IV

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S/n sentiu o corpo queimar de ciúmes. Não sabia que poderia ter esse sentimento assim tão facilmente novamente, principalmente por alguém que ela sabia que não poderia ter. Mas sentiu aquele nó na garganta quando viu Sanji parecer apaixonado pela quarta mulher seguida – isso porque estava observando de longe, não tinha tanta certeza de que aquelas foram as únicas que receberam os galanteios do homem.

Aquilo a fez lembrar de Ichiji, no quanto sofreu nas mãos dele por conta de ciúmes nos quais em todas as noites se sentia culpada por isso. Por acreditar nas palavras do mais velho sobre estar exagerando.

Estava completamente de cara amarrada após o lanche da tarde com Big Mom, andava pelo castelo de doce em busca de seu quarto para se preparar para conhecer a esposa de Sanji. Ela não queria. Definitivamente preferia ficar no laboratório discutindo com Yonji do que ter que ver a mulher com que a pessoa que ela queria em sua vida estaria prestes a se casar.

Depois do ocorrido com o capitão – ou ex, S/n não soube dizer bem – Sanji ficou na dele, sem falar com ninguém nem mesmo com ela até o momento em que pararam naquele maldito lanche e ela presenciou cada uma das vezes que ele se "apaixonou" por alguma mulher e ela não poderia dizer nada, eles não tinha nada. Conhecendo bem o suficiente o cozinheiro, sabia que ele não estava feliz e queria de alguma forma conseguir avisar o chapéu de palha de que Sanji estava sendo obrigado e ameaçado a isso.

Não eram reais aquelas palavras

E ela imaginou que o capitão dele não acreditava também.

Mesmo com aquela paixão repentina pelas mulheres que o serviam, S/n não negava que sentia o olhar do loiro queimar em si do outro lado da mesa.

– Que ceninha foi aquela?! – Sentiu seu braço ser segurado forte o bastante para que ela se lembrasse do toque tão leve que Sanji tinha, completamente diferente do que sentia naquele momento – Foi ridículo

– Você é ridículo

– Para de me ignorar!

– O que você quer, Ichiji?! – S/n se virou para ele que tinha a sobrancelha franzida de raiva e mesmo que não conseguisse ver seus olhos por conta daquele óculos, conseguia imaginar como estavam – Você não tem que ficar em cima de mim a cada ação que eu faço!

– Você é minha noiva, não quero ter que lidar com atenções desnecessárias

– Onde quer chegar?

– Para de ficar atrás do Sanji. Independente dele agora estar vivo, não muda o fato de que é minha

– Caramba – S/n bufou e se soltou daquele aperto – Eu não sou sua, nós terminamos a anos! Só estou nessa por acordos que favorecem ambas as famílias

– Meu pai quer herdeiros, não é apenas "um acordo" – Ichiji se aproximou mais de S/n a fazendo encostar na parede – Herdeiros como nós, não fracassados como Sanji.

– Você quer dizer, máquinas sem sentimentos e modificados geneticamente? – Ela sorriu sem acreditar – Não existe eu e você, não mais

– Esquece aquela merda, não foi importante

– E desde quando alguma coisa é importante pra você?

Ichiji não respondeu. Por que de fato, nada era tão importante para ele nesse nível. Não que pudesse o fazer criar sentimentos – o que não aconteceria e ele preferiria que continuasse assim.

– Acaba logo com isso e usa aquele experimento que fez, todos aqueles soldados são perfeitos

– Só que eu não quero ser um soldado igual vocês, não quero ser uma pessoa que não sente nada – S/n desviou o olhar do dele não notando que ele olhou bem para a porta ao lado

DAYLIGHT - SanjiOnde histórias criam vida. Descubra agora