«40» Sei que te perdi

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*Pov Any*

Nem sempre a vida segue um roteiro, na verdade, ela raramente segue algum tipo de planejamneto. No teatro do mundo a vida é o palco, os dias são as cenas, e nós somos os autores que, diferentemente do que geralmente contece em peças super produzidas, precisam improvisas fazendo escolhas que guiam um rumo muitas vezes sem volta.

Fazer uma escolha nem sempre é fácil, principalmente se for uma que vai marcas a sua vida de forma permanente, mas, muitas vezes, é necessário para uma evolução pessoal ou coletiva. Existem diferentes tipos de escolhas, desde as mais simples, como o que comer de almoço, até as mais complexas, como a escolha de ter ou não um filhos.

Não importa se você é uma pessoas mais decidida ou indecisa, impulsiva ou racional, o que importa é que você sempre na sua vida será obrigado a fazer escolhas e que muitas vezes pode acabar errando, porque errar é humano e precisamos de humanidade para nos tornarmos sãs. O problema não é escolher errado, e sim não saber lidar com as conseguências dessa escolha, porque quando o arrependimento bate e você não sabe como agir em relação a isso, acaba cometendo outro erro para reparar o primeiro.

Eu fiz uma escolha, uma a qual não tenho certeza ainda se foi certa ou errada, uma que se reagir negativo vai me machucar, mais do que já machucava antes de fazê-la. Lembra o que eu disse sobre a vida nos obrigar a fazer escolhas, mesmo que às vezes não estejamos preparados? Então, a vida fez-me fazer uma escolha após a primeira que fiz, foi nesse ponto que me encontrei em um dilema de vida ou morte, literalmente.

- Então a senhora está dizendo que não acompanhará mais o caso do senhor Beauchamp? - indagou a médica me fazendo engolir em seco, enquanto sentia o suor frio nas mãos. Estava nervosa.

- Isso mesmo, doutora! - inspiro uma boa quantidade de ar, tomando coragem para finalmente dizer em voz alta o que não sabia se era verdade - Preciso seguir em frente, minha vida parou e girou em torno do coma de Josh nos últimos 5 anos. Perdi uma parte da infância dos meus filhos, não quero perder mais nem um minuto. Deixar de cir e acompanhar cada detalhe será um imenso desafio, mas não posso mais perder a vida de pessoas que amo, e a minha mesma, dedicando tudo a uma pessoas que não....

- Eu entendo, querida - me lança um sorriso reconfortante - você não é a primeira que desiste de alguém nesse estado por esse motivo

- Não estou desistindo dele! - esclareço, alto demias - se ele acordar eu estarei d ebraços abertos para recebê-lo e amá-lo como smepre. Apenas não ficarei vindo e entrando em contacto sempre para saber se houve finalmente algum processo.

- Desculpa, não foi o que eu quis insinuar, não tenho duvidas de que você seria a melhor coisa para o senhor Beauchamp, caso ele acordasse, assinto - E é sobre isso que precisamos de conversar

- Sobre quando ele acorda? - questiono, esperançosa de que ela tenha boas noticias.

- Não, meio que sobre o contrario - fico em silêncio para que continue - Any, o estado dele não apresentou nenhum avanço nesses cinco anos, sinceramente, e infelizmente, nossas estatísticas apontam que é quase impossível que ele acorde. Só o mantivemos ligado às máquinas e acompanhado por você, até porque você contratou esse servico, mas agora que percebe a pouca probabilidade dele acordar, talvez seja a hora de....

- Não! Eu sei o que vai sugerir e a resposta é não - interrompo sua fala - eu sei que ele ainda pode acordar, não podemos tirar essa chance dele

- Any, me escuta. Ele se foi, querida, não vai mais voltar - alcança minha mão por cima da mesa - se quer mesmo seguir em frente precisa deixá-lo ir, está na hora de vocês dois encontrarem a paz

Sinto meus olhos se encherem de água com a frase dela, a cada silaba que saia de sua boca era umalágrima a mais que eu soltava, suas palavras não eram mais descodificadas ao chegarem no meu cérebro, elas apenas entravam por um ouvido e saiam por outro.

Juntos Pelo Acaso °{Beauany}°Onde histórias criam vida. Descubra agora