[𝙵𝚒𝚗𝚊𝚕𝚒𝚣𝚊𝚍𝚊]
☆Jogados em uma guerra sem sentido e sangrenta, Jeongin e Christopher encontraram neles um porto seguro... Este que em breve sofreria grandes abalos com o que ressurgiria de um passado não tão distante.☆
| 𝖮𝖻𝗋𝖺 𝖮𝗋𝗂𝗀𝗂�...
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[P.O.V Autora]
Na manhã seguinte, Christopher acordou com uma grande correria pelo castelo. O garoto ignorou a agitação costumeira e seguiu até o quarto do Yang. Queria tanto saber como ele estava, se estava assustado, se o local parecia lhe agradar, se estaria irritado consigo... Eram tantos "se" rodando sua cabeça que Bang não notou quando o próprio Jeongin entrou no quarto.
─ Desculpa ter aparecido assim, mas tinha tanta gente para lá e para cá, eu não conhecia ninguém que estava por lá... Então eu vim para cá.. ─ O menor parecia esbaforido, não por ter corrido, por outra razão. ─
─ Está bem? Parece meio tenso, Innie. ─ Chris chamou o garoto para se sentar consigo na ponta da cama. ─
─ Fobia social, eu não consigo ficar com tanta gente por perto, é assustador.
Geralmente Yang não saia por ai dizendo de seus medos, mas Bang parecia tão acolhedor e atencioso, ainda mais usando o apelido que lhe dera, que tudo saia de sua boca naturalmente. Era como se pudesse confiar sua vida à ele, e bem, ele realmente podia, já que o príncipe tinha lhe salvo na batalha.
─ Não precisa ficar nesse bando de gente, interações sociais também não são meu ponto forte. ─ Sorriu olhando para Jeongin, que se mantinha um tanto envergonhado. ─ Quer ir para um lugar onde ninguém poderá nos encontrar?
─ Ahn.. Sim. Aonde?
─ Me siga.
(Atenção! Nunca vão à lugares com estranhos ou pessoas que não conhece. Isto é pura ficção e na vida real, não será um conto de fadas como aqui.)
Indo pelas sombras do palácio, ambos os príncipes se deslocaram entre a multidão de pessoas que, por algum motivo desconhecido por Christopher, sempre procuravam a rainha. Ao percurso, Yang não largou a mão do outro, passando com certa dificuldade pelo castelo bem maior que o seu.
Ao que finalmente chegaram na parte de fora do palácio, o príncipe Bang conduziu o outro até a parte dos fundos do local. Chegando lá, Jeongin estranhou quando o maior parou na frente de um arbusto.
─ É aqui?.. ─ Perguntou confuso. ─
─ Ainda não. ─ Disse o mais velho sorrindo sem mostrar seus dentes. ─
Chan passou pela planta e foi seguido pelo Yang, que finalmente entendeu porque passaram por um arbusto. Através dele, havia um grande muro coberto por outras plantas e bem escondido de todos. Passaram pela pequena entrada na muralha e deram de cara com um espaço aberto e totalmente cercado pelo muro.
Era um tipo de jardim misterioso. Tinha flores bem cuidadas e árvores de pequeno porte, onde numa delas havia um balanço. O local ainda continha um pequeno lago com peixinhos. Tudo parecia tão fantasioso que Jeongin teve que piscar várias vezes até compreender que o jardim que estava era real.
─ Gostou? ─ Perguntou o maior sorridente ao ver o Yang tão maravilhado. ─
─ Adorei. É tão calmo..
Bang tomou a frente e se sentou perto da beira do lago, chamando Jeongin para aproveitar a brisa boa. O menor não se lembrava da última vez que esteve num lugar tão perfeito. Tudo parecia ter sido desenhado nos mínimos detalhes, teria aquele jardim saído de um livro infantil?
─ Que tal nos conhecermos melhor? ─ Sugeriu Chris. ─
─ Boa ideia. Hmm... Qual sua cor favorita?
─ Preto. E a sua?
─ Rosa. ─ Yang mostrou seu colar rosa de uma flor, que possuía a foto de uma bela mulher. ─
─ É a sua mãe? ─ Perguntou com delicadeza, o assunto não deveria ser muito fácil para o outro. ─
─ É sim. Infelizmente ela não está entre nós...
─ Eu sinto muito... Como ela.. Se foi? Desculpa se estou sendo muito inconveniente.
─ Não está sendo. ─ Disse sem emoções aparentes. ─ Foi num conflito à muitos anos atrás. Meu reino nem sempre foi pacífico assim, sabe? Ele teve uma época muito sanguinária e dominadora. Meu pai atacou cada pequeno reino e vilarejo por perto, mas ele não esperava que tudo se voltasse contra ele... ─ Jeongin respirou fundo e tomou certa coragem para continuar. ─ Minha mãe foi quem pagou pelos atos dele, assassinada à sangue frio por rebeldes... Depois disso, o reino virou uma fortaleza. Meu pai não queria me perder, limitou minhas saídas pela cidade, impediu-me de comunicar com generais ou povos de outros reinos... De certa forma ele me protegeu, agora que não tenho mais ninguém, eu me sinto tão... Inseguro...
Bang permanecia estático. Aquele garoto de aparência doce tinha sofrido tanto e sempre manteve a classe e de cabeça erguida. Jeongin era mais forte que qualquer soldado, ou ao menos tentava se manter daquele jeito. O garoto em questão, não falou mais nada depois de explicar sobre sua parente falecida, Chris só foi perceber que ele chorava quando soltou um soluço.
─ Eu estou sozinho nesse mundo horrível! ─ Gritou choroso, não para o príncipe, mas para alguma parte de si mesmo, querendo que fosse mentira, mas a ficha começava à cair. ─ Sem reino, sem família, sem amigos, nada e ninguém!
O mais novo respirava rápido, procurando alguma calma para aquele momento. Odiava chorar na frente das pessoas, seu porte pouco musculoso já lhe dava uma aparência fraca, chorando, isso piorava duas vezes mais. Seu ódio pelo rei Bang era tanto que queria poder mata-lo com as próprias mãos, queria mata-lo de forma torturante, no entanto aquela era sua parte obscura falando. Seu "eu real" nunca conseguiria tirar a vida de alguém, ainda mais sabendo que esse alguém tinha um filho que poderia sofrer assim como ele.
Yang só parou de ter certos pensamentos psicopatas quando uma mão maior tocou a sua, olhando com mais calma e com olhos marejados para o dono dela.
─ Você pode contar comigo.. Sei que não sou como sua família ou qualquer amigo próximo, mas eu prometo te proteger... Independente do que acontecer. Eu te devo isso, além de não querer seu mal.
Que diabos! O filho do homem que matara seu pai era o próprio anjo na terra. Como Jeongin não sentia raiva dele? Deveria estar fumegando de ódio, porém não conseguia. Christopher BangChan tinha lhe salvado, tinha dado à ele uma vida diferente do que num calabouço ou com o pescoço numa forca. Era mais que claro que poderia confiar no esbelto rapaz.
─ Christopher, você poderia ir comigo à um lugar? ─ Retomando seu resto de classe, questionou baixinho, apertando a mão do citado depois de longos segundos pondo sua cabeça em ordem ─
