Meu pai tem seus...) Ela disse, sem saber como terminar.

“Passatempos?”

“Deveres.”

Daemon riu. Nem mesmo Visenya deveria acreditar em algo assim.

“Seu pai pode ser um Velaryon, mas está longe de ser um representante digno do próprio sangue.” Ele disse. “Isso não faz dele alguém ruim, mas... Você e seus irmãos mereciam alguém melhor.” Ele fez uma pausa. “Sua mãe merecia.”

Visenya nada disse, apenas continuou andando pelos corredores com seu tio.

“Skorkydoso iksis ñuha sodjisto Laena?” (Como está minha tia Laena?)

“Lēda se belly mazverdāre” (Com a barriga crescendo)

“Ñuha lēkia se kessa mazverdagon bē hēnkirī” (Meu irmão e ele crescerão juntos)

“Īlon hope sīr” (Esperamos que sim)

Visenya sorriu para o tio, recebendo um sorriso de concordância. Apesar de excêntrico, Daemon era a única pessoa que representava, de fato, uma figura paterna para ela. Foi dito por sua mãe, que ele escolheu cuidadosamente o ovo a ser posto no berço de Visenya, assim como a presenteou com uma espada antes mesmo de seu nascimento. Não era sempre que Daemon estava em King’s Landing, mas quando estava, eles passavam ótimos momentos juntos.

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